“A DÍVIDA”
(”Oliver’s Deal”), coprodução EUA/Peru/Espanha, 2015, primeiro
longa escrito e dirigido por Barney Elliott. O filme começa mostrando o
trabalho de um garoto, seu pai e sua irmã numa fazenda situada nos alpes
peruanos – as paisagens são lindas. O cenário muda de forma abrupta para um
escritório sofisticado de Nova Iorque, cujo negócio principal é adquirir e
depois negociar títulos da dívida pública de países do Terceiro Mundo. Pelo
menos foi isso que eu entendi. Não há muita explicação sobre a atividade e
talvez os leigos no assunto, como eu, ficarão totalmente por fora. Pelo que foi
possível entender, o escritório está envolvido num acordo financeiro entre o
governo dos EUA e o Peru. O escritório é comandado por Nathan (David Strathairn),
que tem como seu braço direito Oliver Campbell (Stephen Dorff), tão inescrupuloso
quanto seu chefe. O único funcionário do escritório que tem alguma sensibilidade
é Ricardo (o ator argentino Alberto Ammann). Enquanto eles combinam estratégias
para novos negócios no escritório de Nova Iorque, o poderoso empresário peruano
Ruben Caravedo (o ator espanhol Carlos Bardem, irmão de Javier) tenta comprar
as terras de pequenos proprietários rurais, entre eles o dono da fazenda onde
pai e filhos aparecem trabalhando no início. Um novo personagem aparece na
história (para confundir ainda mais): uma enfermeira (Elsa Olivero) que tenta conseguir uma
operação para sua mãe num hospital público em Lima. Qual a ligação do drama dessa
enfermeira com o enredo? Quase nenhuma. Só encher linguiça. Resumindo: Oliver e
Ricardo vão para o Peru tentar convencer o coitado do fazendeiro a vender suas
terras. No final, porém, descobrirão que uma trama sórdida está por trás de
tudo. É a tal da ganância corporativa: os ricos explorando os pobres.
sábado, 24 de junho de 2017
quarta-feira, 21 de junho de 2017
O drama “PAULINA” (“La Patota”), 2015, Argentina,
escrito e dirigido por Santiago Mitre, explora um tema dos mais polêmicos: o
estupro. Trata-se, na verdade, da refilmagem do clássico – também argentino – “La Patota”, de
1961. A história é centrada na advogada Paulina (Dolores Fonzi), que desiste de
uma promissora carreira na área jurídica para se embrenhar numa zona rural
pobre e ensinar política aos jovens da região. Ela quer formar cidadãos
responsáveis, afirma ao pai, o juiz Fernando (Oscar Martinez, de “Inseparáveis”
e “O Cidadão Ilustre”), que não se conforma com a decisão de certa forma
irresponsável da filha. Numa noite em que pega emprestada a moto de uma amiga,
Paulina é atacada por um grupo de jovens e estuprada. O pai exige que a polícia
investigue o caso e prenda os agressores, mesmo que não conte com a colaboração
de Paulina. Sua atitude passiva em relação ao que ocorreu revolta o pai, cujo
desejo é fazer uma vingança sem piedade. A situação se complica ainda mais
quando uma consequência do estupro é revelada. Dolores Fonzi, que foi casada
com o ator mexicano Gael García Bernal, é uma das atrizes de maior evidência na
Argentina. Além de bonita, é excelente atriz. O filme foi escrito e dirigido
por Santiago Mitre (“La Cordillera”) e teve como um dos produtores o diretor
brasileiro Walter Salles. Exibido por aqui durante a 39ª Mostra Internacional
de Cinema de São Paulo, em outubro de 2015, “Paulina” venceu o Prêmio da Semana
da Crítica no Festival de Cannes 2015. Mais um bom filme argentino que merece ser visto.
domingo, 18 de junho de 2017
Faz
algum tempo que Adam Sendler não aparece na telona. Por um bom tempo ele estará
só na telinha da TV. O ator norte-americano assinou contrato com a Netflix para
protagonizar seis filmes. Os dois primeiros foram “The Ridiculous 6” (2015) e “Zerando
a Vida” (2016). O terceiro e mais recente é “SANDY WEXLER” (2017), uma
comédia onde Sendler aparece como o personagem do título, um empresário
mequetrefe de Los Angeles que no início dos anos 90 – período em que a história
é ambientada – agenciava os mais diferentes artistas, desde um ventríloquo, um
lutador de luta-livre e até um acrobata saltador de obstáculos, cujas
apresentações sempre acabavam em fracassos e fraturas. Até que um dia Wexler
descobre, fazendo show num parque de diversões, a cantora Courtney Clarke
(Jennifer Hudson). Ela logo se transforma num grande sucesso comercial, uma
estrela da música pop. Com seu jeito abobalhado e inconveniente, Wexler
desperdiça o momento e cai em desgraça, enquanto Courtney alavanca cada vez mais
sua carreira artística. O filme, dirigido por Steven Brill (“A Herança de Mr.
Deeds” e “Ligeiramente Grávidos”), foi escrito pelo trio de roteiristas Dan
Bulla, Paul Sado e Tim Herlihy, que se inspiraram na trajetória de um
empresário chamado Sandy Wernick, que realmente existiu e ganhou uma certa notoriedade
na década de 90. O filme conta com rápidas aparições de comediantes, atores e
celebridades do cinema e da TV, como Jay Leno, John Lovitz, Chris Rock, Jimmy
Kimmel, David Spade e Pauly Shore, além das participações especiais de Rob
Schneider, Kevin James, Terry Crews e Jane Seymour, ainda bonita e em grande
forma aos 66 anos. O personagem vivido por Sendler é irritante ao extremo, inconveniente
e completamente sem graça, como o filme inteiro – a não ser uma única cena onde
ele é manipulado pelo ventríloquo. Sendler é o chato de sempre, caprichando
para ser o mais abobado possível, parecendo um Jerry Lewis com surto de
debilidade mental. O filme é muito fraco e longo demais: 2h10. Para quem gosta
de cinema de qualidade, trata-se de um atentado ao intelecto.
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