sábado, 27 de maio de 2023

 

“UMA MÃE CONTRA UM PAÍS” (“MRS. CHATTERIEE VS NORWAY”), 2023, Índia, em cartaz na Netflix, 2h13m, direção da cineasta Ashima Chibber, que também assina o roteiro juntamente com Rahul Handa e Sameer Satija. Drama para fazer chorar os espectadores mais sensíveis, principalmente as mães. Baseada em fatos reais, a história é centrada em Debika Chatterjee (Rani Mukerji), uma imigrante indiana vivendo na Noruega com o marido Aniruddha Chatterjee (Anirban Bhattacharya) e dois filhos pequenos. Desde que chegaram ao novo país, a família era continuamente visitada por assistentes sociais que verificavam as condições em que eles viviam. Demonstrando uma acentuada xenofobia, as assistentes relatavam que a situação na casa dos Chatterjee não era condizente com os costumes locais, o que revela um grande choque cultural. Por exemplo, relatavam que eles comiam com a mão e o pai não ajudava a mulher em casa, além da desconfiança dele bater na esposa. Resumindo, o governo norueguês retirou a guarda dos filhos, doando-os a uma família norueguesa. A partir daí, Debika lutará com unhas e dentes, corpo e alma, pelos filhos, chegando até mesmo a sequestrá-los. O caso cresceu quando chegou às cortes norueguesas e, depois, aos tribunais indianos. O drama é recheado daquelas cantorias irritantes comuns aos filmes de Bollywood, mas, nesse caso, pelo menos as letras têm tudo a ver com a história. A luta dessa mãe guerreira emociona. Nos créditos finais, a verdadeira mãe – Sagarina Chakraborty – aparece em fotos juntamente com os filhos.          

quinta-feira, 25 de maio de 2023

  

“FIÉIS” (“FAITHFULLY YOURS”), 2022, Holanda, 1h36m, produção original e distribuição Netflix, direção de Andre Van Duren (“A Fúria”, “A Gangue de OSS”), que também assina o roteiro com a colaboração de Elisabeth Lodeizen e Paul Jan Nelilssen. Drama repleto de suspense e mistério, pistas falsas, personagens ambíguos, algumas pitadas de erotismo e muitas reviravoltas. Vamos à história: Bodil Backer (Bracha Van Doesburgh) e Isabel Uijten (Elise Schaap) são duas amigas de bem com a vida. Bem sucedidas, bonitas e aparentemente bem casadas, elas não dispensam a companhia uma da outra para viver aventuras, digamos, extraconjugais. Em alguns finais de semana, com a anuência dos respectivos maridos e sem os próprios, elas embarcam para a cidade belga de Oostende, onde Bodil possui uma casa de praia, herança de sua avó. Ao contrário do que faz parecer o título, elas partem para a diversão, o que inclui bastante ação debaixo dos lençóis. Num desses finais de semana, porém, acontece uma tragédia. Bodil volta de um banho de mar e encontra uma grande quantidade de sangue na cozinha. A polícia confirma: o sangue é da amiga Isabel. Mistério. Quem teria assassinado Isabel e por qual motivo?  A lista de suspeitos é grande, incluindo a própria Bodil. Várias reviravoltas acontecem até o desfecho, quando enfim o quebra-cabeças é montado e o mistério desvendado. Também estão no elenco Hannah Hoekstra, Nasrdin Dchar, Gijs Naber e Sofie Decleir. O filme foi exibido nos cinemas da Holanda em dezembro de 2022, com grande sucesso de bilheteria, e estreou na Netflix no dia 17 de maio de 2023. . Resumo da ópera, “Fiéis” é um filme bastante interessante, apresentando como trunfos o ótimo elenco e o roteiro repleto de surpresas.          

