sexta-feira, 20 de outubro de 2023

 

“RASTOS DE SANGUE” (“DER SCHUTZENGEL”), 2022, Áustria, em cartaz no Prime Vídeo, 1h29m, roteiro e direção de Götz Spielmann (de “Revanchen”, filme indicado para disputar o Oscar 2009 de Melhor Filme Estrangeiro). Se você se surpreendeu com a palavras “Rastos”, ao invés de “Rastros”, saiba que ambos estão corretos. Trata-se de um filme policial que não faz muito jus ao gênero. O ritmo é morno, quase sem ação, suspense e nem mesmo reviravoltas, muito menos tiros e perseguições. O filme começa com o encontro de um cadáver de mulher boiando em um lago na zona rural não muito longe de Viena. O detetive Thomas Werner (Fritz Karl) assume o caso e inicia as investigações com a ajuda da polícia local. A vítima é identificada como Fanny Hofstatterr (Susi Stach), que trabalhava como empregada em um castelo da família Lanner, bastante conhecida na região. De início, parecia caso de afogamento, mas depois da autópsia chegou-se à conclusão de que foi assassinato. Na lista de suspeitos estão o próprio sobrinho da vítima, um fazendeiro em dificuldades financeiras, e um integrante da família Lanner, além de um policial novato que retorna ao vilarejo depois de 12 anos. Paralelamente a este caso, o detetive Thomas resolve investigar também o desaparecimento de uma jovem há mais de uma década. Completam o elenco Oliver Rosskopf, Michael Steinocher, Nicole Heesters e Henrietta Rauth. Não há muito mais a comentar sobre este filme, mas apenas afirmar que não há motivos suficientes para uma recomendação entusiasmada.       







quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 

Da fonte inesgotável de histórias da Segunda Guerra Mundial chega mais uma: “A VOZ DA RESISTÊNCIA” (“BURNING AT BOTH ENDS”), 2022, Estados Unidos, 1h51m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Landon Johnson, que também assina o roteiro com Matthew Hill e Jonah M. Hirsch. Não se surpreenda se encontrar o mesmo filme com o título de “Sem Tempo a Perder” (“Resistance: 1942”). Não sei por que toda essa confusão, um verdadeiro samba do cinema doido. Vamos à história – que também não esclarecem se é baseada em fatos reais ou uma ficção, ou seja, mais um defeito. Em 1942, com a França ocupada pelos nazistas, um operador de rádio-amador transmite mensagens otimistas e motivacionais para a população de Paris. Tipo “Continuem lutando, Deus ajudará a nos libertar” etc. Os alemães não gostaram nada e acionaram a Gestapo para descobrir quem estava enviando as mensagens. O locutor é Jacques (Cary Elwes), que mora com a filha Juliet (Greer Grammer) e um casal de judeus, Agnes (Mira Furlan) e Bertrand (Judd Hirsch), escondidos em um sótão. O oficial alemão Klaus Jager (Sebastian Roché), chefe da Gestapo em Paris, resolveu investigar e chegar ao locutor misterioso que inflamava os franceses a lutar contra a ocupação nazista. Quando essa turma estava prestes a ser presa, entra na história Andre (Jason Patric), um milionário que, embora tenha ligações comerciais com os alemães, decide ajudar os fugitivos. Algumas cenas de suspense valorizam a história, como o jantar que Andre oferece a oficiais alemães e cuja comida e o serviço ficam a cargo dos seus protegidos. Na mesa, o papo é de estragar o apetite, com os oficiais alemães conversando sobre as experiências científicas com humanos para chegar à raça pura. De vomitar. Trocando em miúdos, o filme apresenta uma história interessante, que poderia render um filme mais emocionante e comovente. O resultado final, porém, é decepcionante.         

terça-feira, 17 de outubro de 2023

 

“O PRÓPRIO ENTERRO” (“THE BURIAL”), 2023, Estados Unidos, lançamento do Prime Vídeo, 2h06m, direção de Margaret Betts, que também assina o roteiro com Doug Wright. O filme relata os bastidores de um caso jurídico que ficou famoso nos Estados Unidos na década de 90. O empresário Jeremiah O’Keefe (Tommy Lee Jones), dono de 8 pequenas funerárias e uma empresa seguradora no estado do Mississippi, resolveu entrar na justiça contra um investidor bilionário. Prestes a entrar em falência, O’Keefe tenta vender parte de suas empresas ao poderoso empresário Ray Loewen (Bill Camp), que adia a concretização do negócio esperando conseguir um preço menor. Jogo sujo. Mas O’Keefe resolveu revidar. Contratou o advogado Willie Gary (Jamie Foxx), famoso por não perder um caso em 12 anos, e partiram para os tribunais. As empresas Loewen também contavam com uma excelente equipe de advogados, comandados por Mame Downes (Jurnee Smollett). Com todos esses ingredientes, a previsão é de que os embates no tribunal sejam acirrados e muito interessantes. E, de fato, são, contribuindo e valorizando ainda mais este ótimo drama de tribunal. Não espere muita seriedade, pois há muito humor acontecendo nos bastidores. Também estão no elenco Pamela Reede, Mamoudou Athie, Amanda Warren e Alan Ruck. Enfim, um filme delicioso de assistir. Recomendo.      

 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 

“DESEJO OBSESSIVO” (“OBSESSION”), 2023, coprodução Inglaterra/Irlanda do Norte, minissérie Netflix em 4 episódios, direção de Glenn Leyburn e Lisa Barros D’Sa. O roteiro foi adaptado por Morgan Lloyd Malcolm e Benji Walters do livro “Perdas e Danos” (“Damage”, no original), da escritora irlandesa Josephine Hart (1942-2011). Trata-se de uma história de traição e obsessão sexual, com várias cenas eróticas bem perto do explícito, mesmo exibido pela TV inglesa. Histórias de traição já foram exploradas em inúmeras produções cinematográficas, mas desta vez o caso foge da normalidade. O conceituado médico-cirurgião William Farrow (Richard Armitage) começa a trair a esposa Ingrid (Indira Varma) com a misteriosa Anna Barton (Charlie Murphy), muitos anos mais jovem. Até aí tudo normal, pois não é segredo que a maioria dos homens pensa com a cabeça de baixo. Só que tem um detalhe pra lá de escabroso: a garota é noiva de Jay (Rish Shah), filho do médico. Já dá pra imaginar que a coisa não vai terminar bem, não só pelo lado familiar, mas também profissional, já que o médico está prestes a ocupar o cargo de Secretário de Saúde do governo inglês. A situação só piora a partir da obsessão doentia do médico pela jovem. A história mereceria um roteiro mais caprichado, incluindo algum suspense. Infelizmente, o tratamento é morno, com pouca tensão e muito blá blá blá. De qualquer forma, se você for assistir, tire as crianças da sala.