Selecionado para representar o
Senegal na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro, “FÉLICITÉ”, roteiro e direção de Alain
Gomis, é um drama bastante pesado, centrado numa mulher bastante sofrida,
maltratada pela vida. Ao contrário do que possa sugerir o seu nome, Félicité
(Véronique Beya Mputu) é uma mulher infeliz, mas muito corajosa para manter e
custear as despesas da casa e sustentar o filho Tabu (Gaetan Claudia), um jovem
de 16 anos que ainda não encontrou um caminho na vida. Ela mora num bairro
pobre de Kinshasa, capital da República Federal do Congo, e faz bico como
crooner de uma banda num bar que para ser chamado de espelunca precisa melhorar
muito. Quando seu filho sofre um grave acidente e precisa ser operado, Félicité
vai à luta para arranjar dinheiro. Pede para todo mundo, inclusive para quem
não conhece, expondo-se várias vezes a uma grande humilhação. E mesmo assim ela
vai em frente. Triste acompanhar o drama dessa mulher batalhadora, cujo único
prazer é cantar. Trata-se de um filme de grande impacto, dramático além da
conta, mas que apresenta uma personagem de muita coragem, representada por uma
ótima atriz. Enfim, um filme que não abre concessão para nenhum tipo de sorriso
ou momento sensível. Estreou durante o 67º Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017, conquistando o Grande Prêmio do Júri.
sábado, 17 de março de 2018
quarta-feira, 14 de março de 2018
“MARK FELT – O HOMEM QUE DERRUBOU A CASA BRANCA” (“Mark Felt: The Man Who Brought Down The White House"), 2017,
EUA, roteiro e direção de Peter Landesman. Quem não se lembra do famoso caso
Watergate e a consequente renúncia do presidente Richard Nixon em 1974? Quem
não se lembra também que tudo aconteceu depois que um informante misterioso
entregou todo o esquema escabroso da Casa Branca (invasão à sede do Partido
Democrata) aos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal Washington
Post? Até 2005, a identidade do informante, na época apelidado de “Garganta
Profunda” (“Deep Throat”), ficou escondida. Até que Mark Felt resolveu escrever
um livro de memórias, “A G-Man’s Life”, juntamente com o advogado John D. O’Connor.
Contou tudo, desde a tramoia da Casa Branca para esconder a responsabilidade de
Nixon e o esquema engendrado pelo governo para nomear um homem de confiança
para ocupar o posto de nº 1 do FBI no lugar do recém-falecido J. Edgar Hoover.
Felt seria o substituto natural, já que era o nº 2. Além disso, Felt conta em
detalhes o que aconteceu nos bastidores da Casa Branca e do FBI durante aquela
grave crise política, para enfim confessar que foi ele mesmo quem entregou tudo
aos jornalistas do Washington Post. O elenco é ótimo: Liam Neeson, Diane Lane,
Maika Monroe, Josh Lucas Tony Goldwyn, Eddie Marsan, Noah Wyle, Tom Sizemore e
Kate Walsh. Embora a crítica especializada não tenha gostado do filme, eu
gostei muito, pois adoro todos esses filmes que revelam os bastidores de casos
importantes, como foi o de Watergate. Eu achei um filmaço!