 

                 

 

                   

   

segunda-feira, 22 de maio de 2023

 

“A LUZ DO DEMÔNIO” (“PREY FOR THE DEVIL”), 2022, EUA, em cartaz na Amazon Prime, 1h33m, direção do cineasta alemão Daniel Stamm (“O Último Exorcismo”), seguindo roteiro assinado por Robert Zappia, Todd R. Jones e Earl Richey Jones. Depois de fazer sucesso de bilheteria nos cinemas dos Estados Unidos e daqui, chega à Amazon Prime este filme de terror bastante elogiado pela crítica. Sem dúvida, no gênero, é um dos melhores filmes já lançados nos últimos anos. A história é centrada na freira Ann (Jacqueline Byers, ótima), que trabalha em um hospital psiquiátrico mantido pela Igreja Católica. Devido ao seu passado traumático, quando era abusada com violência pela mãe, Ann também se interessa pela prática do exorcismo. Dessa forma, ela decide se inscrever em uma escola de exorcismo destinada para padres. De início, ela não consegue o ingresso, já que a Igreja Católica não permite mulheres como exorcistas. Porém, com o aval do padre Quinn (Colin Salmon) e do cardeal Matthews (Ben Cross), ela consegue se inscrever. Sua primeira experiência prática acontece quando é escalada para o exorcismo de Natalie (Posy Taylor), uma menina possuída pelo demônio. O exorcismo é aparentemente bem sucedido, mas o demônio tem muitas caras e consegue enganar quem chega perto de Natalie. Algumas reviravoltas surpreendentes acontecem na história, culminando em um desfecho dos mais assustadores. Destaco ainda a presença da veterana e ainda bonita atriz Virginia Madsen como a psiquiatra-chefe do hospital psiquiátrico. Outro destaque, mas de forma triste, foi a morte do ator Ben Cross, de “Carruagens de Fogo” (1981), pouco depois do fim das filmagens. Trocando em miúdos, “A Luz do Demônio” apresenta uma história interessante e que não ofende nossa inteligência, além de garantir muitos sustos, um clichê bastante positivo do gênero terror. Não perca!            

domingo, 21 de maio de 2023

 

“UM FASCINANTE NOVO MUNDO” (“THE WORLD TO COME”), 2021, Estados Unidos, 1h45m, em cartaz na Amazon Prime, direção da cineasta norueguesa Mona Fastvold, seguindo roteiro assinado por Ron Hansen e Jim Shepard, este último autor do romance homônimo escrito em 2017, no qual é baseada toda a história. Estamos em 1856 na zona rural do estado de Nova York. Numa fazenda mora o casal Abigail (Katherine Waterston) e seu marido Dyer (Casey Affleck, irmão do Ben). Na fazenda vizinha moram Tallie (Vanessa Kirby) e seu marido Finney (Christopher Abbott). Toda a história é narrada em off por Abigail ao mesmo tempo em que escreve o seu diário pessoal. Ela relata uma vida infeliz e melancólica, o relacionamento frio com o marido e a tristeza que tomou conta do casal depois da morte da filha. Em um dos trechos do diário, Abigail escreve: “Com pouco orgulho e menos esperança começamos o ano novo”. Mais depressivo impossível. Uma luz surge no final do túnel quando Abigail começa uma amizade com Tallie, sua vizinha de fazenda. Tallie também não vive um bom momento em seu casamento, principalmente pelo fato de não conseguir engravidar. Com o estreitamento da amizade e as confidências mútuas, Abigail e Tallie acabam se apaixonando, culminando em um romance lésbico dos mais arriscados. Um dos aspectos que mais me incomodou foi a série de diálogos utilizando um vocabulário dos mais sofisticados, o que seria impossível tratando-se de camponeses pobres e sem nenhuma cultura. O filme é lento, beirando o tédio, mas o excelente trabalho das duas atrizes valoriza a carga dramática que a história carrega em seu conteúdo. Vanessa Kirby e Katherine Waterston comprovam que são duas das melhores atrizes do cinema na atualidade. No geral, porém, o filme não embala e, portanto, não merece uma indicação entusiasmada.