
sábado, 5 de outubro de 2019

quarta-feira, 2 de outubro de 2019
“MEMÓRIA
DE UM CRIME” (“BACKTRICE”), 2018, EUA, 1m27m, filme policial dirigido
por Brian A. Miller, com roteiro de Mike
Maples. O filme começa com um assalto a um carro blindado praticado por três
assaltantes. Eles conseguem fugir com uma grande quantidade de dinheiro, que
escondem num tipo de armazém abandonado em algum lugar bem longe. Logo depois,
durante a fuga, eles se defrontam com dois estranhos fortemente armados, que
exigem parte do dinheiro roubado. Os dois grupos entram em confronto e, dos
assaltantes, só um sobrevive e consegue escapar da matança, mas, devido a um
tiro de raspão na cabeça, perde a memória. O filme salta para sete anos depois.
MacDonald (Matthew Modine), o sobrevivente, está preso numa penitenciária de
segurança máxima e ainda não se lembra do que aconteceu. Seu segredo atrai três
aproveitadores que conseguem resgatá-lo da prisão. Uma enfermeira faz parte do
grupo de sequestradores e, utilizando uma droga especial, tentará fazer
MacDonald recuperar a memória e contar onde escondeu o dinheiro. A investigação
sobre o desaparecimento de MacDonald fica a cargo do xerife Sykes (Sylvester
Stallone), que, com a colaboração do FBI, tentará encontrar pistas que levem ao
sequestrado e seus sequestradores. Embora a divulgação do filme tenha colocado
Stallone como o principal protagonista, na verdade ele aparece em poucas cenas,
ganhando algum realce somente no desfecho. Embora tenha feito história no cinema por seus
antigos personagens John Rambo e Rocky Balboa, Stallone nunca foi um bom ator. Sempre atuou mais com os músculos. Agora, aos 73 anos, tenta sobreviver à idade, mas
encontra muita dificuldade, principalmente pela deformação cada vez mais
acentuada do rosto. Se pudesse aconselhá-lo, diria: “Tá na hora de se aposentar,
Stallone. Obrigado por tudo”. Voltando a “Memória de um Crime”, o filme estreou nos EUA em
dezembro de 2018 e ainda não chegou por aqui. O diretor Brian A. Miller,
especialista em filmes de ação (“O Príncipe”, “Rastros de Violência”, “Sombras
da Justiça”, “A Máquina”), bem que tentou imprimir seu estilo em “Memória de
um Crime”, mas ficou só na intenção. Nada que mereça uma indicação entusiasmada. Em todo caso, pode servir
para uma sessão da tarde com pipoca.
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
“NOITE
MÁGICA” (“NOTTI MAGICHE”), 2018, Itália, 2h5m, direção de Paolo
Virzì, que também assina o roteiro juntamente com Francesco Piccolo e
Francesca Archibugi. Trata-se de mais uma bela homenagem ao cinema,
especialmente aos tempos de ouro do cinema italiano. O filme começa com um
carro caindo de uma ponte dentro do rio Tibre, em Roma. A poucos metros dali, num
bar, um grupo de pessoas assistia a um jogo da Itália pela Copa do Mundo – o
filme é ambientado em 1990. Com todos torcendo pela seleção nacional, ninguém ligou
para o acidente, que matou o ocupante do veículo. Durante a investigação
policial sobre o que de fato aconteceu, três jovens foram detidos para
interrogatório: Antonino Scordia (Mauro Lamantia), Eugenia Malaspina (Irene
Vetere) e Luciano Ambrogi (Giovanni Toscano). Explico: antes do acidente
acontecer, os três tiveram contato com a vítima. Scordia, Malaspina e Ambrogi
foram vencedores de um concurso chamado “Prêmio Solinas” destinado a aspirantes
de roteiristas. Durante o interrogatório, os três jovens relembram, em flashbacks,
o que aconteceu nos dias anteriores, o que nos leva a uma “viagem” pelos
bastidores do cinema italiano. “Noite Mágica” é repleto de referências a
figuras importantes do cinema italiano como Ettore Scola (Virzì teve a ideia do
filme durante o velório do grande diretor, morto em janeiro de 2016), Federico Fellini, Marcello
Mastroianni, Vittório Gassman, Roberto Rossellini, Dino Risi e tantos outros (achei muito injusto não haver uma menção especial a Mario Monicelli). Enquanto
circulam por Roma numa noite de jantares e festas, os jovens roteiristas vão a
lugares que serviram de cenários para alguns dos grandes filmes italianos do
passado. Nessas idas e vindas, eles conhecem produtores, roteiristas e
diretores, com os quais conversam sobre o cinema italiano, seu passado e
perspectivas para o futuro. Um dos personagens principais de toda a história
será o produtor Leonardo Saponardo (o grande Giancarlo Giannini, ótimo). Para
quem não conhece, Paolo Virzì é um dos mais cultuados diretores do cinema
italiano atual. Dele, recomendo como pequenas obras-primas dois filmes em
especial: “Capital Humano”, de 2013, e “A Primeira Coisa Bela”, de 2010. Virzì
também experimentou o cinema norte-americano, dirigindo “Ella e John” em 2017, com Helen Mirren e Donald Sutherland. Enfim, “Noite Mágica” é um filme especialmente
dirigido aos cinéfilos que, como eu, são apreciadores do cinema em geral,
particularmente o italiano. Não é o melhor filme que homenageia o cinema. Não desmerecendo o filme de Virzì, prefiro duas obras-primas do cinema italiano: “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore, e “Splendor”, do grande Ettore Scola.
domingo, 29 de setembro de 2019

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