sexta-feira, 31 de julho de 2015

A família de Hugo (Marcello Novaes) está em crise. Financeira e de relacionamento entre pais e filhos, o que não é nenhuma novidade para a grande maioria das famílias hoje em dia. Hugo está falido.  Perdeu o emprego e todo o dinheiro que havia aplicado na Bolsa. Dispensa os empregados, corta despesas e tenta manter as aparências de qualquer maneira, embora se humilhe em pedir dinheiro emprestado. O drama nacional “CASA GRANDE”, 2014, explora a situação  dessa família carioca de classe média alta e suas consequências. Tudo acontece sob o ponto de vista de Jean (o estreante Thales Cavalcanti), de 17 anos, filho de Hugo e Sônia (Suzana Pires). Ele se dá melhor com o motorista Severino e com a empregada Rita (Clarissa Pinheiro) do que com o pai e a mãe. É com esses empregados que Jean se abre. Ele sonha em fazer sexo com Rita, que só quer a amizade do garoto. Jean se revolta com a demissão deles, o que irá piorar ainda mais seu relacionamento com o pai. Embora o fundo dramático predomine, há espaço para situações bem-humoradas, o que deixa o filme leve e agradável de assistir. O elenco está ótimo, desde os experientes Marcello Novaes e Suzana Pires até os estreantes Thales Cavalcanti e Clarissa Pinheiro, esta última responsável pelos momentos mais engraçados. Roteiro e direção levam a assinatura de Fellipe Gamarano Barbosa, sua estreia em longas. O filme foi premiado em vários festivais importantes, aqui e em outros países. Merecidamente, aliás, pois é muito bom. Não deixe de ver!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Morgan Freeman e Diane Keaton encabeçam o elenco do insosso drama “RUTH E ALEX”’ (“5 Flights Up”), 2014, direção de Richard Loncraine. A história é baseada no romance “Heroic Measures”, escrito por Jill Ciment. Embora divulgado como uma comédia dramática, gênero que une humor ao drama, este é mesmo um drama, pois de engraçado tem pouca coisa, ou quase nada. Alex (Freeman) e Ruth (Keaton) são casados e vivem no mesmo apartamento, no Brooklyn, em New York, há 40 anos. Incentivados pela ambiciosa corretora Niece (Cynthia Nixon, de “Sex and The City”), sobrinha de Ruth, louca para ganhar uma gorda comissão, eles decidem vender o apartamento, embora não encontrem razão justificável para isso – dilema que se arrasta até o final do filme, tornando-o ainda mais chato. Entre cenas em flash back que mostram como o romance entre os dois teve início, a rejeição por parte da família de Ruth em relação a Alex – por ele ser negro – e as intermináveis negociações sobre a venda do apartamento e a compra de outro, o filme chega ao seu desfecho tão previsível quanto a evidente falta de química entre os atores principais. Morgan Freeman e Diane Keaton podem ser ótimos atores, mas não funcionam e nem combinam como casal. Se há um motivo para recomendar este filme, ainda não descobri qual.     

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Nos anos 60, o produtor musical e compositor norte-americano Phil Spector (nome artístico de Harvey Philip Spector) alcançou o auge da fama nos anos 60, chegando a colaborar até com os Beatles. Em 2003, Spector foi acusado de ter assassinado a atriz e modelo Lana Clarkson. Depois de dois julgamentos, Spector foi condenado a 19 anos de prisão.     O drama “PHIL SPECTOR”, 2012, escrito e dirigido por David Mamet e produzido pela HBO, conta a história dos bastidores do primeiro julgamento, em 2007. O filme enfoca com destaque o difícil relacionamento de Spector (Al Pacino) com sua advogada Linda Kenney Baden (Helen Mirren). O filme foi feito como uma peça de teatro (David Mamet sempre foi ligado à dramaturgia), é verborrágico demais e lembra, da maneira como feito, aqueles programas da TV a cabo que reproduzem casos policiais e judiciários. A pergunta que não quer calar é o que dois grandes astros e ótimos atores como Al Pacino e Helen Mirren estão fazendo nesse filmeco – Helen substituiu a atriz Bette Midler, que teve hérnia de disco no início das filmagens. O grande Al Pacino, nos últimos anos, tem pisado feio na bola, atuando em filmes medíocres que não condizem com sua competência. Este é mais um deles.
“SÜSKIND”, 2013, Holanda, roteiro e direção de Rudolf van Den Berg. O filme conta a história, baseada em fatos reais, do alemão Walter Süskind, que, a exemplo de Oskar Schindler, foi responsável por salvar mais de mil judeus do Extermínio. Em 1938, Süskind, a mulher e a filha fugiram da perseguição nazista na Alemanha e foram morar na Holanda. Ele queria juntar dinheiro e ir com a família para os EUA. Arrumou emprego de gerente de um teatro em Amsterdam. Só que não deu tempo, pois os alemães invadiram a Holanda. Como era alemão – embora judeu -, Süskind foi cooptado pelos nazistas e ficou responsável pela organização das deportações de judeus holandeses para os campos de concentração. Quando Süskind descobriu que os judeus estavam sendo exterminados, resolveu pelo menos salvar as crianças – conseguiu salvar mais de mil. Além do trabalho corajoso de Süskind – vivido pelo ator Jeroen Spitzeberger -, o filme mostra todas aquelas cenas chocantes de filhos se separando dos pais, os judeus sendo atirados nos vagões de trens, agressões e assassinatos a sangue frio. Como destaque, o filme tem a presença sempre marcante do ator austríaco Karl Markovics (“Os Falsários” e “O Grande Hotel Budapeste”) como o oficial nazista encarregado de “limpar” Amsterdam, deportando todos os judeus residentes na cidade. Ele domina toda cena em que aparece. Quem quiser saber mais detalhes dessa história fantástica - e ver como ela termina - é só assistir a esta ótima produção holandesa.   olHolan