sábado, 18 de fevereiro de 2023

 

“INFIESTO”, 2023, Espanha, produção original e distribuição Netflix, 1h36m, roteiro e direção de Patxi Amezcua (“Sétimo” e “La Sombra de La Lei”). Thriller policial que prende a atenção do começo até o desfecho. A história é ambientada no início de 2020 em uma pequena cidade mineira de Piloña, localizada nas montanhas das Astúrias. Começa o filme e uma jovem aparece ferida andando no meio da rua, totalmente desnorteada. Ela é internada em um hospital e a polícia logo descobre sua identidade, pois havia sido sequestrada há alguns dias. Os detetives Samuel Garcia (Isak Ferriz) e sua parceira Marta Castro (Iria Del Río) ficam encarregados de investigar o caso e vão para Piloña. Eles chegam à conclusão que o caso pode estar relacionado com o desaparecimento misterioso de outras quatro jovens. Aos poucos, os detetives chegam a um sujeito chamado de “Mataperros” e logo depois descobrem outro suspeito, chamado de “El Demonio”. As investigações levam a um terceiro elemento, um tal de “Profeta”, ligado a forças satânicas e provavelmente responsável pelos sequestros. Completam o elenco Antonio Buil, Luis Zahera, José Manuel Poga, Juan Fernández, Andrea Barrado e Ismael Fritschi. O filme garante muito suspense, boas cenas de ação e um surpreendente e trágico desfecho. Um aspecto interessante da história é que ela é ambientada nos primeiros dias do lockdown levado a efeito na Espanha por causa do coronavírus. Resumo da ópera: “Infiesto” é um dos melhores filmes lançados pela Netflix neste começo de 2023.                     

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

 

“DESLIZANDO PELA VIDA” (“UR SPAR”), 2022, Suécia, em cartaz na Netflix, 1h49m, direção de Marten Klingberg, seguindo roteiro assinado por Maria Karlson. Embora trate de alguns assuntos sérios, como divórcio, alcoolismo, crise familiar e natalidade, trata-se de uma comédia. Não daquelas de fazer gargalhar, mas apenas com algumas poucas situações de humor. A personagem central é Lisa (Katia Winter), uma mulher desequilibrada, alcoólatra e amante de baladas e sexo sem compromisso. Por esse comportamento, que um dia a levou a dormir em uma delegacia de polícia, Lisa corre o risco de perder a guarda compartilhada da filha, que mora com o pai e a madrasta. Desesperada com a situação, Lisa recorre ao irmão Daniel (Fredrick Halgren), um sujeito bonachão e viciado em malhação, mas que está em crise com a esposa Klara (Rakel Wärmländer) por conta de não conseguirem o sonho de ter um filho. Daniel promete ajudar a irmã, mas com algumas condições: ela terá de parar de beber e treinar com ele para a “Vasa Race”, uma das corridas de esqui mais desafiadoras da Suécia, uma prova anual tradicional de cross-country com uma distância de 90 km. Lisa tentará vencer esse desafio, treinando muito sempre pensando em voltar a ver a filha. “Deslizando pela Vida”, mesmo com alguns defeitos, é uma boa opção para uma sessão da tarde, sem merecer uma indicação entusiasmada.                    

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

 

“A PORTEIRA” (“THE DOORMAN”) – encontrei em alguns sites a tradução – equivocada – para “A Protetora", 2020, Estados Unidos, 1h37m, em cartaz na Amazon Prime Video, direção do cineasta japonês Ryûhei Kitamura, seguindo roteiro de Lior Chefetz e Joe Swanson, baseado na história criada por Greg Williams e Matt McAllester. Muita gente envolvida para um resultado tão fraco. Lá pelo meio do filme você já percebe que você já viu essa história antes. Lembrei na hora: “Duro de Matar”, que consagrou Bruce Willis. Lembra que ele luta com terroristas no interior de um edifício de luxo. Pois é, neste “A Porteira”, o herói é, na verdade, uma heroína também “Dura de Matar”, o que poderia ser o melhor título. A sargento Ali (Ruby Rose), das forças especiais da Marinha, atuava como segurança da Embaixada dos EUA na Romênia, quando em determinado dia o comboio que levava a família do embaixador foi atacado por terroristas. Ali não conseguiu salvar a família, mas matou todos os terroristas. Esta cena inicial é a melhor de todo o filme. O incidente deixou muitos traumas em Ali, que abandonou a Marinha e foi morar em Nova York. Aqui, ela consegue um emprego de porteira no The Carrington, um edifício de luxo onde, por coincidência – e que coincidência! – moram seu ex-cunhado com os dois filhos. O prédio está quase que praticamente desabitado, pois grande parte dos moradores mudou-se provisoriamente por conta das reformas estruturais efetuadas no edifício. Eis que, do nada, uma quadrilha invade o prédio em busca de quadros de pintores famosos que estariam escondidos no interior das paredes e que teriam sido roubados há mais de 30 anos em Berlim por um dos moradores. Os bandidos são chefiados por um colecionador de arte, Victor Dubois (Jean Reno). Já dá para imaginar que história maluca vem por aí. É claro e previsível que Ali enfrentará os bandidos utilizando sua experiência como ex-militar, mas apanhará muito até o desfecho, como Bruce Willis. Resumo da ópera, trata-se de uma cópia escrachada de “Duro de Matar”. Só que Willis era forte e Ali muito franzina para encarar tanta porrada. Em todo caso, dá para assistir numa sessão da tarde com pipoca, dando um bom descanso para seus neurônios. O elenco é uma verdadeira ONU: Ruby Rose é australiana; Jean Reno é francês; Aksel Hennie é norueguês, além de norte-americanos, japoneses, dinamarqueses e romenos. Fora o diretor, japonês.                   

domingo, 12 de fevereiro de 2023

 

“O PÁLIDO OLHO AZUL” (THE PALE BLUE EYE”), 2022, Estados Unidos, em cartaz na Amazon Prime Video, 2h,08m, direção de Scott Cooper, que também assina o roteiro, baseado no romance homônimo de Louis Bayard, lançado em 2003. A história é ambientada em 1830. Trata-se de um filme policial psicológico, ou seja, nada de tiros, pancadarias ou perseguições. O detetive Augustus Landor (Christian Bale) é contratado pela Academia Militar dos Estados Unidos, que ficaria famosa como West Point, no Estado de Nova York, para investigar o possível assassinato de um cadete da corporação, encontrado enforcado com o peito aberto e sem coração. Landor estava afastado da polícia e recluso depois da morte da mulher e a fuga da filha. Para ajudá-lo na investigação, Landor conta com a colaboração do cadete Edgar Allan Poe (Harry Melling), ele mesmo, o grande escritor que se tornaria anos depois. Um adendo: Poe realmente serviu em West Point, mas sua participação como ajudante do detetive é pura ficção, como revelou o diretor Cooper em uma entrevista. Mais um assassinato seria cometido com o mesmo modus operandi, levando Landor e Poe a acreditar que os responsáveis estão aparentemente ligados a rituais de ocultismo. O roteiro bem elaborado por Scott Cooper garante o suspense até o desfecho, quando então a história apresenta uma surpreendente e inimaginável reviravolta. O elenco ainda conta com Lucy Boynton, Gillian Anderson, Robert Duvall, Timothy Spall, Toby Jones, Hadley Robinson e Charlotte Gainsbourg. Um elenco de peso, convenhamos. Outro grande destaque do filme é a direção de arte, principalmente os cenários, figurinos e a fotografia de Masanobu Takayanagi. Trocando em miúdos, um prato cheio para quem curte filmes de suspense e mistério.