sexta-feira, 25 de outubro de 2019


Divulgado como uma comédia dramática, “LIMITES” (“BOUNDARIES”), 2018, Canadá/EUA, 1h44m, tem mais humor do que drama, o que tornou este filme independente numa agradável opção de entretenimento. É o ótimo elenco que se sobressai: Vera Farmiga, Christopher Plummer, Lewis MacDougall, Christopher Lloyd, Bobby Carnavale e Peter Fonda – foi o último filme do filho de Henry e irmão de Jane, que morreu em agosto de 2019. Excelente também é o trabalho da jovem roteirista e diretora Shana Feste, que mesclou drama e humor na dose certa. A história começa com Laura (Farmiga) enfrentando os problemas causados por seu filho adolescente Henry (Lewis MacDougall), expulso da escola por desenhar eróticos explícitos de mulheres e homens nus. Não bastasse isso, Laura ainda recebe a notícia de que seu pai Jack (Plummer) acaba de ser expulso do asilo em que morava por ter plantado maconha no jardim. Sem saber o que fazer a respeito, e muito a contragosto, já que ele havia abandonado a família muitos anos atrás, Laura decide buscar o pai. Não para ficar com ela, mas sim para levá-lo até a casa da irmã Jojo (Kristen Schaal), em Los Angeles. Uma longa viagem, a partir do Texas. E lá vão nossos viajantes, grupo que inclui o filho de Laura e mais os cachorros da família. Começa o road movie. O avô e o neto, que não se conheciam, fazem amizade durante o caminho. Não só amizade, como também uma cumplicidade escondida de Laura, já que os dois passam a viagem vendendo maconha. No meio do caminho, Jack ainda terá a oportunidade de rever dois antigos parceiros de crimes, Stanley (Christopher Lloyd) e Joey (Fonda). E Laura de rever o ex-marido Leonard (Carnavale), que finalmente conhecerá o filho. Apesar de todos esses acontecimentos, o filme é mais focado na difícil relação entre pai e filha, ambos tentando aparar as arestas traumáticas do passado. Enfim, uma jornada bem divertida, valorizada pelo desempenho magistral de Vera Farmiga e do experiente Christopher Plummer. IMPERDÍVEL!    

quarta-feira, 23 de outubro de 2019


“55 PASSOS” (“55 STEPS”), 2017, coprodução Alemanha/Bélgica/Estados Unidos, 1h55m, direção de Bille August, com roteiro de Mark Bruce Rosin. O filme, baseado em fatos reais e falado em inglês, relembra uma batalha jurídica que teve grande repercussão nos Estados Unidos no final dos anos 80 do século passado. Eleanor Riese, uma paciente da unidade psiquiátrica do St. Mary’s Hospital and Medical Center, na cidade de São Francisco, solicitou uma advogada para lutar por seus direitos de paciente, ou seja, para deixar de tomar medicação em excesso e sem seu consentimento, causando em Eleanor sérios efeitos colaterais. Quem assumiu seu caso foi a advogada Colette Hughes que, com a ajuda do professor de direito constitucional Mort Cohen, conseguiu entrar com uma ação contra o St. Mary’s Hospital, levando a questão a julgamento na Corte Suprema da Califórnia. O resultado vitorioso de Colette e Cohen mudou os rumos da psiquiatria nos Estados Unidos, tornando os tratamentos mais humanizados. A atriz britânica Helena Bonham Carter, com uma atuação magistral, faz o papel de Eleanor. A atriz norte-americana Hilary Swank é a advogada Coletteiré e o ator Jeffrey Tambor representa o professor Mort Cohen. Bonham Carter assumiu o papel de Eleanor após a desistência de Vera Farmiga, inicialmente indicada para o papel. O veterano diretor dinamarquês Bille August ganhou destaque ao vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e o Globo de Ouro em 1989, além da Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano anterior com o filme “Pelle, o Conquistador”. Além deste, um espetáculo, também assisti a outros bons filmes dirigidos por August, como “Trem Noturno para Lisboa”, “Os Miseráveis”, “As Melhores Intenções” e “Casa dos Espíritos”. Portanto, história, elenco, roteiro e direção fizeram de “55 Passos” um excelente entretenimento. Uma informação final: os tais “55 Passos” dizem respeito aos degraus da escada que todo mundo é obrigado a subir para chegar ao andar principal da Corte Suprema da Califórnia.     

