quinta-feira, 5 de dezembro de 2019


“PÁSSARO DO ORIENTE” (“EARTHQUAKE BIRD”), 2019, coprodução EUA/Japão em conjunto com a Netflix, 1h48m, roteiro e direção do cineasta inglês Wash Westmoreland. A história é baseada no livro “The Earthquake Bird", de 2001, escrito pela romancista inglesa Susanna Jones, um grande best seller na época. Tóquio, 1989. A cena inicial mostra Lucy Fry (Alicia Vikander) sendo interrogada numa delegacia de polícia sobre o desaparecimento de sua amiga Lily Bridges (Riley Keough). Durante os diálogos, surpreende como a sueca Vikander domina o idioma japonês. Tinha que ser assim, pois seu personagem mora já há cinco anos no Japão. Lucy trabalha como tradutora numa empresa no centro de Tóquio e, aparentemente, é uma jovem normal e trabalhadora, porém muito solitária. Em flashbacks, o filme recorda os fatos que antecederam ao sumiço de Lily. Primeiro, o envolvimento amoroso de Lucy com Teiji (Naoki Kobayashi), um japonês charmoso que trabalha como cozinheiro num restaurante, mas que nas horas vagas é fotógrafo amador. Os dois se apaixonam e o romance vai bem até a chegada de Lily dos Estados Unidos. Ao apresentar Lily a Teiji, Lucy percebe que os dois se atraem e pinta o maior ciúme. O suspense do filme gira em torno justamente do que Lucy fará a respeito. Eliminar Lily, como sugere o episódio que se desenrola na delegacia? Como sugestão para colocá-la como principal suspeita, o filme aborda um fato traumático de seu passado, justamente o que a motivou a se mudar para o Japão. Ou quem sabe Teiji, que adora retratar pessoas mortas e quer provar seu amor por Lucy? Nada mais é possível acrescentar para não estragar o final da história. O filme é bastante interessante, apresentando como um de seus maiores destaques os cenários da capital japonesa, valorizados pela fotografia deslumbrante do sul-coreano Chung Chung-hoon. Com relação à história, o diretor Westmoreland (“Para Sempre Alice” e “Colette”) consegue manter um clima de tensão que nos leva a querer chegar logo ao fim para descobrir o que realmente aconteceu. Também merecem destaque as atuações da atriz sueca Alicia Vikander, vencedora do Oscar 2015 de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu trabalho em “A Garota Dinamarquesa” e protagonista de “Tom Raider: A Origem” (2018) como Lara Croft. Na vida real, Alicia é casada, desde 2017, com o ator Michael Fassbender. Quanto à bela e boa atriz Riley Keough, lembro que é filha da cantora Lisa Marie Presley e, portanto, neta de Elvis. Com quase 1m90 de altura, Naoki Kobayashi foge um pouco do estereótipo de seus conterrâneos. Além de ator, o galã Naiki é cantor de um grupo pop, além de dançarino e modelo. Voltando a “Pássaro do Oriente”, cuja estreia aconteceu dia 10 de outubro de 2019 no BFI London Film Festival (na Netflix, foi exibido pela primeira vez no dia 5 de novembro de 2019), trata-se de um filme bastante criativo, bem escrito e dirigido. Recomendo.          

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