“FIVE”, 2016,
França, 1h42m, filme de estreia no roteiro e na direção do ator Igor Gotesman (ele
atua como um dos cinco amigos de “Five”). Trata-se de uma comédia simpática e
agradável de assistir, daquelas que deixam os nossos neurônios em descanso. Só
diverte mesmo. É a história de cinco amigos de infância que fizeram um pacto de
morar juntos, como uma família, quando fossem adultos, o que eles conseguem
alugando um belo apartamento em Paris. Cada um contribuindo com sua parte com o
aluguel e demais despesas. Eles são Samuel (Pierre Niney), Timothy (François
Civil), Vadim (papel do diretor Gotesman), Nestor (Idrissa Hanrot) e a bela
Julia (Margo Bandilhon), que todo mundo respeita como uma irmã, mas que no
fundo todos gostariam de levar para a cama. Embora a amizade seja forte e
aparentemente indestrutível, não será nada fácil a convivência, pois cada um
tem uma personalidade diferente dos outros. Samuel engana o pai dizendo que
está na faculdade de medicina, mas na verdade gasta todo o dinheiro em farras.
Timothy é um maconheiro crônico, vive chapado o dia inteiro. Nestor é o
garanhão da turma, vive se metendo em encrencas amorosas, sendo que uma delas terá grande importância no desfecho. Julia e Vadim são os mais centrados, pois vivem um romance escondido. Enfim, eles
encaram uma rotina como uma família qualquer, até a hora em que é preciso
assumir as despesas do apartamento. Samuel perdeu a mesada do pai e os demais
se viram como podem. Na hora em que começa a faltar dinheiro, tem sempre aquele
que apresenta uma ideia mirabolante. No caso, vender maconha, ao invés de só
consumir. Claro que terão que se envolver com traficantes e cada vez mais a
situação vai se complicando. O ator Pierre Niney é o mais conhecido do elenco,
tendo participando de filmes interessantes como “Yves Saint Laurent”, “20 Anos
+ Jovem” e o maravilhoso “Frantz”, do diretor François Ozon. Destaco ainda a
participação da diva Fanny Ardant no papel dela mesma. Não há dúvidas de que o
filme apresenta algumas situações hilariantes e cenas de boa comédia, mas o
resultado final é um tanto pífio. Em todo caso, para descontrair, vale a pena a
pena assistir.
sábado, 18 de abril de 2020
sexta-feira, 17 de abril de 2020
“KILLERMAN: A LEI DAS RUAS” (“KILLERMAN”),
2019,
Estados Unidos, 1h52, roteiro e direção de Malik Bader (que também atua no
filme no papel do personagem Martinez). Trata-se de um filme policial centrado
em Moe Diamond (o australiano Liam Hemsworth, irmão mais novo do também ator
Chris Hemsworth), um sujeito que desde muito jovem entrou para a delinquência
em Nova Iorque. Agora adulto, se especializou em lavagem de dinheiro de origem
ilícita. Estamos falando de milhões de dólares e envolvimento com assaltantes e
traficantes da pesada. Em quase todas essas trambicagens, Moe está ao lado de outro
delinquente, seu amigo de infância Skunk (Emory Cohen). Sem nenhum deles saber,
dois detetives corruptos estão atrás dos dois, loucos para se apropriar da grana
alheia. Eis que surge no pedaço o poderoso traficante Perico (Zlatko Buric),
por coincidência tio de Skunk. Ele pede que o sobrinho e o amigo Moe negociem
um carregamento com outra gangue de traficantes, mas aí o caldo engrossa. O
roteiro até arruma uma perda de memória de Moe. Vai sobrar para todo mundo,
inclusive para a esposa de Moe que está grávida, Lola (Diane Guerrero). O filme
até que tem boas cenas de ação (perseguições, muita violência, sangue jorrando
e momentos de alta tensão), mas o elenco é muito ruim, a começar por Liam
Hemsworth, e a história não me convenceu.
quinta-feira, 16 de abril de 2020
“CARGA BRUTA – LADRÕES CONTRA
TRAFICANTES” (“BRAQUEURS”), 2018, França, 1h21m, roteiro e direção de
Julien Leclercq. Filme policial com muita ação, tensão, violência e reviravoltas. Uma
quadrilha especializada em assaltar carros-forte está aterrorizando a França,
agindo, principalmente, em Paris e arredores. O bando é comandado por Yanis
Zeri (Sami Bouajila), um imigrante marroquino que vive na capital francesa com
a mãe, a irmã e o seu irmão mais novo, Amine (Redouane Behache), que também faz
parte da quadrilha. Depois de realizar mais um bem sucedido assalto, acontece
um imprevisto dos mais graves envolvendo Amine, que deixa um rastro que pode
denunciar sua quadrilha. E não dá outra. Uma poderosa gangue de traficantes
descobre que o assalto foi realizado pela turma de Yanis e resolve
chantageá-lo. Em troca de não serem denunciados, Yanes e seus comparsas terão
de roubar um grande carregamento de heroína. As coisas dão errado e os
traficantes começam a perder a paciência, vingando-se nos familiares da turma
de Yanes. Destaque para mais uma excelente atuação do ator franco/tunisiano Sami Bouajila, que já trabalhou em outros bons filmes policiais do cinema francês. Estão ainda no elenco Guillaume Gouix e Alice de Lencquesaing. Sem
dúvida, mais um excelente filme policial francês. Méritos ao roteirista e
diretor Julien Leclercq, que tem no currículo bons filmes de ação como
“O Resgate”, “Gibraltar” e “Lukas”.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
“CRIADO IGUAL” (“CREATED EQUAL” – a
tradução literal para o português é minha, já que o filme ainda não chegou por
aqui), 2017, Estados Unidos, 1h31m, direção do veterano ator Bill Duke.
