sexta-feira, 22 de abril de 2022

 

“AS AGENTES 355” (‘THE 355”), 2021, coprodução Estados Unidos/China, 2h04m, disponível na plataforma Amazon Prime, roteiro de Theresa Rebeck e direção de Simon Kinberg. É um filme de ação e espionagem centrado em um grupo de espiãs de cinco países cuja missão é recuperar um dispositivo capaz de provocar atentados e explosões remotamente pelo mundo afora. Mason “Mace” Brown (Jessica Chastain), agente da CIA, é a primeira a ser convocada para a missão de resgatar o dispositivo de um grupo terrorista. Durante esse trabalho, ela se junta a outras agentes de países como a Alemanha, Inglaterra, China e Colômbia. Essa equipe, só de mulheres, vai encarar desafios e perigos até o desfecho. Há algumas boas cenas de ação, mas o grande atrativo é realmente o time feminino, da melhor qualidade em termos de competência e beleza. Além de Jessica Chastain, estão Diane Kruger, Penélope Cruz, Bingbing Fan e Lupita Nyong’o. Também estão no elenco Sebastian Stan, Edgar Ramírez, Jason Flemyng, Sylvester Groth, Raphael Acloque e Waleed Elgadi. A trama percorre várias partes do mundo, culminando com o desfecho em Xangai. Claro, a história é mirabolante, mas o ritmo é bem movimentado e deve agradar os espectadores que curtem filmes de ação. Se não é uma Brastemp, pelo menos não ofende nossa inteligência. Ah, lembrei: o número 355 refere-se ao codinome de uma espiã que atuou durante a independência dos Estados Unidos infiltrada nas forças britânicas. Trocando em miúdos, “As Agentes 355” é um ótimo entretenimento para quem quer dar folga aos neurônios.                                                                  

 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

 

“AJUSTE DE CONTAS” (“A SCORE TO SETTLE”), 2019, Canadá/Estados Unidos, produção original Netflix, 1h43m, Roteiro de John Stuart Newman e direção de Shawn Ku. A mediocridade tem sido a característica principal dos últimos filmes do ator Nicolas Cage. Neste drama psicológico, apesar da divulgação tratá-lo como um suspense de ação, o tédio predomina do começo ao fim. Cage interpreta Frank, que acaba de sair da cadeia depois de 19 anos encarcerado. Sua pena inicial era prisão perpétua por assassinato, mas transformada em condicional depois que um exame médico constatou que ele sofre de uma doença incurável provocada por uma insônia crônica, fazendo com que ele tenha alucinações constantes, perdas de memória e desmaios. Na verdade, Frank ganhou US$ 450 mil para assumir o assassinato em nome do chefe da quadrilha, este sim o responsável pelo crime. Ao sair da prisão, Frank reencontra o filho Joey (Noah Le Gros) para tentar reparar uma paternidade irresponsável. Frank sentia culpa de não ter participado da educação do filho, que entrou cedo para o mundo das drogas. Grande parte do filme é dedicada aos diálogos entre pai e filho, conversas entediantes e de pouco conteúdo. Quando saiu da prisão, Frank partiu para a vingança contra os antigos parceiros de crime pelo que fizeram com seu filho. Ação mesmo, só perto do desfecho. O filme já começa errado, quando a primeira cena mostra Frank saindo da cadeia e andando sem rumo por uma estrada de terra. De repente, vindo na direção contrária, aparece um sujeito misterioso de capuz. Era justamente Joey, o filho dele. Que coincidência mais patética! E segue por aí mais essa bomba de Cage. Também são cúmplices nessa bobagem cinematográfica Benjamin Bratt, Karolina Wydra, Mohamed Karim, Ian Tracey e Nicole Muñoz. O diretor Shawn Ku também é conhecido como coreógrafo de vários filmes. Dessa forma, só posso afirmar que Ku, como diretor, é um excelente coreógrafo. O filme é tão ruim que só obteve 15% de aprovação dos leitores do site Rotten Tomatoes, além da rara unanimidade dos críticos especializados em considerá-lo um dos piores filmes de Cage. Assino embaixo.                                                                    

segunda-feira, 18 de abril de 2022

 

