“CONCLAVE”, 2024,
coprodução Inglaterra/Estados Unidos, 2h00m, em cartaz no Prime Vídeo, direção
do cineasta alemão Edward Berger (“Nada de Novo no Front”), seguindo roteiro
assinado por Peter Straughan. Indicado ao Oscar 2025 em oito categorias (ganhou
a de “Melhor Roteiro Adaptado” e vencedor de vários prêmios no Globo de Ouro e
no BAFT, o Oscar inglês), “Conclave” desnuda os bastidores de uma votação para
a escolha do novo papa. É sabido que a escolha do papa é um dos eventos mais
secretos do mundo. No filme, o personagem central é o cardeal Thomas Lawrence
(Ralph Fiennes), encarregado de organizar o conclave por indicação do papa antes de morrer. O espectador é conduzido pelos meandros do Vaticano, acompanhando os conchavos e as intrigas entre os
cardeais, alguns deles assumindo a ambição de ser o novo papa. Administrar toda
essa situação leva o cardeal Thomas a um grande estresse, o que o faz rever até
mesmo a própria fé. O polêmico desfecho não agradou as autoridades eclesiásticas,
merecendo críticas contundentes. Realmente, o final apresenta uma situação
chocante para os católicos que, como eu, também não gostaram. Completam o
elenco Stanley Tucci, John Lithgow, Carlos Diehz, Sergio Castellitto e Isabella
Rossellini, esta última indicada ao Oscar 2025 na categoria “Melhor Atriz
Coadjuvante”, o que achei um absurdo, já que ela pouco aparece no filme. Como
se vê, o elenco é um dos grandes trunfos do filme. Os cenários, construídos no
estúdio de cinema Cinecittà, nos arredores de Roma, também são incríveis, reproduzindo até mesmo detalhes artísticos da Capela Sistina. Para
escrever o livro homônimo em 2016 que deu origem ao roteiro do filme, o
romancista inglês Robert Harris fez uma acurada pesquisa sobre os bastidores de
um conclave, tendo entrevistado, inclusive, um cardeal que participou da última
votação. Trocando em miúdos, “Conclave” é um grande filme que chega ao streaming
em 2025. Imperdível!
sábado, 19 de abril de 2025
quinta-feira, 17 de abril de 2025
“SISU – UMA HISTÓRIA DE
DETERMINAÇÃO” (“SISU”), 2022, Finlândia, 1h31m, em cartaz no Prime
Vídeo, roteiro e direção de Jalmari Helander (“Caçada ao Presidente”). Estamos
nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial. Ex-comandante do exército finlandês,
Aatami Korpi (Jorma Tommila) resolveu isolar-se no deserto da Lapônia com um
cavalo e um cachorro. Virou garimpeiro. Depois de achar uma grande quantidade
de pepitas de ouro, resolveu voltar para a cidade com o objetivo de vender o
ouro. No meio do caminho, porém, ele dá de cara com um pelotão de soldados
alemães da Waffen-SS, comandados por um oficial sádico (Aksel Hennie), tentando
voltar para a Alemanha através da Noruega, levando como reféns algumas jovens finlandesas.
Ao perceberem que Aatami carregava ouro, os alemães decidem roubar a carga. Não
sabem, porém, que Aatami é uma lenda em seu país como soldado, capaz de
realizar façanhas que um ser humano normal seria incapaz. Enfim, uma fúria humana. A história do filme é
justamente contar essa luta violenta e desigual - Aatami contra um batalhão
inteiro de soldados alemães – através de cenas de ação muito bem filmadas, num
ritmo intenso e repleto de suspense. Há mais ação do que diálogos, o ritmo
é intenso, não deixa o espectador respirar. O filme teve uma recepção muito boa
por parte da crítica e do público, ganhando uma sequência filmada em 2024, mas
que ainda não chegou aos cinemas. Trocando em miúdos, um filmaço!
