“A FUGA DE AKILLA” (“AKILLA’S
ESCAPE”), 2021, coprodução Estados Unidos/Canadá, 1h30m, disponível na
plataforma Amazon Prime Video, direção de Charles Officer, que também assina o
roteiro com a colaboração de Wendy Motion Brathwaite. Este é o primeiro longa-metragem
escrito e dirigido por Charles Officer, filho de imigrantes jamaicanos e
ex-jogador profissional de hóquei radicado no Canadá. Ele é mais conhecido como diretor de séries,
documentários e curtas. Neste seu filme de estreia, Officer realizou um belo
trabalho. Embora a história seja ambientada em Nova Iorque e Toronto, o pano de
fundo é a situação política da Jamaica. Por causa da guerra civil no país,
muitos jamaicanos imigraram para os Estados Unidos e Canadá. É o caso da
família de Akilla Brown (Saul Williams). A história começa em 1995, apresentando
Akilla como um garoto de 15 anos morando com o pai e a mãe em Nova Iorque. O
pai é traficante e um marido abusivo. Pior: recruta Akilla para traficar
drogas. O filme dá um salto no tempo para 2020, quando Akilla já está em
Toronto, trabalhando como traficante para a poderosa Athena, a “Grega” (Theresa
Tova). Uma noite, quando Akilla vai se abastecer em um escritório da “Grega”, é
surpreendido por quatro ladrões. Ele consegue prender um deles, um garoto de 15
anos chamado Sheppard (Thamela Mpumlwana, o mesmo ator que interpreta Akilla
adolescente). Ao descobrir que o menino lembra muito sua própria história de
vida, Akilla decide protegê-lo, atitude que colocará sua vida em grande perigo.
Também estão no elenco Ronnie Rowe Jr., Colm Feore, Vic Mensa e Tony Nappo. “A
Fuga de Akilla” é um bom drama de suspense envolvendo o tráfico de drogas, o
recrutamento de jovens e a destruição das famílias, ao som sempre presente do reggae. Ao invés da ação propriamente
dita, com tiroteios, pancadarias e perseguições, o roteiro privilegia o
psicológico dos personagens, o que torna o filme mais criativo e interessante. Para assistir e refletir.