A
família de Hugo (Marcello Novaes) está em crise. Financeira e de relacionamento
entre pais e filhos, o que não é nenhuma novidade para a grande maioria das
famílias hoje em dia. Hugo está falido. Perdeu o emprego e todo o dinheiro que havia aplicado na Bolsa. Dispensa os empregados, corta despesas e tenta manter as aparências de qualquer maneira, embora se humilhe em pedir dinheiro emprestado. O drama nacional “CASA GRANDE”, 2014, explora a situação dessa família carioca de classe média alta e
suas consequências. Tudo acontece sob o ponto de vista de Jean (o estreante Thales
Cavalcanti), de 17 anos, filho de Hugo e Sônia (Suzana Pires). Ele se dá melhor
com o motorista Severino e com a empregada Rita (Clarissa Pinheiro) do que com
o pai e a mãe. É com esses empregados que Jean se abre. Ele sonha em fazer sexo
com Rita, que só quer a amizade do garoto. Jean se revolta com a demissão deles, o que irá piorar ainda mais seu relacionamento com o pai. Embora
o fundo dramático predomine, há espaço para situações bem-humoradas, o que
deixa o filme leve e agradável de assistir. O elenco está ótimo, desde os
experientes Marcello Novaes e Suzana Pires até os estreantes Thales Cavalcanti
e Clarissa Pinheiro, esta última responsável pelos momentos mais engraçados. Roteiro
e direção levam a assinatura de Fellipe Gamarano Barbosa, sua estreia em
longas. O filme foi premiado em vários festivais importantes, aqui e em outros
países. Merecidamente, aliás, pois é muito bom. Não deixe de ver!
sexta-feira, 31 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Morgan
Freeman e Diane Keaton encabeçam o elenco do insosso drama “RUTH
E ALEX”’ (“5 Flights Up”), 2014, direção de Richard Loncraine. A
história é baseada no romance “Heroic Measures”, escrito por Jill Ciment. Embora
divulgado como uma comédia dramática, gênero que une humor ao drama, este é
mesmo um drama, pois de engraçado tem pouca coisa, ou quase nada. Alex
(Freeman) e Ruth (Keaton) são casados e vivem no mesmo apartamento, no Brooklyn, em New York,
há 40 anos. Incentivados pela ambiciosa corretora Niece (Cynthia Nixon, de “Sex
and The City”), sobrinha de Ruth, louca para ganhar uma gorda comissão, eles decidem
vender o apartamento, embora não encontrem razão justificável para isso –
dilema que se arrasta até o final do filme, tornando-o ainda mais chato. Entre
cenas em flash back que mostram como
o romance entre os dois teve início, a rejeição por parte da família de Ruth em
relação a Alex – por ele ser negro – e as intermináveis negociações sobre a
venda do apartamento e a compra de outro, o filme chega ao seu desfecho tão
previsível quanto a evidente falta de química entre os atores principais. Morgan
Freeman e Diane Keaton podem ser ótimos atores, mas não funcionam e nem combinam como casal. Se
há um motivo para recomendar este filme, ainda não descobri qual.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Nos
anos 60, o produtor musical e compositor norte-americano Phil Spector (nome
artístico de Harvey Philip Spector) alcançou o auge da fama nos anos 60,
chegando a colaborar até com os Beatles. Em 2003, Spector foi acusado de ter
assassinado a atriz e modelo Lana Clarkson. Depois de dois julgamentos, Spector
foi condenado a 19 anos de prisão. O
drama “PHIL SPECTOR”, 2012, escrito e dirigido por David Mamet e
produzido pela HBO, conta a história dos bastidores do primeiro julgamento, em
2007. O filme enfoca com destaque o difícil relacionamento de Spector
(Al Pacino) com sua advogada Linda Kenney Baden (Helen Mirren). O filme foi
feito como uma peça de teatro (David Mamet sempre foi ligado à dramaturgia), é
verborrágico demais e lembra, da maneira como feito, aqueles programas da TV a
cabo que reproduzem casos policiais e judiciários. A pergunta que não quer calar é o
que dois grandes astros e ótimos atores como Al Pacino e Helen Mirren estão
fazendo nesse filmeco – Helen substituiu a atriz Bette Midler, que teve hérnia
de disco no início das filmagens. O grande Al Pacino, nos últimos anos, tem
pisado feio na bola, atuando em filmes medíocres que não condizem com sua
competência. Este é mais um deles.
“SÜSKIND”, 2013, Holanda, roteiro e direção
de Rudolf van Den Berg. O filme conta a história, baseada em fatos reais, do
alemão Walter Süskind, que, a exemplo de Oskar Schindler, foi responsável por
salvar mais de mil judeus do Extermínio. Em 1938, Süskind, a mulher e a filha fugiram
da perseguição nazista na Alemanha e foram morar na Holanda. Ele queria juntar
dinheiro e ir com a família para os EUA. Arrumou emprego de gerente de um
teatro em Amsterdam. Só que não deu tempo, pois os alemães invadiram a Holanda.
Como era alemão – embora judeu -, Süskind foi cooptado pelos nazistas e ficou
responsável pela organização das deportações de judeus holandeses para os
campos de concentração. Quando Süskind descobriu que os judeus estavam sendo
exterminados, resolveu pelo menos salvar as crianças – conseguiu salvar mais de mil. Além do trabalho corajoso de Süskind – vivido pelo ator Jeroen
Spitzeberger -, o filme mostra todas aquelas cenas chocantes de filhos se
separando dos pais, os judeus sendo atirados nos vagões de trens, agressões e
assassinatos a sangue frio. Como destaque, o filme tem a presença sempre marcante do ator austríaco Karl Markovics (“Os Falsários” e “O Grande
Hotel Budapeste”) como o oficial nazista encarregado de “limpar” Amsterdam,
deportando todos os judeus residentes na cidade. Ele domina toda cena em que aparece. Quem quiser saber mais
detalhes dessa história fantástica - e ver como ela termina - é só assistir a esta ótima produção holandesa.
olHolan
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