“O DONO DO JOGO” (“Pawn Sacrifice”), 2014, EUA, direção de Edward Zwick (“Diamante
de Sangue” e “O Último Samurai”) e roteiro escrito por Steven Knight (“Senhores
do Crime”). Para quem nunca ouviu falar, o norte-americano Bobby Fischer foi um
dos maiores enxadristas do mundo. Este filme conta sua história, destacando a
conquista do Campeonato Mundial de 1972, em Reykjavik, capital da Islândia, quando
Fischer enfrentou e venceu o até então invencível jogador russo Boris Spassky,
naquela que foi chamada a “Batalha da Guerra Fria”. Ao quebrar a hegemonia dos
russos no Xadrez, Fischer ganhou notoriedade mundial. Ele já era famoso nos
EUA, quando, aos 15 anos, ganhou o título de “Grande Mestre” e o Campeonato
Nacional de Xadrez. O filme mostra Fischer como um gênio mentalmente
perturbado, com mania de perseguição, egocêntrico e irascível. Tinha verdadeiro
horror dos comunistas, embora sua mãe tenha sido filiada ao partidão. Enfim, um
gênio genioso. Na vida real, teve um fim triste, como mostra o filme nos seus
créditos finais. Tobey Maguire (“Homem-Aranha”) é Bobby Fischer, numa excelente
interpretação. Também estão no elenco Liev Schreiber (Boris Spassky), Michael
Stuhlbarg (Paul Marshall) e Peter Sarsgaard (Padre Bill Lombardy). O maior
mérito do diretor Steven Zwick foi criar, de forma irrepreensível, o clima político que predominava naqueles
anos, tendo como pano de fundo a Guerra Fria. A recriação de época, cenários e
figurinos, também é o grande destaque desse ótimo filme, que merece ser visto não
apenas pelos aficionados do Xadrez. Imperdível!
sábado, 14 de maio de 2016
terça-feira, 10 de maio de 2016
O
tema “vingança com as próprias mãos” já ganhou inúmeros e incontáveis filmes. O
melhor deles talvez ainda seja “Desejo de Matar”, com Charles Bronson, na década de 70. Assassinos
matam alguém da família – ou a família inteira – do mocinho, que espera seja
feita justiça pela polícia ou pela própria Justiça. Como isso não acontece, ele
parte para a vingança pessoal. Clichê dos clichês. Agora chega mais um nessa
linha. “EU SOU A FÚRIA” (“I Am Wrath”), 2015, EUA, traz
John Travolta no papel de Stanley Hill, um ex-agente do governo americano cuja esposa
é brutalmente assassinada no estacionamento de um aeroporto. A polícia não faz
nada e o viúvo resolve, então, com a ajuda de um antigo companheiro, sair à
caça dos criminosos. No meio do caminho, porém, descobre que os assassinos não agiram
por conta própria, numa trama envolvendo policiais corruptos, um traficante de drogas psicopata e até uma alta autoridade governamental. Apesar do diretor Chuck
Russell (“O Máskara”, “Queima de Arquivo” e “O Escorpião Rei”) e da presença de
Travolta, além de outros atores bastante conhecidos como Christopher Meloni,
Rebecca de Mornay (ainda em grande forma) e Amanda Schull, “Eu sou a Fúria” não
passa de um filmeco B, que mais merecia Nicolas Cage no papel principal, o que quase
aconteceu, e não Travolta, que aliás, ultimamente, só tem feito filmes
medíocres. Este é mais um da lista.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
O drama francês “O VALE DO AMOR” (“La Vallée de L’Amour”
ou “Valley of Love”) teve sua primeira
exibição no Festival de Cannes 2015, onde disputou a Palma de Ouro. A história:
os atores Gérard (Gérard Depardieu) e Isabelle (Isabelle Huppert), há muitos
anos separados, recebem, cada um, uma carta de Michael, o filho que se matara
sete meses antes, pedindo que os dois viajem para o Death Valley (Vale da
Morte), na Califórnia, em determinados dias de novembro. Lá, segundo ele
escreveu nas cartas, Gérard e Isabelle teriam a oportunidade de revê-lo. Um
toque de mediunidade. Durante os dias em que passam juntos, sob um calor
escaldante, Gérard e Isabelle aproveitam para aparar algumas arestas do
passado, entre as quais o arrependimento de ambos por não terem dado a atenção
devida ao filho, com o qual não tinham relação há anos. Isabelle acredita no
que o filho diz nas cartas, mas Gérard não vê com bons olhos qualquer
manifestação espiritual. O diretor Guillaume Nicloux (“A Religiosa”) manteve os
nomes dos atores em seus personagens. Tem até uma passagem engraçada no filme,
quando Gérard é reconhecido por um hóspede do hotel, que lhe pede um autógrafo.
Gérard escreve “Bob De Niro”. Falando no ator francês, ele nunca esteve tão
gordo. Parece um ogro. Mas, de qualquer forma, é um grande ator. E Isabelle
Huppert, a atriz competente de sempre. Os dois, praticamente os únicos
protagonistas, seguram o filme. Só por Depardieu e Huppert, vale uma visita. Ah,
o filme ganhou, merecidamente, o Prêmio César (o Oscar francês) de Melhor
Fotografia.
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