A
partir do seu primeiro grande papel no cinema, como a Tenente Ripley em “Alien”
(1979), a atriz Sigourney Weaver consolidou uma carreira de grande sucesso em Hollywood.
Sua versatilidade interpretativa a ajudou a desempenhar os mais diferentes papeis,
sempre com muito talento. Um exemplo de sua versatilidade pode ser conferido no
drama canadense “UM CERTO OLHAR”
(“Snow Cake”), de 2005. Ela interpreta Linda, uma mulher autista, mãe solteira
que mora sozinha numa pequena cidade do Canadá chamada Wava. Sem demonstrar
qualquer emoção, ela recebe a notícia da morte de sua filha Vivienne (Emily
Hampshire) ocorrida num acidente de trânsito causado por um motorista de
caminhão. Vivienne estava de carona no carro de Alex Hughes (Alan Rickman).
Bastante chateado, Alex vai procurar Linda para consolá-la e também devolver
alguns objetos pessoais de Vivienne. A convivência entre os dois não será nada
fácil, mas Alex concorda em ficar hospedado na casa de Linda e em ajudá-la nos
preparativos para o funeral de Viviene. Alex acaba se envolvendo com Maggie (Carrie-Anne
Moss), a fogosa vizinha de Linda. Apesar da morte de Vivienne e da doença de
Linda, o diretor Marc Evans não deixou o filme descambar para um dramalhão. Pelo
contrário, fez um filme com bastante humor, o que incluiu explorar algumas
manias de Linda, sem jamais romper a fronteira do politicamente correto. Um
filme de produção modesta, mas sensível e comovente na dose certa. Sem falar na
presença de Sigourney, que valoriza qualquer filme.
sábado, 4 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
“A GAROTA NO TREM” (“La Fille
du Rer”), 2009, leva a assinatura do veterano diretor francês André Téchiné. É um
drama centrado em Jeanne (Émilie Dequenne), uma jovem inconsequente e meio
desequilibrada que mora no subúrbio de Paris com a mãe Louise (Catherine
Deneuve), que trabalha como baby-sitter. Por indicação de Louise, Jeanne vai
procurar o advogado Samuel Bleinsten (Michel Blanc), um antigo amigo de seu pai
e admirador de sua mãe, e consegue o emprego de secretária. Tudo parece ir bem
até que Jeanne conhece Franck (Nicholas Duvauchelle), um jovem aparentemente
direito pelo qual se apaixona. Com a promessa de ganhar bastante dinheiro,
Franck a convence a largar o emprego e trabalhar com ele como zeladores de um
depósito, que na verdade é um lugar de fachada para a venda de drogas. Não
demora muito Franck acaba sendo preso. O fato desequilibra Louise, que não
sabia de nada. Ela, então, num surto histérico, decide forjar ter sido vítima
de um ataque antissemita dentro de um trem e vai à polícia denunciar a agressão
(esse fato realmente aconteceu em 2004 e serviu de inspiração e ponto de
partida para o filme de Téchiné). A história de Jeanne ganha o noticiário
nacional e vira uma questão de fundo político com o envolvimento do governo
francês. A verdade acaba sendo descoberta e Jeanne terá que se responsabilizar
pelo seu ato insano. O filme tem uma história paralela envolvendo a família de
Bleinsten e a cerimônia do Bar Mitzvah de seu neto. Não é o melhor filme de
Téchiné, mas mesmo assim é bastante interessante.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
O
drama independente “LULLABY”,
2014, EUA, filme de estreia de Andrew Levitas na direção, conta a história de
Robert (Richard Jenkins), um homem de meia idade que sofre de câncer há 12
anos. Desta vez, porém, internado em estado grave num hospital, ele resolve
pedir aos médicos que desliguem os aparelhos e o deixem morrer em paz. Sua
esposa, Rachel (uma envelhecida Anne Archer, a primeira mulher de Tom Cruise),
chama Jonathan (Garrett Hedlund) e Karen (Jessica Brown Findlay), os dois
filhos, para se despedirem do pai. É claro que, diante desse enredo, não se
pode esperar um filme alegre. Há, porém, alguns momentos sensíveis e, de certa
forma, comoventes, envolvendo, principalmente, a amizade de Jonathan com Meredith (Jessica Barden), uma
jovem de 17 anos que tem câncer terminal. O humor aparece de vez em quando para amenizar
o drama, ainda mais que o filme quase inteiro é ambientado dentro de um hospital.
