segunda-feira, 9 de maio de 2016

O drama francês “O VALE DO AMOR” (“La Vallée de L’Amour” ou “Valley of Love”) teve sua primeira exibição no Festival de Cannes 2015, onde disputou a Palma de Ouro. A história: os atores Gérard (Gérard Depardieu) e Isabelle (Isabelle Huppert), há muitos anos separados, recebem, cada um, uma carta de Michael, o filho que se matara sete meses antes, pedindo que os dois viajem para o Death Valley (Vale da Morte), na Califórnia, em determinados dias de novembro. Lá, segundo ele escreveu nas cartas, Gérard e Isabelle teriam a oportunidade de revê-lo. Um toque de mediunidade. Durante os dias em que passam juntos, sob um calor escaldante, Gérard e Isabelle aproveitam para aparar algumas arestas do passado, entre as quais o arrependimento de ambos por não terem dado a atenção devida ao filho, com o qual não tinham relação há anos. Isabelle acredita no que o filho diz nas cartas, mas Gérard não vê com bons olhos qualquer manifestação espiritual. O diretor Guillaume Nicloux (“A Religiosa”) manteve os nomes dos atores em seus personagens. Tem até uma passagem engraçada no filme, quando Gérard é reconhecido por um hóspede do hotel, que lhe pede um autógrafo. Gérard escreve “Bob De Niro”. Falando no ator francês, ele nunca esteve tão gordo. Parece um ogro. Mas, de qualquer forma, é um grande ator. E Isabelle Huppert, a atriz competente de sempre. Os dois, praticamente os únicos protagonistas, seguram o filme. Só por Depardieu e Huppert, vale uma visita. Ah, o filme ganhou, merecidamente, o Prêmio César (o Oscar francês) de Melhor Fotografia. 

Nenhum comentário: