sábado, 12 de agosto de 2023

 

“PAIXÃO SUFOCANTE” (“SOUS EMPRISE”), 2022, França, 1h58m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção do cineasta norte-americano David M. Rosenthal. O filme explora duas vertentes. A primeira se refere à paixão desenfreada e obsessiva entre um jovem casal. A outra diz respeito a um esporte radical pouquíssimo conhecido por aqui, que é o mergulho livre, disputado em campeonatos de apneia, cujos vencedores são obrigados a permanecer por mais tempo e mais fundo no mar sem o auxílio de respiradores. É preciso ter muita coragem e treinamento para arriscar a vida nesse esporte subaquático. A personagem principal é a jovem Roxana (Camille Rowe), que abandona os estudos para frequentar um curso de mergulho no sul da França, também conhecido como Riviera Francesa. Seu instrutor é Pascal Gautier (o ator de origem argelina Sofiane Zermani), um campeão mundial de mergulho por quem a moça se apaixona perdidamente. Entre essa paixão, os treinamentos e os campeonatos, “Paixão Sufocante” segue destacando belíssimas locações e cenários subaquáticos de grande beleza. Também estão no elenco César Domboy, Eva Danino, Natalie Mitson, Laurent Fernandez e Muriel Combeau. Em entrevistas durante o lançamento do filme, o diretor Rosenthal afirmou que baseou a história na biografia da mergulhadora Audrey Mestre (1974-2002), que morreu durante uma competição na qual tentava bater seu próprio recorde mundial de mergulho livre. O filme é muito interessante, pois nos apresenta um esporte pouco difundido e praticado entre nós e, tecnicamente, é muito bem feito. O que me incomodou muito foi a atriz principal, Camille Rowe, sem dúvida muito bonita, mas magérrima e esquelética demais para ser considerada uma atleta – na verdade, além de atriz, ela é uma supermodelo. Trocando em miúdos, “Paixão Sufocante” é apenas uma dica interessante.       

terça-feira, 8 de agosto de 2023

 

“RESPIRE FUNDO” (“A MOUTHFUL OF AIR”), 2022, Estados Unidos, 1h46m, em cartaz no Prime Vídeo, roteiro e direção de Amy Koppelman. A história foi adaptada do livro homônimo escrito pela própria Koppelman em 2003. Trata-se de um drama psicológico que aborda a depressão, no caso, a pós-parto. Julie Davis (Amanda Seyfried, em excelente desempenho), uma escritora best-seller de livros infantis, tenta o suicídio pouco antes do aniversário de primeiro ano do filho Teddy. Com o apoio do marido sempre presente Ethan Davis (Finn Wittrock) e da mãe Bobby (Amy Irving), além das consultas com o psiquiatra Dr. Sylvester (Paul Giamatti), Julie tenta vencer a depressão, mas logo se percebe que será uma tarefa muito difícil. Ela fica grávida novamente de uma menina e, quando parecia estar tudo bem, eis que... vou deixar essa dúvida para quem for assistir. Apesar de sensível e, em alguns momentos, bastante delicado, “Respire Fundo” vai fundo no problema da depressão. No caso de Julie, o estopim parece ter sido o relacionamento com o pai quando era criança. O filme não deixa claro, mas sugere que ela tenha sido abusada sexualmente pelo pai. Além da atuação magistral de Amanda Seyfried, é preciso destacar também a participação da veterana Amy Irving, de tantos clássicos importantes, como “Carrie, A Estranha”, “O Amigo Oculto” e o nosso “Bossa Nova”, dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto, na época marido de Amy. Resumindo, “Respire Fundo” é um drama bastante forte. Respire fundo e assista.     

domingo, 6 de agosto de 2023

 

“SEQUESTRO: INOCÊNCIA ROUBADA” (“SMALL WORLD”), 2022, Polônia, 1h57m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Patrick Vega, que também assina o roteiro com a colaboração de Olaf Olszewski. O drama polonês trata de um tema bastante indigesto: a pedofilia. E não fica apenas na superfície: de maneira realista e explícita, toca nessa ferida de modo bastante contundente. Há cenas chocantes que podem incomodar os espectadores mais sensíveis. A história começa quando uma garota de apenas 4 anos é sequestrada numa pequena cidade da Polônia, perto da fronteira com a Rússia. A menina foi vendida por dois irmãos pedófilos a uma máfia russa que explora o sexo infantil. O detetive polonês Robert Goc (Piotr Adamczyk) resolve investigar o caso, que se arrasta pelos 12 anos seguintes. O policial consegue chegar à menina sequestrada já adolescente (a atriz Julia Wieniawa) trabalhando para um grupo de pedófilos chefiado pela mafiosa Jasmina (Montserrat Roig De Puig). Algumas cenas são chocantes demais, o que evidencia a intenção do roteirista e diretor de tratar o assunto da maneira mais realista possível. A questão psicológica que envolve o detetive, ele próprio se tornando um pedófilo, é um dos pontos de destaque da história. Não há referências de que o filme tenha sido baseado em fatos reais, mas não deve ser muito diferente do que acontece nos bastidores dessa praga terrível que é a pedofilia. Trocando em miúdos (desculpem o trocadilho), sem elogiar ou criticar, esse drama polonês é forte o suficiente para incomodar e chocar.