O filme também propõe uma reflexão sobre a prática da eutanásia, ou, como
preferem os protagonistas, suicídio assistido. A família tem o direito de anular
o desejo do doente? Como é previsível desde o começo, o final é bastante
triste. Completam o elenco Amy Adams, como uma antiga namorada de Jonathan, e
Terrence Howard, como o médico que cuida de Robert.
Quando
“Capote” foi lançado, em 2005, filme pelo qual o ator Philip Seymour Hoffman
ganhou o Oscar de Melhor Ator, estava prestes a estrear também, por uma dessas
coincidências de Hollywood, o filme “CONFIDENCIAL” (“Infamous”), dirigido por Douglas McGrath - a
estreia deste foi adiada por quase um ano.
Os dois filmes contam praticamente a
mesma história, ou seja, uma parte da biografia do escritor Truman Capote centrada
nos fatos que antecederam a elaboração do livro “A Sangue Frio” (“In Cold Blood”),
que se transformou num best-seller mundial. O primeiro filme ganhou mais repercussão
por conta do Oscar de Philip Seymour. Quando “CONFIDENCIAL” estreou, o impacto perante o público não
foi o mesmo, apesar do ótimo elenco, que reuniu o ator inglês Toby Jones como
Capote, Sandra Bullock, Daniel Craig, Jeff Daniels, Sigourney Weaver, Isabella
Rossellini, Hope Davis e Gwyneth Paltrow. Importante o destaque que o filme dá
às conversas que Capote teve com Perry Smith (Daniel Craig, ótimo) na prisão,
as quais tiveram grande importância no aspecto psicológico do livro. O que mais
incomoda no filme é a exagerada interpretação de Toby Jones, que faz um Capote prepotente,
grosseiro, fofoqueiro e inconveniente, sem falar na voz esganiçada e nos
irritantes e afetados trejeitos efeminados, fora o fato de se vangloriar a toda
hora por conhecer as maiores celebridades de Hollywood. Se Capote era assim
mesmo, deve ter sido um cara intragável. Apesar disso, o filme é muito bom - na
minha opinião, melhor do que “Capote” – e deve ser visto ou revisto para
entender o livro que colocou Capote no Olimpo dos escritores do Século XX.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
“MEU MELHOR INIMIGO” (“Mein
Bester Feind”), 2010, é uma produção austríaca, dirigida por Wolfgang
Murnberger, que tem como pano de fundo a Segunda Grande Guerra. Victor Kaufmann
(Moritz Bleibtreu) é gerente e herdeiro de uma importante galeria de arte em
Viena. Seu melhor amigo é Rudi Smekal (George Friedrich). Eles foram criados
juntos, só que Victor é judeu e Rudi alemão. Pouco antes do início da guerra, durante
a inauguração de uma exposição na galeria, Jacob Kaufmann (Udo Samel), pai de
Victor, anuncia que tem em seu poder um desenho valioso de Michelangelo. A
guerra começa e a família Kaufmann é deportada para um campo de concentração. A
existência do desenho de Michelangelo chega ao conhecimento de Hitler, que quer
dá-lo de presente a Mussolini, que em breve visitará a Alemanha. Só que ninguém
sabe onde está o desenho. Rudi, agora um
soldado alemão, vai fazer de tudo para encontrar o desenho e, dessa forma,
subir no conceito do governo nazista, nem que tenha que trair e torturar o
antigo amigo. O filme segue com muita ação, suspense, humor negro e muitas
reviravoltas, o que o torna um ótimo entretenimento.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
O
veterano diretor holandês Paul Verhoeven, de 76 anos, tem uma carreira bastante
sólida, inclusive em Hollywood. Em seu currículo, há filmes como “Instinto
Selvagem”, “O Vingador do Futuro”, “Robocop” (a primeira versão de 1987), “A
Espiã” e outros. Em 2012, Verhoeven fez um filme “caseiro”, ou seja, na
Holanda, e com atores holandeses. Trata-se de “TRAIÇÃO” (“Steekspel”), um drama recheado de humor e
reviravoltas que fazem passar ainda mais rápido os já reduzidos 55 minutos de
filme. Ou seja, um entretenimento dos mais deliciosos, com um desfecho que leva
a mulherada ao delírio. A história gira em torno de Remco (Peter Blok), um
importante empresário que, não bastasse estar em crise com os sócios na empresa,
ainda tenta administrar uma ex-amante grávida e uma amante atual, amiga de sua
filha. Além, é claro, de fazer tudo para continuar agradando sua esposa, que
finge não saber de nada. Graças ao roteiro bem elaborado, objetivo e conciso,
todo esse leque de situações é apresentado logo no início do filme, durante a
festa do aniversário de 50 anos de Remco. Verhoeven fez um filme bastante diferente
do que está acostumado a fazer, mas como é um excelente diretor, o resultado
foi o melhor possível. Estão no elenco, além de Blok, Robert de Hoog, Sallie
Harmsen, Gaite Jansen e Ricky Koole.
