“INVASÃO AO SERVIÇO SECRETO” (“ANGEL
HAS FALLEN”), 2019, EUA, 2h1m, direção de Ric Roman Waugh,
que também é autor do roteiro com a colaboração de Katrin Benedikt, Robert Mark
Kamen, Matt Cook e Creighton Rothenberger. Este é o terceiro filme da série que
conta como principal personagem o agente secreto Mike Benning (Gerard Butler, também
protagonista dos dois primeiros, “Invasão à Casa Branca”, de 2013, e “Invasão a
Londres”, de 2016). Desta vez, ou mais uma vez, Mike tenta proteger o
presidente norte-americano Allan Trumbull (Morgan Freeman) de uma conspiração comandada
por integrantes de uma organização ligada à indústria de armas, cujo objetivo é
assassinar Trumbull e provocar uma guerra com a Rússia. Entre eles, alguns ex-agentes secretos que trabalharam com Benning. No primeiro atentado contra
o presidente, durante uma pescaria num lago, os criminosos utilizam um sofisticado
“exército” de drones equipados com bombas. Morre quase todo mundo, numa
espetacular cena de prender o fôlego. Ao longo
das investigações realizadas pelo FBI, descobre-se que existe alguém ligado à
alta cúpula do governo que está vazando informações não só para a imprensa,
como também para a organização criminosa, que não sossega enquanto não matar o
nº 1 dos EUA. Enquanto isso, o pessoal do FBI recebe um dossiê falso que aponta
como o idealizador de toda a trama o próprio Benning, que é obrigado a fugir e
depois tentar provar sua inocência. Leah Benning, esposa do agente, e o pai
dele, Clay Benning (Nick Nolte), acabam também envolvidos na história, correndo
risco de vida. Mas o nosso herói vai resolver tudo da melhor maneira possível,
garantindo um desfecho mais do que previsível. O ator escocês Gerard Butler,
que já esbanjou charme em “O Fantasma da Ópera (2004) e barriga de tanquinho em
“300” (2006), mostra agora uma evidente decadência física. Está meio inchado,
resultado das biritas que adora tomar. Talvez não faça a 4ª versão, se houver. De
qualquer forma, “Invasão ao Serviço Secreto” tem todos os ingredientes de um
bom filme de ação, geralmente um gênero que dá folga aos nossos neurônios. Saco
de pipoca na mão e boa sessão da tarde!
sábado, 7 de dezembro de 2019
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
“PÁSSARO DO ORIENTE” (“EARTHQUAKE
BIRD”), 2019, coprodução EUA/Japão em conjunto com a Netflix,
1h48m, roteiro e direção do cineasta inglês Wash Westmoreland. A história é
baseada no livro “The Earthquake Bird", de 2001, escrito pela romancista inglesa
Susanna Jones, um grande best seller na época. Tóquio, 1989. A cena
inicial mostra Lucy Fry (Alicia Vikander) sendo interrogada numa delegacia de
polícia sobre o desaparecimento de sua amiga Lily Bridges (Riley Keough).
Durante os diálogos, surpreende como a sueca Vikander domina o idioma japonês.
Tinha que ser assim, pois seu personagem mora já há cinco anos no Japão. Lucy trabalha
como tradutora numa empresa no centro de Tóquio e, aparentemente, é uma jovem
normal e trabalhadora, porém muito solitária. Em flashbacks, o filme
recorda os fatos que antecederam ao sumiço de Lily. Primeiro, o envolvimento
amoroso de Lucy com Teiji (Naoki Kobayashi), um japonês charmoso que trabalha
como cozinheiro num restaurante, mas que nas horas vagas é fotógrafo amador. Os
dois se apaixonam e o romance vai bem até a chegada de Lily dos Estados Unidos.