terça-feira, 13 de março de 2018
“A GAROTA DESCONHECIDA” (“Lafille inconnue”), 2016,
Bélgica, roteiro e direção de Jean-Pierre e Luc Dardenne, mais conhecidos como
os Irmãos Dardenne. A história é centrada na jovem médica Jenny (Adèle Haenel),
que assumiu interinamente os trabalhos de uma clínica pertencente a um
experiente médico que foi seu mentor na faculdade e na fase de residência. Além
de atender os pacientes na clínica, a dra. Jenny também tem como rotina de
trabalho visitas a pessoas idosas e com dificuldade de locomoção. Em
determinada noite, uma hora após fechar a clínica, a campainha toca e Jenny,
dado o adiantado da hora, resolve não atender. Depois, porém, ela fica sabendo que
quem tocou a campainha foi uma imigrante africana que na mesma noite seria
encontrada morta. Pronto, acabou o sossego para a médica, que não se conforma
com o fato da moça ter sido enterrada como indigente porque ninguém apareceu
para reclamar o cadáver. A assim o filme segue com a dra. Jenny tentando achar
a família da falecida, o que lhe acarretará alguns perigos por parte de alguns
marginais. O pessoal que assistiu o filme no Festival de Cannes, público,
jornalistas e críticos, não gostou. Numa das sessões, o filme chegou a ser
vaiado. Realmente, não é o melhor dos Irmãos Dardenne, que já nos presentearam
com ótimas produções como “A Garota da Bicicleta” e “A Criança”. De qualquer
forma, impossível não elogiar a excelente atuação de Adèle Haenel, jovem atriz
francesa que está entre as melhores de sua geração. Quem quiser conferir outros
trabalhos magistrais de Haenel, recomendo “Amor à Primeira Briga” e “Os Homens
que Elas Amavam”.
segunda-feira, 12 de março de 2018
Vencedor do Oscar/2018 de Melhor
Filme Estrangeiro, o drama chileno “UMA
MULHER FANTÁSTICA” (“UNA MUJER
FANTÁSTICA”), roteiro e direção de Sebastián Lelio (do espetacular “Glória”),
teve sua primeira exibição ocorrida durante o Festival de Berlim, em fevereiro
de 2017, causando grande polêmica. Afinal, sua história é toda centrada na
garçonete/cantora transexual Marina (Daniela Vega, também transexual e cantora
lírica na vida real). Ela mora com o namorado bem mais velho Orlando (Francisco
Reyes), que logo no começo do filme sofre a ruptura de um aneurisma e acaba
falecendo. Pressionada pela família de Orlando, que não se conformava com o
romance – afinal, quando os dois se conheceram Orlando ainda era casado –, a polícia
começa a desconfiar que Marina pode ter assassinado o companheiro. Mesmo
sofrendo esse tipo de perseguição, incluindo a humilhação de ser proibida de
comparecer ao velório e ao enterro de Orlando, Marina enfrenta tudo com muita
coragem. Numa das cenas mais bonitas do filme, Marina está andando por uma rua
e, de repente, é atingida de frente por uma violenta ventania. Ela se enverga,
luta contra o vento e consegue se manter de pé. Daniela Vega é uma atriz espetacular. Um belo filme, sem dúvida, mas
preferia que o austríaco “Corpo e Alma” fosse o vencedor do Oscar.
domingo, 11 de março de 2018
“FEITO NA AMÉRICA” (“AMERICAN MADE”), 2017, direção
de Doug Liman, com roteiro de Gary Spinelli, conta a incrível história, baseada
em fatos reais, do piloto de aviação Barry Seal (Tom Cruise), que no fim dos
anos 70 abandonou uma carreira segura como piloto da TWA (Trans World Airlines)
depois de ser recrutado pela CIA para fotografar bases de guerrilheiros rebeldes
e zonas dedicadas à produção de drogas em países da América do Sul e Central. Nesse
trabalho, que entrou pelos anos 80, Seal contrabandeou armas para os “contras”
da Nicarágua e depois, cooptado pelos traficantes colombianos, incluindo Pablo Escobar,
transportou toneladas de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos. Ganhou
rios de dinheiro, ficou milionário, mas depois teve de pagar o preço por essa
vida arriscada e aventureira. Toda essa história é contada num ritmo alucinante,
com muita ação. Os vôos arriscados e os perigos inerentes ao trabalho de piloto
servindo aos traficantes são o ponto alto do filme. O diretor Doug Liman é especialista
em filmes de ação. Dirigiu, por exemplo, “A Identidade Bourne”, “No Limite do
Amanhã” e “Na Mira do Atirador”, entre outros. “Feito na América” também
ratifica o astro Tom Cruise como um ótimo ator de filmes de ação. Neste, especialmente,
ele dá show. Excelente entretenimento!
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