segunda-feira, 21 de outubro de 2019


Nunca fui muito fã do gênero terror, embora tenha assistido a filmes muito bons. Como exemplo, posso citar alguns: “O Iluminado”, “O Bebê de Rosemary”, “O Exorcista” e “Alien, o 8º Passageiro”, entre outros. Mas os melhores continuam sendo os filmes com o personagem Dr. Phibes, com Vincent Price, e os de Drácula, com Christopher Lee. Quem teve a oportunidade de assistir a todos estes que citei, vai se decepcionar com o terror inglês “O DEMÔNIO DO SONO” (“MARA”), 2018, produção Netflix (estreou mundialmente no dia 7 de setembro de 2018), 1h38m. Trata-se do primeiro longa-metragem dirigido por Clive Tonge, mais conhecido como diretor de curtas. O roteirista é Jonathan Frank, o mesmo de “Vingança entre Assassinos” (2009) e “Jogada Final (2017). Mesmo com a presença da linda e ótima atriz ucraniana Olga Kurylenko, de "007 – Quantum of Solace”, no papel principal, o filme não deslancha, fruto de uma história fantasiosa demais, beirando o ridículo, e um elenco fraquíssimo, que parece atuar no piloto automático, incluindo a atriz ucraniana.  A psicóloga criminal Kate (Kurylenko) é recrutada pela polícia para decifrar o perfil psicológico de um criminoso que estava matando pessoas com uma dose cavalar de crueldade, incluindo quebrar o pescoço das vítimas. O grande mistério é que não há evidências no local do crime. Kate acaba se envolvendo demais na história, principalmente depois que conhece Helena (Rosie Fellner), uma mulher que diz ter sido atacada pelo “demônio do sono”. Até desvendar o mistério, Kate também estará na lista do assassino, assim como outras vítimas. Essa história de pessoas que caem no sono e são atacadas já foi tema de filmes muito melhores, como “A Hora do Pesadelo” e “Pesadelos Mortais”. Embora tenha alguns bons sustos, “Mara” está na Série C dos filmes de terror.     



domingo, 20 de outubro de 2019


“OSCAR PISTORIUS: ASSASSINO OLÍMPICO” (“OSCAR PISTORIUS: BLADE RUNNER KILLER”), produção Lifetimes Movies (estreia mundial aconteceu dia 14 de fevereiro de 2018), 1h30m, roteiro e direção de Norman Stone. O filme conta a história da tragédia que envolveu o corredor paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius, preso e condenado por assassinar a namorada Reeva Steenkamp no Dia dos Namorados de 2013. O filme apresenta Pistorius como o ídolo máximo do esporte da África do Sul, famoso no mundo inteiro por ter conquistado uma medalha de ouro nos jogos paraolímpicos de Atenas (2004) e outras três também de ouro em Pequim (2008), além de ter conseguido autorização para disputar as eliminatórias da Olimpíada de Londres (2012) correndo entre os atletas normais. Por causa de uma malformação congênita, Oscar teve as duas perdas amputadas abaixo dos joelhos aos 11 meses de idade e, alguns anos depois, para competir nas pistas, passou a utilizar próteses de fibra de carbono. Suas façanhas fizeram-lhe ganhar o apelido de “Blade Runner” (“Corredor de Lâmina”). Além da fama obtida nas pistas de corrida, Oscar era um homem bonito e charmoso, e por isso a mulherada o assediava o tempo inteiro. Num desses eventos realizados em sua homenagem, o atleta – interpretado no filme por Andreas Damm - conheceu a modelo Reeva (a atriz e modelo alemã Toni Garrn, tão linda quanto a original), com a qual teria um relacionamento bastante tumultuado. O filme mostra um Pistorius egocêntrico, opressor e extremamente violento, o que revoltou sua família, que tentou na justiça proibir sua exibição. Na época, o julgamento de Pistorius recheou as manchetes dos jornais e noticiários de TV no mundo inteiro. Aliás, o filme dedica um grande espaço às cenas de tribunal. No desfecho, antes dos créditos finais, o diretor Stone utilizou imagens do verdadeiro Pistorius durante o julgamento. Ele continua preso e deverá cumprir a pena de 13 anos em regime fechado. O filme é um documento bastante interessante dos bastidores de todo o caso. Quem assisti-lo não vai se decepcionar.