terça-feira, 15 de abril de 2025
“G20” –
2025, Estados Unidos, 1h48m, em cartaz no Prime Vídeo, direção da cineasta mexicana
Patricia Riggen (“Sob a Mesma Lua”, “Milagres do Paraíso”), seguindo roteiro
assinado por Caitlin Parrish, Erica Weiss e pelos irmãos Logan e Noah Miller. A
atriz Viola Davis não precisa provar mais que é uma excelente atriz. Sua
presença valoriza qualquer filme. E são muitos. Arrasou em especial no ótimo “A
Voz Suprema do Blues” e ainda em “Um Limite entre Nós”, que a consagrou com Oscar
de Melhor Atriz em 2017. Eclética e atlética, mostrou que também é ótima em
filmes de ação, como provou no recente “A Mulher Rei” e agora em “G20”. Neste
último, ela é Danielle Sutton, nada menos do que a presidente dos Estados
Unidos. Ex-soldada na guerra do Iraque, ela também é perita em armas e em artes
marciais – ela treina jiu-jitsu com o chefe de seus guarda-costas, o
agente Manny Ruyz (Ramón Rodriguez) - tudo bem, é cinema. Em sua primeira missão internacional,
Danielle vai com a família participar da reunião do G20 na Cidade do Cabo (África
do Sul). Durante o coquetel de abertura do evento, terroristas invadem o
recinto, trancam as portas e fazem todos de reféns. Seu objetivo:
controlar os mercados e a economia mundial. Só que a presidente Danielle e seu
guarda-costas, além de outras duas personalidades, conseguem escapar do salão
de festas, mas continuam presas dentro do edifício. Daí para a frente, muita
ação vai rolar na telinha, regado a um suspense de primeira. As cenas de ação
são ótimas, mais um trunfo para valorizar ainda mais a história. Completam o
excelente elenco Sabrina Impacciatore, Anthony Anderson, Antony Starr, Marsai
Martin, Chjristopher Farrar, Clark Gregg, Ali Suliman, Angela Sarafyan e
Douglas Hodge. Claro que, como todo filme de ação, “G20” não exige muito dos neurônios,
mas ainda assim é um ótimo entretenimento.
domingo, 13 de abril de 2025
“O QUARTO AO LADO” (“THE ROOM
NEXT DOOR” – “La Habitacion De Al Lado”, nos países de língua espanhola), 2024,
Espanha, 1h50m, em cartaz na Netflix, direção de Pedro Almodóvar, que também
escreveu o roteiro adaptado do livro “O Que Você está Enfrentando” (“What Are You Going Through”), da romancista norte-americana Sigrid Nunez. O tema é como
lidar com a proximidade da morte, tanto por parte do doente quanto por parte da
família e dos amigos próximos. A jornalista Martha (Tilda Swinton), uma ex-correspondente
de guerra, tem pouco tempo de vida, sofrendo de um câncer terminal. No
hospital, ela recebe a visita de uma antiga colega de trabalho, a também
jornalista e agora escritora Ingrid (Julianne Moore). Martha pede à amiga que
fique com ela em seus últimos dias, morando na mesma casa no quarto ao lado.
Ela confessa que deseja que Ingrid a ajude numa morte assistida. A relação
entre as duas mulheres é o foco de toda a história, onde se destacam momentos
sensíveis, outros dramáticos e comoventes. Completam o elenco John Torturro, Alessandro Nivola, Juan
Diego Botto, Raúl Arévalo, Alex Høgh Andersen, Esther-Rose McGregor e Melina
Mattews. Este é o primeiro filme totalmente falado em inglês de Almodóvar, mas
seu estilo de filmar é o mesmo de quase todos os seus filmes: ênfase no
melodrama, humor irreverente (neste, nem tanto), cores fortes e ousadas, filosofia
de vida, citações sobre arte e cultura. Puro Almodóvar, diretor espanhol que já
nos brindou com ótimos filmes. Posso citar alguns, como “Mulheres à Beira de um
Ataque de Nervos" (1988), “A Flor do Meu Segredo” (1995), “Tudo Sobre Minha Mãe”
(1999), “Fale com Ela” (2002), “A Pele que Habito” (2011), entre tantos outros.
Exibido durante o 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza, o filme
ganhou o cobiçado Leão de Ouro de Melhor Filme. A atriz Tilda Swinton foi indicada ao prêmio
de Melhor Atriz no Globo de Ouro, vencido pela nossa Fernanda Torres. Infelizmente, o Oscar 2025 esnobou Almodóvar. Trocando
em miúdos, “O Quarto ao Lado” é mais uma pequena obra-prima do cineasta espanhol. E,
portanto, IMPERDÍVEL – assim mesmo, com maiúsculas.