“PRAZER, KALINDA” (“BO WE MNIE JEST SEKS”), 2021, Polônia, produção original Netflix, 1h45m, direção de Katarzyna Klimkiewicz, que também assina o roteiro com a colaboração de Patricia Nowak. Cinebiografia de Kalina Jedrusik (1930-1991), atriz e cantora que fez grande sucesso na década de 60 do século passado. Entre 1953 e 1991, ela fez mais de trinta filmes, além de programas na TV e shows. Por sua beleza e sensualidade, era conhecida como a Marilyn Monroe da Polônia, embora tivesse cabelos pretos. Seu comportamento liberal não agradava a sociedade conservadora da época (a Polônia sempre foi um dos países mais católicos do mundo) e muito menos as autoridades polonesas. Por exibir decotes escandalosos, além de cantar e dançar com uma sensualidade exagerada, ela chegou a ser impedida de aparecer na TV. Entretanto, o filme deixa bem claro que o principal motivo foi ela ter-se negado a ir para a cama com o novo diretor de cultura, Ryszard Molski (Bartlomiej Kotschedoff). O filme ainda revela o casamento aberto que a artista mantinha com o escritor Stanislaw Dygat (Leslek Lichota) – o amante oficial de Kalina era Lucek (Krzysztof Zalewski), amigo de Stanislaw. Os amantes curtiam a cama enquanto o marido lia jornal na cozinha. A atriz Maria Debska dá um show no papel de Kalina. Sem dúvida, merece um destaque especial por sua maravilhosa atuação. Como quase sempre, vou remar contra a maré, ou seja, contrariar a opinião de vários críticos profissionais, que não gostaram do filme. Pois eu achei o filme muito bom, criativo, inteligente e agradável de ser visto. Destaco a primorosa recriação de época, a cenografia e ainda a saborosa trilha sonora, assinada por Radoslaw Luka. As músicas têm uma levada de jazz e as letras acompanham o que acontece na história. O título de uma delas é o mesmo do título original do filme, “Bo We Mnie Jest Seks”, cuja tradução literal é “Porque Há Sexo em Mim”, que foi uma das músicas de maior sucesso do repertório de Kalina. Resumindo, trata-se de um dos filmes mais criativos do cinema polonês. Recomendo.                                                                    

 

domingo, 17 de abril de 2022

 

“ANATOMIA DE UM ESCÂNDALO” (“ANATOMY OF A SCANDAL”), 2022, Inglaterra, minissérie da Netflix em seis capítulos, direção da cineasta norte-americana S.J. Clarkson, seguindo roteiro de David E. Kelley e Melissa James Gibson, que adaptaram o livro homônimo de Sarah Vaughan, não a diva do jazz já falecida, mas o pseudônimo da escritora Sarah Hall, ex-jornalista inglesa de política e ex-repórter de tribunais. Lançada no último dia 15 de abril pela Netflix, a minissérie é um suspense psicológico e drama de tribunal. A história é centrada no personagem James Whitehouse (Rupert Friend), ex-ministro e atual membro importante do governo britânico. Ele é casado com Sophie (Sienna Miller), uma antiga colega de universidade. O casal tem dois filhos e, publicamente, vive um casamento harmonioso e feliz. Um dia, porém, tudo vira do avesso. James é acusado de estupro por Olivia Lytton (Naomi Scott), uma de suas assessoras, com a qual teve um caso durante cinco meses. Mesmo diante da grave acusação, James recebe o apoio da esposa e do próprio primeiro-ministro Tom Southern (Geoffrey Streatfeild), seu amigo e antigo colega de universidade. Grande parte da minissérie é dedicada às cenas de tribunal, durante as quais destaca-se os embates entre a promotora Kate Woodcroft (Michelle Dockery) e a advogada de defesa Angela Regan (Josette Simon). Até o veredito do júri, muita água vai rolar sob a ponte do charmoso e um tanto arrogante político, que tem muito a explicar não só para seus eleitores, mas principalmente para a sua esposa. Muitos fatores contribuem para o sucesso da minissérie, que chegou ao Top 10 de Netflix logo em seu lançamento. O roteiro funciona perfeitamente, mantendo um desenrolar bastante movimentado e com muita tensão, notadamente durante as inúmeras cenas no tribunal, além de uma surpreendente reviravolta no final do 4º episódio, envolvendo a promotora Kate Woodcroft. Destaque para a atuação das atrizes Michelle Dockery e Sienna Miller, bonitas e muito competentes. Resumo da ópera (ou da minissérie): excelente entretenimento, inteligente, sério e adulto. Mais um gol de placa da Netflix. Não perca!