“O DIABO
DE CADA DIA” (“THE DEVIL ALL THE TIME”), 2020, Estados Unidos, disponível no catálogo Netflix,
2h18m, roteiro e direção de Antonio Campos. Trata-se da adaptação para o cinema
do romance “The Devil All The Time”, escrito por Donald Ray Pollock em 2011, aclamado
pela crítica literária norte-americana como um dos melhores livros lançados
naquele ano. É um drama bem pesado, cujos principais personagens colocam em
prática uma maldade advinda do próprio Diabo, entre as quais um ex-soldado que
se transforma num fanático religioso, um pastor que mata a mulher para tentar
depois ressuscitá-la, um casal perverso
que mata jovens depois do ato sexual fotografado, um pastor que, “em nome do
Senhor”, transa com jovens “ovelhas”, um xerife corrupto e assassino etc.
Enfim, uma coletânea que representa o que de pior existe nos seres humanos. O
filme até que poderia se chamar “O Mal está em todo lugar”. Do começo ao fim,
um locutor em off narra a história sob o ponto-de-vista de cada
personagem. A trama é ambientada entre o final da Segunda Guerra Mundial e a
Guerra do Vietnã, envolvendo pessoas e famílias residentes nas regiões interioranas
de Knockemstiff (Ohio) e Coalcreek (Virgínia). A história é toda centrada no
jovem Arvin Russel (Tom Holland) e seus traumas de infância. Ele é o único personagem
a se envolver em quase todas as situações. “O Diabo de Cada Dia” é um filme
muito interessante e bem desenvolvido, mas apresenta inúmeras sequências que
podem chocar o espectador mais sensível. Conta ainda com um elenco de primeira.
Além de Tom Holland (o Homem-Aranha da Marvel), atuam Riley Keough, Robert
Pattinson, Mia Wasikovska, Jason Clarke, Bill Skarsgard, Halley Bennett, Eliza
Scanlen, Sebastião Stan e Harry Melling. Este é o quarto longa-metragem escrito e
dirigido por Antonio Campos, filho do jornalista brasileiro Lucas Mendes. Com “O
Diabo de Cada Dia”, Antonio começa a ser reconhecido como um cineasta de muito
talento, com estilo próprio e diferenciado. Imperdível!