Divulgado como uma comédia
dramática, “LIMITES” (“BOUNDARIES”), 2018, Canadá/EUA, 1h44m, tem mais
humor do que drama, o que tornou este filme independente numa agradável opção de
entretenimento. É o ótimo elenco que se sobressai: Vera Farmiga, Christopher
Plummer, Lewis MacDougall, Christopher Lloyd, Bobby Carnavale e Peter Fonda – foi o último filme do filho de Henry e irmão de Jane, que morreu em agosto de 2019. Excelente também é o trabalho
da jovem roteirista e diretora Shana Feste, que mesclou drama e humor na dose
certa. A história começa com Laura (Farmiga) enfrentando os problemas causados
por seu filho adolescente Henry (Lewis MacDougall), expulso da escola por
desenhar eróticos explícitos de mulheres e homens nus. Não bastasse isso, Laura ainda recebe a notícia
de que seu pai Jack (Plummer) acaba de ser expulso do asilo em que morava por
ter plantado maconha no jardim. Sem saber o que fazer a respeito, e muito a
contragosto, já que ele havia abandonado a família muitos anos atrás, Laura
decide buscar o pai. Não para ficar com ela, mas sim para levá-lo até a casa da
irmã Jojo (Kristen Schaal), em Los Angeles. Uma longa viagem, a partir do Texas.
E lá vão nossos viajantes, grupo que inclui o filho de Laura e mais os
cachorros da família. Começa o road movie. O avô e o neto, que não se conheciam,
fazem amizade durante o caminho. Não só amizade, como também uma cumplicidade
escondida de Laura, já que os dois passam a viagem vendendo maconha. No meio do
caminho, Jack ainda terá a oportunidade de rever dois antigos parceiros de
crimes, Stanley (Christopher Lloyd) e Joey (Fonda). E Laura de rever o ex-marido
Leonard (Carnavale), que finalmente conhecerá o filho. Apesar de todos esses acontecimentos,
o filme é mais focado na difícil relação entre pai e filha, ambos tentando aparar
as arestas traumáticas do passado. Enfim, uma jornada bem divertida, valorizada
pelo desempenho magistral de Vera Farmiga e do experiente Christopher Plummer.
IMPERDÍVEL!
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
“55 PASSOS” (“55 STEPS”), 2017,
coprodução Alemanha/Bélgica/Estados Unidos, 1h55m, direção de Bille August, com
roteiro de Mark Bruce Rosin. O filme, baseado em fatos reais e falado em
inglês, relembra uma batalha jurídica que teve grande repercussão nos Estados Unidos
no final dos anos 80 do século passado. Eleanor Riese, uma paciente da unidade
psiquiátrica do St. Mary’s Hospital and Medical Center, na cidade de São
Francisco, solicitou uma advogada para lutar por seus direitos de paciente, ou
seja, para deixar de tomar medicação em excesso e sem seu consentimento,
causando em Eleanor sérios efeitos colaterais. Quem assumiu seu caso foi a
advogada Colette Hughes que, com a ajuda do professor de direito constitucional
Mort Cohen, conseguiu entrar com uma ação contra o St. Mary’s Hospital, levando
a questão a julgamento na Corte Suprema da Califórnia. O resultado vitorioso de
Colette e Cohen mudou os rumos da psiquiatria nos Estados Unidos, tornando os
tratamentos mais humanizados. A atriz britânica Helena Bonham Carter, com uma
atuação magistral, faz o papel de Eleanor. A atriz norte-americana Hilary Swank
é a advogada Coletteiré e o ator Jeffrey Tambor representa o professor Mort
Cohen. Bonham Carter assumiu o papel de Eleanor após a desistência de Vera Farmiga,
inicialmente indicada para o papel. O veterano diretor dinamarquês Bille August ganhou
destaque ao vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e o Globo de Ouro em
1989, além da Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano anterior com o filme “Pelle,
o Conquistador”. Além deste, um espetáculo, também assisti a outros bons filmes
dirigidos por August, como “Trem Noturno para Lisboa”, “Os Miseráveis”, “As
Melhores Intenções” e “Casa dos Espíritos”. Portanto, história, elenco, roteiro
e direção fizeram de “55 Passos” um excelente entretenimento. Uma informação
final: os tais “55 Passos” dizem respeito aos degraus da escada que todo mundo
é obrigado a subir para chegar ao andar principal da Corte Suprema da
Califórnia.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Nunca
fui muito fã do gênero terror, embora tenha assistido a filmes muito bons. Como
exemplo, posso citar alguns: “O Iluminado”, “O Bebê de Rosemary”, “O Exorcista”
e “Alien, o 8º Passageiro”, entre outros. Mas os melhores continuam sendo os
filmes com o personagem Dr. Phibes, com Vincent Price, e os de Drácula, com
Christopher Lee. Quem teve a oportunidade de assistir a todos estes que citei, vai
se decepcionar com o terror inglês “O DEMÔNIO DO SONO” (“MARA”), 2018, produção
Netflix (estreou mundialmente no dia 7 de setembro de 2018), 1h38m. Trata-se do
primeiro longa-metragem dirigido por Clive Tonge, mais conhecido como diretor de
curtas. O roteirista é Jonathan Frank, o mesmo de “Vingança entre Assassinos” (2009)
e “Jogada Final (2017). Mesmo com a presença da linda e ótima atriz ucraniana
Olga Kurylenko, de "007 – Quantum of Solace”, no papel principal, o filme não
deslancha, fruto de uma história fantasiosa demais, beirando o ridículo, e um elenco
fraquíssimo, que parece atuar no piloto automático, incluindo a atriz ucraniana.
