ASFALTO
DE SANGUE (BURN OUT),
2017, coprodução França/Bélgica, com distribuição Netflix, 1h47m, direção de Yann Gozlan. A história foi
inspirada no livro “Balancé Dans Les Cordes”, de Jerémie Guez, que também ajudou
a escrever o roteiro. O pano de fundo é o tráfico de drogas nas periferias das
grandes cidades francesas, geralmente dominado por imigrantes. Tony (François
Civil) é um promissor piloto de moto que trabalha como estoquista num centro de
distribuição. Como vem se destacando nas competições amadoras, ele é convidado
para disputar uma vaga em uma equipe profissional para disputar o circuito
francês de motociclismo. Em meio a essa rotina de trabalho e treinos, Tony é surpreendido
com a notícia de que Leyla (Manon Azem) e seu filho estão sendo ameaçados por Miguel
(Olivier Rabourdin), um poderoso chefe de uma quadrilha de traficantes. Aconteceu
o seguinte: para ganhar um dinheiro extra, Leyla concordou em esconder uma certa
quantidade de drogas em seu apartamento para Miguel. Só que o namorado dela
foge com a carga. Para pagar a dívida da ex-mulher, Tony topa trabalhar
para o traficante transportando drogas em sua moto de uma cidade para outra, cumprindo
distâncias que às vezes ultrapassam os 200 km. Haja saúde. De manhã, o trabalho
no armazém, à tarde os treinos na pista e de madrugada o serviço de “mula”.
Para aguentar o tranco e se manter acordado, Tony passa a consumir remédios “tarja
preta”. Adrenalina pura. Não dá para contar muito mais para não estragar as
surpresas destinadas ao espectador. O que posso destacar é que as sequências de
ação são ótimas, não apenas nas competições de moto, como também nas estradas a
velocidades que chegam a superar os 300 km/hora, principalmente quando a
polícia está atrás. “Asfalto de Sangue” tem lá seus defeitos, mas garante um
bom entretenimento.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
BADLA (“Vingança”, na tradução literal da língua hindi para o português), 2019, Índia, 2h01m, disponível na plataforma Netflix, roteiro e direção de Sujoy Ghosh. Trata-se de uma adaptação (remake) do filme espanhol “Contratiempo”, de 2012, escrito e dirigido por Oriol Paulo, elogiadíssimo pela crítica. Eu também elogiei o filme espanhol, conforme comentário em meu blog. A versão indiana é tão boa quanto. O roteiro é praticamente igual, só alterado no que se refere ao personagem principal, que no filme espanhol é um homem, e na nova versão é uma mulher. Vamos à história de “Badla”. O conceituado advogado Badal Gupta (Amitagh Bachchan, um dos atores mais conhecidos de Bollywood) é contratado para defender a empresária Naina (Taapsee Pannu), acusada de ter assassinado o amante Arjun Joseph (Tony Luke). Ela foi flagrada no quarto de um hotel ao lado do corpo de Arjun com as mãos cheias de sangue. Ela jura que não sabe o que aconteceu, mas foi presa e em seguida solta sob o pagamento de fiança enquanto aguarda o julgamento. Enquanto Naina e Badal discutem as estratégias de defesa, os fatos são relembrados em flashback, inclusive um acidente de carro que será fundamental para o desenvolvimento da história. O advogado não fica convencido das versões fornecidas por Naina, acredita que ela está mentindo e ocultando a verdade. Cliente e advogado então começam um jogo de verdades e mentiras. Cada versão, de um lado ou de outro, dá margem a várias sequências no filme, instigando o espectador a julgar quem está com a razão. Essa confrontação prosseguirá, em meio a uma série de reviravoltas, até o surpreendente e sensacional desfecho de uma história que prende a atenção do começo ao fim, fruto de um primoroso e criativo roteiro, no caso, do diretor espanhol. Resumo da ópera: “Badla” é muito bom e, se comparado com o original do qual foi adaptado, não fica muito atrás em termos de qualidade. Programão!
