sábado, 18 de abril de 2020


“FIVE”, 2016, França, 1h42m, filme de estreia no roteiro e na direção do ator Igor Gotesman (ele atua como um dos cinco amigos de “Five”). Trata-se de uma comédia simpática e agradável de assistir, daquelas que deixam os nossos neurônios em descanso. Só diverte mesmo. É a história de cinco amigos de infância que fizeram um pacto de morar juntos, como uma família, quando fossem adultos, o que eles conseguem alugando um belo apartamento em Paris. Cada um contribuindo com sua parte com o aluguel e demais despesas. Eles são Samuel (Pierre Niney), Timothy (François Civil), Vadim (papel do diretor Gotesman), Nestor (Idrissa Hanrot) e a bela Julia (Margo Bandilhon), que todo mundo respeita como uma irmã, mas que no fundo todos gostariam de levar para a cama. Embora a amizade seja forte e aparentemente indestrutível, não será nada fácil a convivência, pois cada um tem uma personalidade diferente dos outros. Samuel engana o pai dizendo que está na faculdade de medicina, mas na verdade gasta todo o dinheiro em farras. Timothy é um maconheiro crônico, vive chapado o dia inteiro. Nestor é o garanhão da turma, vive se metendo em encrencas amorosas, sendo que uma delas terá grande importância no desfecho. Julia e Vadim são os mais centrados, pois vivem um romance escondido. Enfim, eles encaram uma rotina como uma família qualquer, até a hora em que é preciso assumir as despesas do apartamento. Samuel perdeu a mesada do pai e os demais se viram como podem. Na hora em que começa a faltar dinheiro, tem sempre aquele que apresenta uma ideia mirabolante. No caso, vender maconha, ao invés de só consumir. Claro que terão que se envolver com traficantes e cada vez mais a situação vai se complicando. O ator Pierre Niney é o mais conhecido do elenco, tendo participando de filmes interessantes como “Yves Saint Laurent”, “20 Anos + Jovem” e o maravilhoso “Frantz”, do diretor François Ozon. Destaco ainda a participação da diva Fanny Ardant no papel dela mesma. Não há dúvidas de que o filme apresenta algumas situações hilariantes e cenas de boa comédia, mas o resultado final é um tanto pífio. Em todo caso, para descontrair, vale a pena a pena assistir.   

sexta-feira, 17 de abril de 2020


“KILLERMAN: A LEI DAS RUAS” (“KILLERMAN”), 2019, Estados Unidos, 1h52, roteiro e direção de Malik Bader (que também atua no filme no papel do personagem Martinez). Trata-se de um filme policial centrado em Moe Diamond (o australiano Liam Hemsworth, irmão mais novo do também ator Chris Hemsworth), um sujeito que desde muito jovem entrou para a delinquência em Nova Iorque. Agora adulto, se especializou em lavagem de dinheiro de origem ilícita. Estamos falando de milhões de dólares e envolvimento com assaltantes e traficantes da pesada. Em quase todas essas trambicagens, Moe está ao lado de outro delinquente, seu amigo de infância Skunk (Emory Cohen). Sem nenhum deles saber, dois detetives corruptos estão atrás dos dois, loucos para se apropriar da grana alheia. Eis que surge no pedaço o poderoso traficante Perico (Zlatko Buric), por coincidência tio de Skunk. Ele pede que o sobrinho e o amigo Moe negociem um carregamento com outra gangue de traficantes, mas aí o caldo engrossa. O roteiro até arruma uma perda de memória de Moe. Vai sobrar para todo mundo, inclusive para a esposa de Moe que está grávida, Lola (Diane Guerrero). O filme até que tem boas cenas de ação (perseguições, muita violência, sangue jorrando e momentos de alta tensão), mas o elenco é muito ruim, a começar por Liam Hemsworth, e a história não me convenceu. 

quinta-feira, 16 de abril de 2020


“CARGA BRUTA – LADRÕES CONTRA TRAFICANTES” (“BRAQUEURS”), 2018, França, 1h21m, roteiro e direção de Julien Leclercq. Filme policial com muita ação, tensão, violência e reviravoltas. Uma quadrilha especializada em assaltar carros-forte está aterrorizando a França, agindo, principalmente, em Paris e arredores. O bando é comandado por Yanis Zeri (Sami Bouajila), um imigrante marroquino que vive na capital francesa com a mãe, a irmã e o seu irmão mais novo, Amine (Redouane Behache), que também faz parte da quadrilha. Depois de realizar mais um bem sucedido assalto, acontece um imprevisto dos mais graves envolvendo Amine, que deixa um rastro que pode denunciar sua quadrilha. E não dá outra. Uma poderosa gangue de traficantes descobre que o assalto foi realizado pela turma de Yanis e resolve chantageá-lo. Em troca de não serem denunciados, Yanes e seus comparsas terão de roubar um grande carregamento de heroína. As coisas dão errado e os traficantes começam a perder a paciência, vingando-se nos familiares da turma de Yanes. Destaque para mais uma excelente atuação do ator franco/tunisiano Sami Bouajila, que já trabalhou em outros bons filmes policiais do cinema francês. Estão ainda no elenco Guillaume Gouix e Alice de Lencquesaing. Sem dúvida, mais um excelente filme policial francês. Méritos ao roteirista e diretor Julien Leclercq, que tem no currículo bons filmes de ação como “O Resgate”, “Gibraltar” e “Lukas”.   