Roteiristas: Michael Ricigliano, Joyce Renee Lewis, Theta Catalon e Ned Bowman,
que adaptaram a história para o cinema baseados no romance de Roger A. Brown. É um filme de
fundo religioso, filosófico e, principalmente, jurídico, já que grande parte
dele tem como cenário um tribunal. A história começa com a jovem Alejandra
Batista (Edy Ganem), noviça que trabalha como auxiliar numa escola para crianças
carentes administrada por freiras católicas. O sonho dela é entrar para o
seminário e se tornar padre. Como o seu pedido é recusado pela Arquidiocese de
New Orleans, ela decide entrar com um processo. Indicado para defendê-la, sem
honorários (o tal pro bono, que os grandes escritórios norte-americanos
de advocacia costumam promover “para o bem público”). O advogado Thomas Reily
(Aaron Tveit) é nomeado para trabalhar no processo. Pessimista quanto ao
resultado final, Thomas começa a acreditar que a fé de Alejandra é tão forte
que pode interferir no resultado final. O caso gera imediata repercussão e logo ganha
uma grande legião de inimigos: os fervorosos católicos, incluída entre eles a
própria mãe de Thomas, além de um radical disposto a assassinar a noviça rebelde.
Começa o julgamento. A defesa dos preceitos da Igreja no tribunal fica a cargo do
Monsenhor Renzulli (Lou Diamond Phillips). Os principais argumentos de Thomas são
baseados na questão da discriminação de gêneros, ou seja, na igualdade de
direitos que nos Estados Unidos é garantida pela constituição. E por aí vão as
discussões, que resultam em diálogos muito interessantes. Batalha dura para Thomas
e Alejandra. Não é fácil modificar uma norma milenar que faz parte do Código do
Direito Canônico da Igreja Católica. No desfecho, quando começam a subir os
créditos, aparece o Papa Francisco dando uma entrevista coletiva falando
justamente sobre esse tema: “Com relação à ordenação de mulheres, a Igreja já
falou que não. A porta está fechada”. Fora os prós e contras, o filme é muito
interessante ao abordar tema tão polêmico. Só achei que a abordagem ficou na
superfície, poderia ir muito mais fundo, ainda mais que trabalharam no roteiro
uma equipe de quatro roteiristas. Achei um outro defeito de roteiro que me
chamou muito a atenção. Durante todo o processo, ninguém orientou Alejandra a ingressar num convento e estudar para ser freira. Dá para assistir "Criado Igual" numa boa e
depois discutir o tema com os amigos. Vai dar briga boa.
segunda-feira, 13 de abril de 2020
“AUGGIE”, 2019,
produzido para a TV norte-americana pela Samuel Goldwyn Filmes, 1h21m, direção
de Mat Kanne, que também assina o roteiro com Marc Underhill. É o primeiro
longa-metragem da dupla. Trata-se de um misto de ficção científica, fantasia e
drama familiar. O arquiteto Felix (Richard Kind) acaba de se aposentar do
escritório de arquitetura onde trabalhou 35 anos. De presente de despedida, ele
recebe uns óculos da marca Auggie. Ele até estranha, pois a tradição nessas
ocasiões é o homenageado receber um relógio de pulso. Como logo descobrirá, os óculos
têm um poder muito especial. Ou seja, projetar uma espécie de holograma com uma
bela jovem, meiga e sensual, a tal Auggie (Christen Harper). E melhor: a imagem é como se fosse
real, interagindo com a pessoa que está usando os óculos. Vivendo um casamento
morno de muitos anos com Hilary (Larisa Oleynik), o quase sessentão Felix
começa a se entusiasmar mais do que devia, a ponto de chamar a atenção da
esposa e da filha com seu comportamento muito estranho. Enfim, ele se apaixona
pela imagem e começa a ficar doidão, colocando em risco o próprio casamento. O
filme se arrasta num ritmo entediante e se você é homem, pelo menos terá como
atrativo a bela Christen Harper, realmente uma menina de virar a cabeça de
qualquer um.
“CARRASCO AMERICANO” (“AMERICAN
HANGMAN”), 2019, Canadá, 1h39m, segundo longa-metragem escrito e dirigido por
Wilson ConeyBeare. Trata-se de um suspense psicológico com alguma violência. Um
psicopata, um tal de Henri Davi (Vincent Kartheiser), sequestra dois homens e
os confina num porão de uma casa. Os reféns não entendem o que está acontecendo
e o maluco demora a esclarecer a razão do duplo sequestro. Um deles é Ron (Paul
Braustein) e o outro é o juiz Straight (Donald Sutherland). O filme segue com
muito papo furado entre o psicopata e a dupla de reféns. O tema das
conversas envolve as falhas do sistema judiciário. Por um erro na sentença de
um caso no passado, o maluco resolve julgar o juiz Straight. Até aí tudo
normal. Só que ele resolve filmar o julgamento e passa a transmiti-lo ao vivo
pela Internet, utilizando as redes sociais. Ainda não contente, o psicopata pede
que os espectadores assumam a responsabilidade de votar se o juiz é culpado ou
inocente. O caso mobiliza o país inteiro e a polícia entre na parada para tentar
descobrir o local secreto onde estão o maluco e seus dois reféns. O filme é
muito ruim, entediante à beira do insuportável, com um elenco medíocre. Difícil acreditar que um ator consagrado como Donald Sutherland
tenha participado desse verdadeiro abacaxi. A única justificativa é que ele
deve estar sem grana. Só pode ser. Mas não cabe a mim julgá-lo, já que o filme
faz isso muito bem. Se puder, fuja a galope!
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