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
O
ATIRADOR: EXTERMÍNIO FINAL (SNIPER: ULTIMATE KILL), 2017, Estados Unidos,
1h34m, direção de Claudio Fäh e roteiro de Chris Hauty. O atirador de elite (sniper)
Brandon Beckyt (Chad Michael Collins) é recrutado pelo DEA (Drug Enforcement
Administration), órgão subordinado ao Departamento de Justiça dos Estados
Unidos, para uma perigosa missão em Bogotá (Colômbia). Ele terá que localizar e
eliminar um outro atirador de elite a serviço de um chefão do tráfico para
assassinar seus concorrentes. Chamado de “El Diablo”, o sniper do
tráfico já tem em seu currículo uma lista enorme de mortos. A polícia colombiana
não consegue - ou não se esforça para – localizar e prender o predador. Aí que
entra a ajuda dos agentes norte-americanos, incluindo seu atirador de elite,
comandados pela oficial Kate Estrada (Danay Garcia). Nos bastidores da operação,
orientando os agentes, estão o major Richard Miller (Billy Zane), Thomas (Tom
Berenger) e John Samson (Joe Lando). Nas primeiras investigações, eles
descobrem que “El Diablo” trabalha para Jesús Morales (Juan Sebastián Chero).
A tarefa dos norte-americanos não será nada fácil, já que o chefão domina
grande parte da cidade, ou seja, tem olheiros por toda parte. Tão logo Kate
Estrada e Brandon são identificados, o chefão manda seu sniper matá-los.
Daqui para a frente, a trama se transforma numa caçada impiedosa, tanto de um
lado como de outro. E muito sangue vai espirrar pela telinha. Como filme de
ação, “O Atirador: Extermínio Final” deve agradar os fãs do gênero, mas não
espere um filmaço. Em todo caso, funciona como entretenimento.
COLLATERAL, 2018, Inglaterra,
produção BBC, minissérie em 4 capítulos de cerca de 1 hora cada (à disposição
na Netflix), direção de S.J. Clardson, seguindo roteiro de David Hare. A
história começa com o assassinato, a tiros, do jovem sírio Abdullah Asif (Sam
Otto), um motoboy entregador de pizza. A detetive Kip Glaspie
(Carey Mulligan), junto com o parceiro Nathan Bilk (Nathaniel Martelo-White), inicia
as investigações e descobre fatos que irão tornar o caso ainda mais misterioso.
Karen (Billie Piper), a cliente que o jovem acabou de atender, é uma mãe
solteira viciada em drogas, as quais costuma receber dentro da pizza. Descobriu-se
ainda que a munição utilizada para assassinar o motoboy é exclusiva do exército.
Além disso, a única testemunha do crime é Linh Suan Huy (Kae Alexander), uma jovem
vietnamita também viciada em drogas e, pior, imigrante ilegal. Outros
personagens que serão importantes no desenvolvimento da história: Sandrine Shaw
(Jeany Spark), uma capitã do exército inglês; Jane Oliver (Nicola Walker), a
vigária homossexual namorada de Linh, e o deputado David Mars (John Simms), ex-marido
de Karen, a mãe viciada. Estes e mais alguns outros personagens aparecerão em
subtramas que correrão à margem da história principal, mesmo que não tenham nada a ver com o
assassinato do jovem entregador de pizza. O roteiro também aborda questões
atuais como a xenofobia, imigração ilegal, intolerância, crime organizado, homossexualidade
etc., além de uma conspiração política envolvendo autoridades governamentais, religiosas,
policiais e até o M15 (serviço secreto inglês). Enfim, uma miscelânea de
situações que pode não só confundir o espectador como também desviar sua
atenção do foco principal, que é a investigação do crime do motoboy. Mesmo que
apresentada em apenas quatro capítulos, a minissérie chega a entediar em alguns
momentos. Não arrisco recomendar.