Ao apresentar Lily a Teiji, Lucy percebe que os dois se atraem e pinta o maior
ciúme. O suspense do filme gira em torno justamente do que Lucy fará a
respeito. Eliminar Lily, como sugere o episódio que se desenrola na delegacia? Como
sugestão para colocá-la como principal suspeita, o filme aborda um fato traumático de seu passado, justamente o que a motivou a se mudar para o Japão. Ou quem sabe Teiji,
que adora retratar pessoas mortas e quer provar seu amor por Lucy? Nada mais é
possível acrescentar para não estragar o final da história. O filme é bastante
interessante, apresentando como um de seus maiores destaques os cenários da
capital japonesa, valorizados pela fotografia deslumbrante do sul-coreano Chung
Chung-hoon. Com relação à história, o diretor Westmoreland (“Para Sempre Alice”
e “Colette”) consegue manter um clima de tensão que nos leva a querer chegar logo
ao fim para descobrir o que realmente aconteceu. Também merecem destaque as
atuações da atriz sueca Alicia Vikander, vencedora do Oscar 2015 de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu
trabalho em “A Garota Dinamarquesa” e protagonista de “Tom Raider: A Origem”
(2018) como Lara Croft. Na vida real, Alicia é casada, desde 2017, com o ator
Michael Fassbender. Quanto à bela e boa atriz Riley Keough, lembro que é filha
da cantora Lisa Marie Presley e, portanto, neta de Elvis. Com quase 1m90 de
altura, Naoki Kobayashi foge um pouco do estereótipo de seus conterrâneos. Além
de ator, o galã Naiki é cantor de um grupo pop, além de dançarino e modelo. Voltando a
“Pássaro do Oriente”, cuja estreia aconteceu dia 10 de outubro de 2019 no BFI
London Film Festival (na Netflix, foi exibido pela primeira vez no dia 5 de novembro
de 2019), trata-se de um filme bastante criativo, bem escrito e dirigido.
Recomendo.
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
“O IRLANDÊS” (“THE IRISHMAN”), 2019,
EUA, direção de Martin Scorsese, distribuição da Netflix (no Brasil, estreou
dia 27 de novembro de 2019). Posso afirmar, com toda certeza, que este é o
grande favorito ao Oscar 2020 em várias categorias. Um épico com a marca registrada
do grande diretor Martin Scorsese. Com roteiro de Steven Zaillian, adaptado do
livro “I Heard You Paint Houses”, escrito por Charles Brandt, a história, baseada
em fatos reais, acompanha, durante décadas, desde o pós-Segunda Guerra Mundial,
a trajetória de Frank Sheeran (Robert De Niro), um simples motorista de
caminhão que transportava carnes para um frigorífico pertencente a um chefão da
Máfia. Aos poucos ele vai se aproximando do crime organizado e logo se transforma
num assassino de aluguel sob o mando de Russel Bufalino (Joe Pesci), chefão
mafioso da Pensilvânia. Também se transforma em homem de confiança e segurança
do lendário líder sindical Jimmy Hoffa (Al Pacino), que mantinha estreitas
ligações com os chefões do crime organizado. Scorsese prioriza a questão da
honra entre os integrantes da máfia italiana, os acordos realizados em mesas de
restaurantes, muitos resultando em mortes encomendadas – sim, há muita
violência -, vinganças, traições e toda a sujeira que envolve a atividade
criminosa. Completam o elenco, entre outros, Karvey Keitel, Bobby Carnevale,
Anna Paquin e Stephen Graham. Mas os destaques são, sem dúvida, os desempenhos
magistrais de De Niro, Pacino e, principalmente, Joe Pesci (aposto que vai
ganhar o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante). Eu acreditava que nenhum outro filme sobre
a Máfia superaria “Os Bons Campanheiros”, do próprio Scorsese. E não é que ele
se superou? “O Irlandês” é sensacional, uma obra-prima, 3h30m do mais puro deleite
cinematográfico, um filme que você não quer que termine. Logo depois de seu
lançamento, em 27 de setembro durante o 57º Festival de Cinema de Nova Iorque, “O
Irlandês” já foi considerado o melhor filme de 2019 e o melhor roteiro adaptado
pela National Board of Review, organização que reúne críticos de cinema e profissionais
da indústria cinematográfica norte-americana. Obrigado, Scorsese!
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
“A DAMA DE BACO” (“JUG-YEO-JU-NEUM
YEO-JA” - nos países de língua inglesa, "The Bacchus Lady"), 2016, Coreia do Sul, 1h50m, roteiro e direção de E J.
Yong. Mais uma pérola do cada vez mais surpreendente cinema sul-coreano.
