sexta-feira, 28 de maio de 2021

 

“HOLIDAYS”, 2016, Estados Unidos, 1h45m, disponível na Netflix. Trata-se de uma coletânea de 8 contos de terror e suspense adaptados para o cinema. Horripilantes, como consta dos materiais de divulgação. Nem tanto. A história de cada um faz referência a uma data comemorativa ou a alguns feriados do ano, como Valentine’s Day (Dia dos Namorados), Saint Patricks Day (Dia de São Patrício), Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Halloween (Dia das Bruxas), Natal e Ano Novo. Cada segmento conta com um roteirista e diretor diferentes, assim como os elencos variam de conto para conto. Embora a ideia seja interessante – não que seja novidade -, o produto final deixa muito a desejar. Se a intenção foi realizar histórias horripilantes, o resultado ficou parecendo uma sátira pouco inteligente e até risível, embora garanta alguns sustos. Tem mulher parindo uma cobra gigante, um Jesus Cristo estilizado de monstro e coelho, uma adolescente que arranca o coração de uma colega para presentear o professor de natação e uma mulher que a cada transa fica grávida. E por aí vai. Muita bobagem reunida em um projeto que poderia ser bem interessante, mas naufraga na incompetência geral, principalmente de quem inventou as histórias, normalmente os roteiristas. Os diretores e o elenco têm pouca culpa. Não dá para assistir nem nos feriados...  

 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

 

“SANGUE NA BOCA” (“SANGRE EN LA BOCA”), 2016, coprodução Argentina/Itália, 1h37m, direção de Hernán Belón, que também assina o roteiro com a colaboração de Marcelo Pitrola. Trata-se de um drama de fundo esportivo e erótico, cujo principal personagem é o pugilista profissional Ramón Alvia (Leonardo Sbaraglia), mais conhecido como “El Tigre”. Perto dos 40 anos, após conquistar o título sul-americano em sua categoria, ele promete à esposa Karina (a atriz italiana Erica Banchi) que encerrará a carreira nos ringues para ajudá-la a montar um estabelecimento comercial. Um dia, porém, ao visitar os amigos no ginásio de treinamento, ele conhece a jovem pugilista Débora (Eva De Dominici), por quem se apaixona, e vice-versa. É uma paixão avassaladora que resultará no fim do seu casamento. Além disso, cheio de energia, ele colocará seu título em jogo contra um lutador muito mais jovem. Mas sua felicidade, tanto na cama com a amante, como também nos ringues, não durará muito. O filme tem como seu principal trunfo o desempenho do elenco, principalmente o astro argentino Sbaraglia, que também faz sucesso no cinema espanhol, a estonteante e boa atriz também argentina Eva de Dominici e a italiana Erica Banchi. As cenas de luta são muito bem coreografadas, lembrando que os argentinos têm uma longa tradição de bons pugilistas e adoram o esporte. Mas o que me chamou mais a atenção foram as cenas calientes de sexo, realistas à beira do explícito, e que exploram com muita competência a beleza da atriz Eva De Dominici. Recomendo que, antes de apertar o play, retire as crianças da sala. Eu gostei muito e recomendo. Mais um filme argentino a fazer inveja a nosotros.         

terça-feira, 25 de maio de 2021

 

FERRY, 2020, coprodução Bélgica/Holanda, 1h46m, roteiro de Nico Moolenaar e Bart Uytdenhouwen, direção de Cecilia Verheyden, produção Netflix. Baseada em fatos reais envolvendo o famoso criminoso holandês Janus Van Wessenbeeck, que na primeira década deste século era um grande traficante que atuava na Bélgica e na Holanda a partir de Amsterdã, recebendo o apelido de “Pablo Escobar da Europa”. No filme, o seu personagem recebeu o nome de Ferry Bouman (Frank Lammers). “Ferry” conta sua trajetória no crime, primeiro como principal gangster e braço direito do chefão mafioso Brink (Huub Stapel) e depois assumindo um cartel que fabricava e vendia drogas sintéticas, principalmente ecstasy. O filme logo teve uma sequência, a série televisiva “Operação Ecstasy” (“Undercover”), também disponível na Netflix. O filme começa com um assalto no escritório do chefão Brink, que culmina com a morte de seu filho. Ferry fica encarregado de cumprir a vingança, ou seja, assassinar os três responsáveis. A missão o leva a Brabant, sua cidade natal, no interior da Holanda. Ele descobre que sua primeira vítima mora num acampamento de trailers, onde Ferry aluga um para vigiar os passos do seu alvo. Além disso, ele voltará a ter contato com sua irmã Claudia (Monic Hendrickx), que não vê há cinco anos e que está sofrendo de um câncer terminal. Em meio à sua vigilância no acampamento, Ferry conhece Daniëlle (Elise Schaap), que será responsável por amolecer o coração do gângster, mas não capaz de impedir sua vingança. O ator holandês Frank Lammers carrega o filme nas costas compondo o personagem de um sujeito aparentemente bonachão, mas que na realidade é um assassino frio e violento. Quem gosta de curtir filmes com personagens mafiosos, como eu, vai curtir muito “Ferry” e muito mais a série “Operação Ecstasy”, que também pretendo assistir.       

 

domingo, 23 de maio de 2021

 

“EU SOU TODAS AS MENINAS” (“I AM ALL GIRLS”), 2020, África do Sul, 1h47m, roteiro e direção de Donovan Marsh. O cinema sul-africano não é muito conhecido por aqui, e, se não fosse a plataforma Netflix, jamais teríamos oportunidade de assistir a este ótimo drama baseado em fatos reais. Na década de 90, com a prisão do pedófilo Gert de Jager, a polícia descobriu um esquema de contrabando de meninas que envolvia não apenas figuras importantes do governo de Johanesburgo, mas também sheiks e autoridades de países árabes. As meninas eram sequestradas nas favelas e depois vendidas ao exterior. Anos depois, algumas figuras importantes começam a ser assassinadas com requintes de tortura. O peito das vítimas era marcado a ferro e fogo com as iniciais de meninas desaparecidas, provavelmente sequestradas e vendidas. É quando a detetive Jodie Snyman (Erica Wessels), do Departamento de Crimes Especiais, entra em ação, juntamente com o detetive Samuel Apendse (Brendon Daniels) e com a perita técnica Ntombizonke Bapai (Hlubi Mboya). Enquanto outros assassinatos da mesma forma continuavam acontecendo, Jodie descobre que o esquema de sequestro de garotas continuava. Até o desfecho, a policial terá de enfrentar a desconfiança de que um dos membros de sua equipe pode estar envolvido na morte dos pedófilos. Envolvida emocionalmente com o sofrimento das meninas sequestradas, Jodie começa a cometer alguns  abusos, principalmente depois de identificar algumas pessoas responsáveis pelo esquema, inclusive um ministro do Partido Nacional, ligado ao governo sul-africano. No desfecho da história, quando o caso parece estar resolvido, Jodie embarca sigilosamente para o Irã, onde um sheik esconde algumas garotas. O filme termina assim, o que sugere que, provavelmente, haverá uma sequência. Vamos aguardar. Trocando em miúdos, o filme é muito bom e esclarecedor com relação à prática abominável do sequestro de garotas para fins sexuais.