sábado, 2 de maio de 2015

“SARKI SÖYLEYEN KADINLAR” (“Singing Women”, traduzido para o inglês) é um filme turco de 2013 dirigido por Reha Erdem. Um drama muito entediante e esquisito, tornando as suas duas horas de duração um verdadeiro martírio. O pano de fundo da história é a previsão da chegada de um violento terremoto numa ilha do litoral da Turquia, próxima a Istambul. Além disso, acontece uma epidemia que está matando os cavalos da ilha. Enquanto a maioria da população obedece à ordem das autoridades de abandonar o local, outros preferem ficar. E é nesses poucos habitantes que restam que o diretor Reha Erdem foca sua história. Há um médico com um passado político tenebroso, um idoso cujo filho, além de depressivo, tem uma doença grave, uma mulher com poderes sobrenaturais e seu irmão debilóide, uma jovem infeliz que foge de um namorado e, claro, os cavalos morrendo pela ilha. Muitos dos diálogos não têm qualquer nexo, assim como a maioria das situações. Dá para perceber que o diretor Erdem teve a pretensão de realizar um filme poético, valorizando a força das mulheres da ilha diante das dificuldades. O filme é esquisito, difícil de entender, assim como é difícil decifrá-lo e comentá-lo. A única certeza é a de que se destina a um público restrito, amante dos chamados filmes de arte.                                                                                                                                                    

quinta-feira, 30 de abril de 2015

’71 é um ótimo drama inglês ambientado em 1971 (daí o título) em Belfast (Irlanda do Norte). A história tem como pano de fundo o conflito envolvendo de um lado os militantes católicos do IRA (Exército Republicano Irlandês) e de outro os protestantes e o Exército britânico. A violência imperava naquela época, o que incluía muitos atos terroristas, atentados à bomba e protestos que terminavam em depredação, mortes e pancadaria generalizada. O soldado britânico Gary (Jack O’Connell, do recente “Invencível”, dirigido por Angelina Jolie) e seu pelotão são designados para conter um motim na zona de guerra de Belfast. No meio da confusão, um soldado é morto com um tiro no rosto e Gary é violentamente espancado. Os manifestantes são em maior número e a situação foge de controle, o que obriga o pelotão do Exército a fugir com o rabo entre as pernas, abandonando Gary à sua própria sorte. O filme quase inteiro mostra o jovem soldado tentando escapar do pessoal do IRA. A caçada pela cidade é de uma tensão angustiante, no que o diretor francês estreante Yann Demange soube transformar num suspense de prender o ar. Produzido em 2013, o filme estreou com muitos elogios no Festival de Berlim/2014. Realmente, é  muito bom.    

segunda-feira, 27 de abril de 2015

“118 DIAS” (“Rosewater”), 2014, EUA, conta o drama vivido em 2009 pelo jornalista iraniano Maziar Bahari (Gael Garcia Bernal), que ficou preso por 118 dias numa prisão de Teerã acusado de ser espião do Ocidente e de Israel. Colaborador da Revista Newsweek e residindo em Londres com a esposa Paola (Claire Foy), Bahari foi enviado ao Irã para cobrir as eleições presidenciais daquele ano. Mahmoud Ahmadinejad disputava a reeleição e seu principal oponente era Mir Hussein Mussavi. Ahmadinejad foi reeleito. Por causa da desconfiança de que houve fraude na apuração dos votos, aconteceram várias manifestações pelo país. Numa delas, em Teerã, um manifestante foi morto com um tiro. Bahari captou o flagrante com sua câmera de vídeo e foi aí que a polícia secreta de Ahmadinejad encontrou motivo para prendê-lo. Durante um período de 118 dias, o jornalista sofreu uma grande pressão psicológica, sendo frequentemente interrogado e torturado. Na solidão de sua cela, Bahari sofre alucinações e conversa com os fantasmas da sua irmã Maryan (Golshifteh Farahani) e de seu pai Baba Akbar (Haluk Bilginer), ambos assassinados por motivos políticos. Depois de libertado graças à mobilização internacional liderada por Hilary Clinton, o jornalista escreve o livro “They Can Came for Me: A Family’s Story of Love, Captivity and Survivel”, no qual o diretor Jon Stewart se baseou para escrever o roteiro do filme. No bom elenco, destaque especial para o ator dinamarquês Kim Bodnia, que interpreta o interrogador numa atuação magistral. Até o ator mexicano Gael Garcia Bernal, normalmente mediano, está bem no papel do jornalista preso. Um filme de grande impacto.