Trata-se de um “drama agridoce”, segundo definição do próprio diretor. Realmente,
a história é dramática, muito triste e melancólica, mas tem seus momentos
sensíveis e algumas pitadas de humor. A trama é toda centrada em So-Young (Yoon
Yeo-Jeong), uma idosa que passou dos 70 e se prostitui para ganhar dinheiro. Um
parêntese: embora seja a 12ª economia do mundo (a 11ª quando o filme foi
realizado), a Coreia do Sul ainda apresenta um dos maiores índices de pobreza
entre idosos do mundo, situação, inclusive, que leva vários deles ao suicídio. Voltamos ao filme: So-Young frequenta o parque Jongmyo, na capital Seul, onde
circula, juntamente com outras idosas, com o pretexto de vender uma garrafinha
de Bacchus, bebida energética para os idosos se sentirem com mais disposição para
o sexo. Na verdade, o que lhe dá dinheiro são os programas que faz a quatro
paredes num motel próximo. Numa ida ao médico para tratar de uma doença
venérea, So-Young testemunha uma briga entre uma imigrante filipina e o médico,
acusado por ela de ser o pai do seu filho, o agride e acaba presa. O menino,
Jae-Woo (Chon Moo-Song), fica solto nas ruas e So-Young resolve adotá-lo. A
idosa mora num conjunto residencial simples e tem como vizinhos um rapaz boa
gente, Do-Hoon (Yoo Kye-Sang), e a simpática transsexual Tina (An A-Zu). Mesmo
responsável pelo garoto, So-Young continua a fazer seus programas, às vezes
levando até o menino junto. Ao mesmo tempo, So-Young conhece vários idosos
desiludidos com a vida, solitários ou doentes terminais, que imploram a ela que
os ajude a passar para o outro lado. Enfim, tudo no filme gira em torno da idosa
So-Young, interpretada com muita sensibilidade e competência pela veterana
atriz sul-coreana Yoon Yeo-Jeong, que eu passei a admirar depois que a vi atuar
em filmes como “A Empregada”, de 2010, e no ótimo “Canola”, de 2016, entre
tantos outros. “A Dama de Baco” foi exibido na seleção oficial dos Festivais de
Berlim, Londres, Seattle, Hong Kong, Melbourne e Rio de Janeiro, além de receber
os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Atriz no “Fantasia Film Festival” (Montreal),
em julho de 2016. Também conquistou o Prêmio do Júri no Asia Pacific Screen
Awards. Merecia muito mais, pois é um grande filme, sensível e impactante. Não
perca!
domingo, 1 de dezembro de 2019
“ERA UMA VEZ EM...HOLLYWOOD” (“ONCE
UPON A TIME...IN HOLLYWOOD”), 2019. EUA, 2h40m, roteiro e
direção de Quentin Tarantino. Este é o 9º longa-metragem do diretor
norte-americano e, para mim, o melhor. Ele ambienta a história em 1969, o ano
em que turma do Charles Manson matou a atriz Sharon Tate e amigos, naquela que
é considerada até hoje a maior tragédia ligada à história do cinema. Além de
ser casada com o cineasta polonês Roman Polanski e estar grávida quando foi
assassinada, Sharon (Margot Robbie) era uma atriz em grande ascensão. Este
episódio tão nefasto ocupa grande parte do final do filme de Tarantino. Na
verdade, o grande cineasta norte-americano fez uma comédia satirizando
Hollywood, ao mesmo tempo em que homenageia o Cinema em geral e,
particularmente, o gênero western ou, como nós o chamamos, faroeste. E
Tarantino conhece como ninguém a sua grande paixão, desde que trabalhava como
atendente numa videolocadora. A história é centrada em Rick Dalton (Leonardo Di
Caprio), um ator de grande sucesso em séries de TV que decide arriscar o estrelato
em Hollywood. Quem o acompanha no seu dia a dia é o amigo Cliff Booth (Brad
Pitt), seu dublê oficial há vários anos, além de motorista, segurança e companheiro
nas bebedeiras. Em meio à rotina de trabalho de Rick nos sets de
filmagem, Tarantino acrescenta a aparição de astros da época, como Bruce Lee
(Mike Moh) e um impagável Steve McQueen (Damian Lewis). E ainda utiliza efeitos
especiais para colocar Rick Dalton contracenando em filmes famosos das décadas
de 50 e 60, mais uma das grandes atrações deste filme genial de Tarantino, na
minha opinião, como já disse, o melhor do cineasta. O elenco também conta com
astros do porte de Al Pacino, Bruce Dern, Margaret Qualley, Kurt Russell, Dakota
Fanning, Luke Perry, Austin Butler, Lorenza Izzo, Julia Butters e Rafal
Zawierucha. “Era uma Vez...” estreou na programação oficial do 72º Festival Internacional
de Cinema de Cannes, em maio de 2019. A recepção foi a melhor possível.
Realmente, um filmaço!
Assinar:
Postagens (Atom)