quarta-feira, 11 de maio de 2022

 

“CRUZANDO A LINHA” (“THE GATEWAY”), 2022, Estados Unidos, disponível na plataforma Netflix, 1h31m, segundo longa-metragem dirigido pelo cineasta italiano Michele Civetta (o primeiro foi “The Executrix”, em 2020), que também assina o roteiro com a colaboração de Alex Felix Bendaña e Andrew Levitas. A história é centrada no assistente social Parker Jode (Shea Whigham), que leva muito a sério sua profissão, cuidando de famílias desestruturadas em Saint Louis. Uma delas é a de Dhalia (Olivia Munn), mãe solteira de Ashley (Taegen Burns) e cujo namorado Mike (Zach Avery) sai da prisão depois de cumprir uma pena de quatro anos. Ele volta para casa e, cheio de ciúmes por Dhalia ter arrumado um namorado, acaba retornando à rotina de espancar Dhalia na frente da filha. Além disso, Mike também volta para a gangue chefiada por Duke (Frank Grillo) e se envolve no roubo de uma carga de cocaína. No meio de toda essa agitação, Parker tenta proteger Dhalia, o que lhe acarreta muitos problemas. Também estão no elenco Bruce Dern, Alexander Wraith, Mark Boone Jr., Taryn Manning e Keit David. Em sua concepção, “Cruzando a Linha” adotou o clima dos filmes policiais noir dos anos 80, carregando na atmosfera pesada e no baixo-astral. O personagem Parker é o maior exemplo. Vive depressivo, fuma e bebe sem parar, frequenta bares de segunda e não dá um sorriso. Trocando em miúdos, achei o filme muito bom e recomendo.             

 

 

Quem curte a Sétima Arte sabe que o cinema da Coreia do Sul é um dos melhores. Sem falar de “Parasita”, Oscar de Melhor Filme e Palma de Ouro, entre outros tantos prêmios, nem da série de sucesso “Round 6”, o cinema sul-coreano tem proporcionado aos cinéfilos ótimos filmes de ação. Já vi inúmeros, muitos dos quais comentados neste blog. Lançado recentemente pela plataforma Netflix, chega mais uma boa opção de entretenimento: “YAKSHA: OPERAÇÃO IMPLACÁVEL” (“YAKSHA: RUTHLESS OPERATIONS”), 2022, produção e distribuição Netflix, 12h05, roteiro e direção de Na Hyeun. Como quase todos os outros sul-coreanos do mesmo gênero, este não economiza em tiros, pancadarias, perseguições e muito suspense. Embora a história não seja assim tão legal, com um roteiro meio complicado, as cenas de ação são primorosas. A história contempla uma trama de espionagem. Yaksha (Sul Kyung-Gu) é o codinome de Kang-In, chefe do serviço secreto sul-coreano que chefia uma pequena equipe de espiões na cidade de Shenyang, maior cidade da província de Liaoning, no nordeste da China. Desconfiada de que os relatórios de Yaksha são falsos, a direção do serviço secreto sul-coreano envia à China o inspetor Han Ji-Hoon (Park Hae-Soo, da série “Round 6). Sem experiência no trabalho de espionagem, Ji-Hoon será envolvido em uma verdadeira guerra entre espiões sul-coreanos, norte-coreanos, japoneses e chineses. Legalista ao extremo, Ji-Hoon é contra as atitudes radicais de Yaksha, mas dependerá dele para sobreviver em território chinês. Como afirmei antes, a ação predomina do começo ao fim, o que vai agradar, e muito, os fãs do gênero. Sem dúvida, mais um gol de placa do cinema sul-coreano.              

segunda-feira, 9 de maio de 2022

 

“SILVERTON: CERCO FECHADO” (“SILVERTON SIEGE”), 2022, África do Sul, produção original e distribuição Netflix, direção de Mandla Dube e roteiro de Sabelo Mgidi. A história foi inspirada em fatos reais ocorridos no dia 25 de janeiro de 1980, quando ativistas contra o regime do apartheid tentaram cometer um atentado contra um depósito de petróleo na periferia da capital sul-africana Pretória. Eles foram surpreendidos pela polícia e tentaram fugir. Quando o cerco se fechou, três ativistas invadiram um banco no bairro de Silverton, fazendo 25 reféns. A polícia logo foi mobilizada e várias guarnições chegaram ao local e cercaram o banco, impedindo qualquer tentativa de fuga. O capitão Johan Langerman (Arnold Vosloo) ficou encarregado de negociar com os ativistas, que se identificaram como integrantes do grupo Umkhont Wesizne (MK), que lutava contra o regime de apartheid, e exigiam que Nelson Mandela fosse libertado. Este evento, por sinal, foi considerado o ponto de partida para a criação do movimento “Free Mandela”, que exigia a libertação do líder Nelson Mandela, preso desde 1964 e condenado à prisão perpétua pelo governo sul-africano. Grande parte da ação é ambientada no interior do banco, relatando o que aconteceu entre os invasores e os reféns, um deles Christine (Elani Dekker), filha do Ministro da Justiça. O filme é eletrizante, com muito suspense e tensão do começo ao fim. Os atores são muito bons, destacando-se Thabo Rametsi como um dos ativistas e Arnold Vosloo, ator sul-africano que todo mundo reconhecerá como aquele mesmo que interpretou o personagem Imhotep no filme “A Múmia” e Darkman em “Darkman II: The Return of Durant”. Associo-me a muitos críticos especializados que consideraram “Silverton: Cerco Fechado” um filmaço.               

 

 

“O RITMO DA VINGANÇA” (“THE RHYTHM SECTION”), 2020, coprodução Inglaterra/EUA/Espanha/Irlanda, 1h50m, disponível na plataforma Netflix, direção da cineasta norte-americana Reed Morano, seguindo roteiro assinado por Mark Burnell, o próprio autor do livro homônimo. É um misto de filme de espionagem, ação, drama e suspense. Depois de perder os pais e dois irmãos em um acidente de avião, Stephanie Patrick (Blake Lively) entra em parafuso, vira prostituta e drogada. Até que recebe, como “cliente”, quatro anos depois, o jornalista Keith Proctor (Raza Jaffrey). Ele quer apenas conversar e revela que a tragédia com o avião não foi acidente e sim um atentado terrorista. Stephanie resolve se vingar dos responsáveis e topa ser treinada por um ex-agente do M-16 (serviço secreto inglês), Iain Boyd (Jude Law). Dessa forma, ela se transforma em uma hábil atiradora e especialista em artes marciais. Disposta a se vingar, Stephanie viaja para Marselha, Madrid e Tânger (Marrocos), atrás dos assassinos de sua família. Até chegar nas cenas de ação, o filme demora a engrenar. A fase de treinamento, por exemplo, chega a ser entediante. A ótima atriz Blake Lively, acostumada a interpretar mulheres que esbanjam glamour, charme e beleza, está irreconhecível, com cabelos curtos e pele manchada e, em algumas cenas, com peruca ruiva. Ela demonstra que também é boa em cenas de ação. Confesso que fiquei meio perdido no meio do filme, não sabendo quem é quem. Essa confusão também deve ter atingido outros espectadores. Por exemplo, faltou explicar melhor quem é realmente o personagem Serra (Sterling K. Brown), ou então quem é o ricaço que patrocina a vingança de Stephanie. Somando os prós e os contras, porém, admito que o filme tem mais prós. Portanto, é um suspense que garante um bom entretenimento. E tem a bela Blake Lively, um motivo e tanto para assistir.