quarta-feira, 15 de abril de 2020


“CRIADO IGUAL” (“CREATED EQUAL” – a tradução literal para o português é minha, já que o filme ainda não chegou por aqui), 2017, Estados Unidos, 1h31m, direção do veterano ator Bill Duke. Roteiristas: Michael Ricigliano, Joyce Renee Lewis, Theta Catalon e Ned Bowman, que adaptaram a história para o cinema baseados no romance de Roger A. Brown. É um filme de fundo religioso, filosófico e, principalmente, jurídico, já que grande parte dele tem como cenário um tribunal. A história começa com a jovem Alejandra Batista (Edy Ganem), noviça que trabalha como auxiliar numa escola para crianças carentes administrada por freiras católicas. O sonho dela é entrar para o seminário e se tornar padre. Como o seu pedido é recusado pela Arquidiocese de New Orleans, ela decide entrar com um processo. Indicado para defendê-la, sem honorários (o tal pro bono, que os grandes escritórios norte-americanos de advocacia costumam promover “para o bem público”). O advogado Thomas Reily (Aaron Tveit) é nomeado para trabalhar no processo. Pessimista quanto ao resultado final, Thomas começa a acreditar que a fé de Alejandra é tão forte que pode interferir no resultado final. O caso gera imediata repercussão e logo ganha uma grande legião de inimigos: os fervorosos católicos, incluída entre eles a própria mãe de Thomas, além de um radical disposto a assassinar a noviça rebelde. Começa o julgamento. A defesa dos preceitos da Igreja no tribunal fica a cargo do Monsenhor Renzulli (Lou Diamond Phillips). Os principais argumentos de Thomas são baseados na questão da discriminação de gêneros, ou seja, na igualdade de direitos que nos Estados Unidos é garantida pela constituição. E por aí vão as discussões, que resultam em diálogos muito interessantes. Batalha dura para Thomas e Alejandra. Não é fácil modificar uma norma milenar que faz parte do Código do Direito Canônico da Igreja Católica. No desfecho, quando começam a subir os créditos, aparece o Papa Francisco dando uma entrevista coletiva falando justamente sobre esse tema: “Com relação à ordenação de mulheres, a Igreja já falou que não. A porta está fechada”. Fora os prós e contras, o filme é muito interessante ao abordar tema tão polêmico. Só achei que a abordagem ficou na superfície, poderia ir muito mais fundo, ainda mais que trabalharam no roteiro uma equipe de quatro roteiristas. Achei um outro defeito de roteiro que me chamou muito a atenção. Durante todo o processo, ninguém orientou Alejandra a ingressar num convento e estudar para ser freira. Dá para assistir "Criado Igual" numa boa e depois discutir o tema com os amigos. Vai dar briga boa.       

segunda-feira, 13 de abril de 2020


“AUGGIE”, 2019, produzido para a TV norte-americana pela Samuel Goldwyn Filmes, 1h21m, direção de Mat Kanne, que também assina o roteiro com Marc Underhill. É o primeiro longa-metragem da dupla. Trata-se de um misto de ficção científica, fantasia e drama familiar. O arquiteto Felix (Richard Kind) acaba de se aposentar do escritório de arquitetura onde trabalhou 35 anos. De presente de despedida, ele recebe uns óculos da marca Auggie. Ele até estranha, pois a tradição nessas ocasiões é o homenageado receber um relógio de pulso. Como logo descobrirá, os óculos têm um poder muito especial. Ou seja, projetar uma espécie de holograma com uma bela jovem, meiga e sensual, a tal Auggie (Christen Harper). E melhor: a imagem é como se fosse real, interagindo com a pessoa que está usando os óculos. Vivendo um casamento morno de muitos anos com Hilary (Larisa Oleynik), o quase sessentão Felix começa a se entusiasmar mais do que devia, a ponto de chamar a atenção da esposa e da filha com seu comportamento muito estranho. Enfim, ele se apaixona pela imagem e começa a ficar doidão, colocando em risco o próprio casamento. O filme se arrasta num ritmo entediante e se você é homem, pelo menos terá como atrativo a bela Christen Harper, realmente uma menina de virar a cabeça de qualquer um.  


“CARRASCO AMERICANO” (“AMERICAN HANGMAN”), 2019, Canadá, 1h39m, segundo longa-metragem escrito e dirigido por Wilson ConeyBeare. Trata-se de um suspense psicológico com alguma violência. Um psicopata, um tal de Henri Davi (Vincent Kartheiser), sequestra dois homens e os confina num porão de uma casa. Os reféns não entendem o que está acontecendo e o maluco demora a esclarecer a razão do duplo sequestro. Um deles é Ron (Paul Braustein) e o outro é o juiz Straight (Donald Sutherland). O filme segue com muito papo furado entre o psicopata e a dupla de reféns. O tema das conversas envolve as falhas do sistema judiciário. Por um erro na sentença de um caso no passado, o maluco resolve julgar o juiz Straight. Até aí tudo normal. Só que ele resolve filmar o julgamento e passa a transmiti-lo ao vivo pela Internet, utilizando as redes sociais. Ainda não contente, o psicopata pede que os espectadores assumam a responsabilidade de votar se o juiz é culpado ou inocente. O caso mobiliza o país inteiro e a polícia entre na parada para tentar descobrir o local secreto onde estão o maluco e seus dois reféns. O filme é muito ruim, entediante à beira do insuportável, com um elenco medíocre. Difícil acreditar que um ator consagrado como Donald Sutherland tenha participado desse verdadeiro abacaxi. A única justificativa é que ele deve estar sem grana. Só pode ser. Mas não cabe a mim julgá-lo, já que o filme faz isso muito bem. Se puder, fuja a galope!