sábado, 16 de dezembro de 2023

 

“AMSTERDAM”, 2022, Estados Unidos, 2h14m, em cartaz no Prime Vídeo, roteiro e direção de David O. Russell (“Trapaça”, “Três Reis”, “O Lado Bom da Vida”). Nem sempre um elenco com muitos astros garante a qualidade de um filme. “Amsterdam” chega para confirmar essa afirmação. Confiram o elenco (só para citar os mais conhecidos): Margot Robbie (a Barbie), Christian Bale, Anya Taylor-Joy, Zoë Saldana, Robert De Niro, Taylor Swift (ela mesma!), John David Washington, Rami Malek, Mike Myers, Andrea Riseboroughj, Chris Rock, Matthias Schoenaerts, Michael Shannon e Alessandro Nivola. Todos esses astros juntos não conseguem salvar o filme de uma chatice generalizada. Trata-se de um misto de comédia, drama, suspense e mistério. O roteiro é uma bagunça, diálogos sem pé nem cabeça e, para piorar, uma história pra lá de complicada, além de personagens excêntricos e caricaturais. O único elogio deve ser dado à qualidade estética do visual, com uma bela fotografia e primorosa direção de arte, na qual se destaca a recriação de época – Nova York dos anos 30 do século passado, época em que a história é ambientada. Os principais personagens são três amigos norte-americanos que se conheceram na Europa durante a Primeira Guerra Mundial, dois soldados e uma enfermeira. Após alguns anos, eles se reencontram em Nova York e acabam se envolvendo numa grande confusão, o que os levará a desvendar um plano elaborado por empresários da extrema-direita para derrubar o presidente Franklin Roosevelt (houve sim essa tentativa, o que levou o material de divulgação do filme a dizer que a história é baseada em fatos reais). O filme é muito verborrágico, repleto de diálogos sem o menor sentido. O roteiro também não ajuda, pois a cada momento entra um personagem novo na história, complicando ainda mais o entendimento do espectador. Resumo da ópera, “Amsterdam” poderia aproveitar melhor o excelente elenco, mas o resultado final é decepcionante, ou seja, mais uma grande bobagem cinematográfica.     

                       

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

 

“MEU PAI É UM PERIGO” (“ABOUT MY FATHER”), 2023, Estados Unidos, 1h29m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Laura Terruso (“Dançarina Imperfeita” e a série “Dickenson”), seguindo roteiro assinado por Sebastian Maniscalco e Austen Earl. O comediante Sebastian Maniscalco escreveu o roteiro baseado em sua experiência pessoal e atua no filme como ele mesmo. Ele lembra o relacionamento difícil com o pai, o imigrante italiano Salbo Maniscalco (Robert De Niro), que só piorou depois que Sebastian resolve ficar noivo de Ellie Collins (Leslie Bibb), artista plástica filha de um empresário milionário dono de uma rede de hotéis “5 Estrelas”. Para pedir a mão da moça, ele foi convidado para um final de semana na mansão litorânea dos pais dela e, muito a contragosto, concordou em levar seu pai. Logo de cara fica claro ao espectador que a diferença cultural e social entre o “casca-grossa” italiano e a família Collins, sofisticada e chique, é gritante. Os Collins são aristocratas, moram num casarão de luxo, e Salbo terá que se adaptar ao ambiente. Torna-se previsível, portanto, uma grande confusão, com direito a situações hilariantes e diálogos idem até o desfecho. Enfim, uma boa comédia, que faz rir sem ofender nossa inteligência. Também estão no elenco Kim Cattrall (a Samantha Jones da série “Sex and the City), David Rasche, Brett Dier e Anders Holm. Embora seja fã de Robert De Niro, prefiro vê-lo em filmes de máfia, como “O Irlandês”, “O Poderoso Chefão” e “Os Bons Companheiros”, o melhor de todos, do que em comédias. Neste último gênero, gostei muito de De Niro apenas em “Entrando Numa Fria e “Máfia no Divã”. No caso específico de “Meu Pai é um Perigo”, De Niro faz o mesmo personagem de sempre nas comédias, um cara ranzinza, rabugento e grosso, com as mesmas caras e bocas. Mas ainda é o grande astro De Niro. Um ótimo programa para uma sessão da tarde com a família.                     

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

 

“UMA FAMÍLIA QUASE PERFEITA” (“EN HELT VANLIG FAMILJ”), 2023, Suécia, em cartaz na Netflix, minissérie em seis episódios, direção de Per Hanefjord, com roteiro de Hans Jörnlind e Anna Platt. Trata-se da adaptação para a telinha do livro best-seller homônimo do escritor sueco Matthias Edvardsson. Começa a história e vemos Stella Sandell, de 15 anos, sendo estuprada por um homem durante o acampamento de férias. Quatro anos depois, Stella (Alexandra Karlsson Tyrefors) é presa como principal suspeita do assassinato de seu namorado, Christoffer Olsen (Christian Sundgren). Os efeitos colaterais dessa situação acabam atingindo o casamento dos pais, Adam Sandell (Björn Bengtsson), padre da igreja luterana da Suécia, e Ulrika Sandell (Lo Kauppi), advogada e professora universitária, ambos cidadãos muito respeitados na comunidade de Lund, pequena cidade do condado de Skane. Adam não se conforma com a prisão da filha e faz tudo para tentar inocentá-la, nem que para isso se utilize de recursos pouco religiosos. Como advogada experiente, Ulrika também age em favor da filha, escondendo provas e mentindo para a polícia, sem contar com suas puladas de cerca com o seu colega advogado. Enfim, como diz o título, uma família "quase" perfeita. A história prende a atenção do espectador do começo ao fim, com muita tensão e suspense. Sem dúvida, uma das melhores minisséries lançadas este ano pela Netflix.