A psicóloga criminal Kate (Kurylenko) é
recrutada pela polícia para decifrar o perfil psicológico de um criminoso que
estava matando pessoas com uma dose cavalar de crueldade, incluindo quebrar o pescoço
das vítimas. O grande mistério é que não há evidências no local do crime. Kate acaba
se envolvendo demais na história, principalmente depois que conhece Helena
(Rosie Fellner), uma mulher que diz ter sido atacada pelo “demônio do sono”.
Até desvendar o mistério, Kate também estará na lista do assassino, assim como
outras vítimas. Essa história de pessoas que caem no sono e são atacadas já foi
tema de filmes muito melhores, como “A Hora do Pesadelo” e “Pesadelos Mortais”.
Embora tenha alguns bons sustos, “Mara” está na Série C dos filmes de terror.
domingo, 20 de outubro de 2019
“OSCAR PISTORIUS: ASSASSINO
OLÍMPICO” (“OSCAR PISTORIUS: BLADE RUNNER KILLER”), produção
Lifetimes Movies (estreia mundial aconteceu dia 14 de fevereiro de 2018),
1h30m, roteiro e direção de Norman Stone. O filme conta a história da tragédia
que envolveu o corredor paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius, preso e
condenado por assassinar a namorada Reeva Steenkamp no Dia dos Namorados de
2013. O filme apresenta Pistorius como o ídolo máximo do esporte da África do
Sul, famoso no mundo inteiro por ter conquistado uma medalha de ouro nos jogos
paraolímpicos de Atenas (2004) e outras três também de ouro em Pequim (2008), além de ter
conseguido autorização para disputar as eliminatórias da Olimpíada de Londres (2012) correndo
entre os atletas normais. Por causa de uma malformação congênita, Oscar teve as
duas perdas amputadas abaixo dos joelhos aos 11 meses de idade e, alguns anos depois,
para competir nas pistas, passou a utilizar próteses de fibra de carbono. Suas
façanhas fizeram-lhe ganhar o apelido de “Blade Runner” (“Corredor de Lâmina”).
Além da fama obtida nas pistas de corrida, Oscar era um homem bonito e
charmoso, e por isso a mulherada o assediava o tempo inteiro. Num desses
eventos realizados em sua homenagem, o atleta – interpretado no filme por
Andreas Damm - conheceu a modelo Reeva (a atriz e modelo alemã Toni Garrn, tão
linda quanto a original), com a qual teria um relacionamento bastante
tumultuado. O filme mostra um Pistorius egocêntrico, opressor e extremamente
violento, o que revoltou sua família, que tentou na justiça proibir sua
exibição. Na época, o julgamento de Pistorius recheou as manchetes
dos jornais e noticiários de TV no mundo inteiro. Aliás, o filme dedica um
grande espaço às cenas de tribunal. No desfecho, antes dos créditos finais, o
diretor Stone utilizou imagens do verdadeiro Pistorius durante o julgamento.
Ele continua preso e deverá cumprir a pena de 13 anos em regime fechado. O
filme é um documento bastante interessante dos bastidores de todo o caso. Quem
assisti-lo não vai se decepcionar.
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