domingo, 28 de setembro de 2014
“NOSSO GRANDE DESESPERO” (“Bizim
Büyük Çaresizligimiz”), 2011, dirigido por Seyfi Teoman, é um filme turco
inspirado no romance homônimo do escritor Baris Bicarsi. A história é centrada nos
amigos Ender (Ilker Aksum) e Cetin (Fatih Al), solteirões convictos que moram
juntos num apartamento em Ankara. A rotina e a privacidade dos dois – há uma
leve sugestão de que seja um casal gay – será quebrada pela chegada da jovem Nihal
(Gunes Sayin), que acaba de perder os pais num acidente automobilístico. Os
dois acolhem Nihal a pedido de Fikret (Baki Dayrak), irmão da moça e amigo
antigo de Ender e Cetin, que mora na Alemanha. A partir da chegada da moça, o
filme enfoca a convivência dos três com uma série de diálogos que mais parecem sessões
de terapia. Nihal gosta dos dois como se fossem seus tios. Mas Cetin e Ender
confessam, um para o outro apenas, que estão apaixonados por Nihal, mas concordam
em manter esse sentimento em segredo. E o filme segue abordando esse
relacionamento a três com mais diálogos longos e monótonos, cheios de pretensão
intelectual, mas vazios e com a profundidade de um dedal. A cena de maior
emoção é quando os três estão num parque e Nihal de repente grita: “Olha, uma
tartaruga!”. Visto na hora de dormir, dá um sono rapidinho...
O
drama libanês “BEIRUT HOTEL”
estreou no Locarno International Film Festival/2011 e foi premiado com o “Leopardo
de Ouro”. Talvez não fosse para tanto, mas não deixa de ser um filme interessante. Dirigido pela diretora
libanesa Danielle Arbid, conta a história de uma paixão avassaladora entre o
advogado francês Mathieu (Charles Berling) e a cantora Zhora (Darine Hamzé). Quando
tudo parece encaminhar para um filme romântico, de repente começam a surgir
fatos inesperados. Um libanês chamado Abbas (Fadi Abi Samra), antigo amigo de
Mathieu, aparece para oferecer ao francês uma informação importante sobre os
responsáveis pelo atentado à bomba que matou o ex-primeiro ministro do Líbano
Rafik Hariri em 2005. Em troca, Abbas quer que Mathieu interceda junto à
Embaixada da França para lhe dar um visto de saída do país. Fora isso, o
Serviço Secreto do Líbano desconfia que Mathieu é um espião a serviço de Israel
e o mantém sob intensa vigilância. Para tumultuar ainda mais o ambiente, um importante
comandante desse Serviço Secreto é também tio de Zhora. Com tudo isso
acontecendo, é claro que o romance entre Zhora e Mathieu tem grandes chances de
acabar mal. O filme é todo ambientado em Beirute. A diretora procurou valorizar
os cenários mais charmosos da cidade através de um belo trabalho de fotografia.
Mais interessante até que o filme, é a bela e sensual atriz Darine
Hamzé, de fechar o comércio de toda a 25 de Março e adjacências...
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