sábado, 23 de dezembro de 2023

 

“MAESTRO”, 2023, Estados Unidos, 2h09m, em cartaz na Netflix, direção de Bradley Cooper, que também assina o roteiro com a colaboração de Josh Singer. Trata-se da cinebiografia do compositor e maestro Leonard Bernstein (1918-1990), um dos maiores gênios da música no Século XX. Para se ter uma ideia da importância desse projeto para o cinema, basta dizer que, além do próprio Bradley Cooper, são também produtores nomes como Steven Spielberg, Martin Scorsese e Todd Phillips. O filme acompanha a trajetória de Bernstein durante quatro décadas, a partir do início dos anos 40, quando ele inicia a carreira de maestro e compositor – ele compôs inúmeras trilhas sonoras para vários filmes e musicais da Broadway, entre as quais “West Side Story”, “Peter Pan” e “Candice”, além de ter sido maestro da Orquestra Filarmônica de Nova York durante 18 anos. A vida particular do maestro, interpretado por Bradley Cooper, também é bastante explorada, sua bissexualidade recheada de muita promiscuidade e seu casamento com a atriz costarriquenha Felicia Montealegre, seu grande amor. Este foi o segundo filme de Bradley como diretor - o primeiro foi o grande sucesso “Nasce uma Estrela”, de 2018. “Maestro” é um filme completo, primoroso em toda a sua concepção, direção de arte, roteiro, figurino, fotografia e maquiagem. Com certeza, já pode ser considerado um dos favoritos ao Oscar 2024 nessas categorias e mais na de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Cooper) e Melhor Atriz (Carey Mulligan) – a lista dos indicados será divulgada no próximo dia 23 de janeiro. Também estão no elenco Mattew Bomer, Sara Silverman, Maya Hawke (filha de Ethan Hawke e Uma Thurman), Jeremy Strong e Sam Nivola. Enfim, “Maestro” é muito bom, irresistível e imperdível.   

 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

 

“GOLDA – A MULHER DE UMA NAÇÃO” (“GOLDA”), 2023, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 1h40m, em cartaz no Prime Vídeo, direção do cineasta israelense Guy Nattiv (em 2019, venceu o Oscar de Melhor Curta-Metragem com “Skin”), seguindo roteiro assinado por Nicholas Martin. Nascida na Ucrânia, Golda Meyer (1898-1978) emigrou para Israel em 1921 e foi primeira-ministra de 1969 a 1974. O filme é ambientado apenas durante o período em que durou a Guerra do Yom Kippur, em 1973, quando Israel sofreu um ataque-surpresa por parte de tropas do Egito, Síria e Jordânia. Juntamente com seus ministros de guerra, Golda administrou a situação, planejou uma contra-ofensiva e venceu o conflito. Golda, que ficou conhecida como a "Dama de Ferro de Israel", é interpretada pela maravilhosa atriz Helen Mirren, cuja impressionante maquiagem valorizou ainda mais sua performance (Oscar à vista?). O filme revela os bastidores dessa guerra, as reuniões de Golda com seus comandantes e sua vida particular, que destaca a relação de amizade com sua assistente Lou Kaddar (Camille Cottin) e seu vício de fumante. Também estão no elenco Lieve Schreiber (Henry Kissinger), Rami Heuberger (Moshe Dayan), Ohad Knoller (Ariel Sharon), Lior Ashkenazi (David Elazar) e a atriz Jaime Ray Newman, esposa do diretor. “Golda” estreou no 73º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2023, com elogios da crítica e do público. Além da primorosa interpretação de Helen Mirren, vale destacar o contexto histórico do filme. Filmaço!  

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

 

“ANÔNIMO” (“NOBODY”), 2021, Estados Unidos, 1h31m, em cartaz na Netflix, direção do diretor russo radicado nos EUA Ilya Naishuller (“Hardcore: Missão Extrema”), seguindo roteiro de Derek Kolstad, criador dos filmes da franquia John Wick. Quando foi lançado nos Estados Unidos, mesmo em plena pandemia do Covid, “Anônimo” foi um grande sucesso de bilheteria, faturando em poucas semanas US$ 57 milhões, lembrando que o investimento na produção foi de US$ 16 milhões. Depois de dois anos, chega agora à Netflix sem muito alarde, mas é um filmaço de ação, divertido, com muita pancadaria, tiros e tudo mais que se espera de um filme do gênero. O personagem principal da história é Hutch Mansell (Bob Odenkirk, das séries “Better Call Saul” e “Breaking Bad”), um pacato pai de família e funcionário exemplar de uma pequena metalúrgica. Sua rotina não passa de casa-família-trabalho. Certo dia, dois bandidos invadem sua casa para roubar e ele e o filho entram em luta corporal com a dupla. Em determinado momento da briga, Hutch tem a chance de golpear um dos marginais com um taco de golfe, mas deixa pra lá e os bandidos acabam fugindo. Sua atitude revela ou falta de coragem ou de preferência pela não-violência. Escolheu esta segundo opção para explicar à família e à polícia. Será que ele é um covarde? Calma, sem conclusões precipitadas. Revoltado pelo fato de a dupla de ladrões ter levado a pulseira de gatinhos da sua filha, ele resolve tomar uma atitude de macho e vai atrás dos bandidos. No caminho, dentro de um ônibus, ele vê cinco cafajestes perturbando uma jovem. É o suficiente para ele entrar finalmente em ação e bota ação nisso. Ele espanca sem dó um por um e todos - menos ele, é claro – vão parar em estado grave no hospital. Só que um dos cafajestes em estado de coma é o irmão mais novo de um poderoso chefão da máfia russa, Yulian Kusnetsov (Aleksey Serebryakov, de “Leviatã”). Claro que Hutch e sua família viram alvo dessa turma da pesada. E haja violência explícita, tiros e pancadarias, tudo levado com muito bom humor. Também estão no elenco Connie Nielsen, Michael Ironside e Christopher Lloyd (o cientista de “De Volta para o Futuro” e o mordomo de “A Família Adams”). Enfim, “Anônimo” é um dos melhores filmes de ação do ano. Imperdível!