sábado, 21 de maio de 2022

 

“INSTINTO ASSASSINO” (“DANGEROUS”), 2021, Estados Unidos, distribuição Netflix, 1h39m, direção de David Hackl, seguindo roteiro assinado por Christopher Borrelly. Mais uma bobagem cinematográfica repleta de situações estapafúrdias. Uma delas: o mocinho está trocando tiros com os bandidos e, no meio do tiroteio, liga para o seu psiquiatra pedindo conselho. E não para por aí. Até o desfecho, muitas cenas constrangedoras iguais a esta estarão à sua espera (se você decidir assistir, mesmo depois do meu comentário). Bem, vamos à história. Dylan Forrester (Scott Eastwood) é um ex-presidiário em liberdade condicional. Por causa dos seus transtornos mentais que inspiram seu instinto psicopata, ele está em fase de reabilitação com o psiquiatra Dr. Anderwood (Mel Gibson), que o trata na base de remédios e muita conversa. Quando Dylan recebe a notícia da morte de seu irmão Sean, ele viaja para participar do funeral, em desobediência à condicional, pois a cerimônia acontece na remota Ilha Guardian (ilha fictícia no litoral de Washington). Chegando lá, Dylan não é bem recebido por seus familiares, principalmente por sua mãe Linda (Brenda Bazinet). Enquanto esse mal-estar acontece, chegam à ilha uns sujeitos violentos chefiados por um tal de Cole (Kevin Durand), cujo objetivo, de início, não é esclarecido. Eles invadem a casa e fazem reféns os familiares de Dylan, que naquela hora estava preso na cadeia da ilha por ter infringido a condicional e por outra acusação de homicídio. Pois é essa ovelha negra da família quem lutará para tentar salvar os parentes. E dá-lhe tiros, sopapos e facadas, até que o segredo que motivou a chegada da gangue seja revelado, resultando em um desfecho previsível e violento. O ator Scott Eastwood é a cara do pai, Clint, mas muito distante da competência do veterano ator. Scott não consegue convencer como ator nem mesmo quando tenta fazer aquele olhar que o pai fazia nos antigos filmes de faroeste, com a inseparável cigarrilha na boca. O restante do elenco também é muito fraco, com exceção talvez do ator Kevin Durand, o vilão da história. Mel Gibson, então, nem se fala, com uma interpretação pífia de um personagem patético e de pouca relevância. Enfim, só uma palavra para definir “Instinto Assassino”: péssimo!       

quinta-feira, 19 de maio de 2022

 

“PONTO DE INFLEXÃO” (“LA SVOLTA”), 2021, Itália, disponível na plataforma Netflix, 1h35m, estreia na direção do cineasta Riccardo Antonaroli, seguindo roteiro assinado por Roberto Cimpanellli e Gabriele Scarfone. Trata-se de um suspense policial com algumas pitadas de humor negro. A história é centrada em Ludovico (Branco Pacito), um tipo nerd que passa os dias desenhando histórias em quadrinhos, vive isolado em um apartamento e só recebe a visita do pai, que cuida da limpeza e sempre tem palavras bem ácidas para criticar o comportamento do filho, principalmente com relação ao fato de não trabalhar. Um dia, porém, essa situação muda completamente. Ao fugir de um violento mafioso, depois de roubar uma maleta cheia de dinheiro, o marginal Jack (Andrea Lattanzi) invade o apartamento de Ludovico e o faz refém. É a relação entre os dois que alimentará toda a história. Confinados, eles conversam sobre os mais variados assuntos, inclusive cinema, do qual ambos são fãs. Essas conversas resultam em diálogos saborosos e bem-humorados. O bandido fica com pena da situação de Ludovico e tenta tirá-lo da depressão, inclusive encorajando-o a abordar uma jovem vizinha, Rebecca (Ludovica Martino), pelo qual ele é apaixonado. A relação entre Jack e Ludovico pode ser comparada com a Síndrome de Estocolmo ao contrário, ou seja, quando o sequestrador se afeiçoa à vítima. O primoroso roteiro é, sem dúvida, o grande trunfo de “Ponto de Inflexão”, notadamente no que diz respeito ao inesperado e surpreendente desfecho. O filme estreou no 39º Festival Internacional de Cinema de Turim (Itália), com merecidos elogios dos críticos e do público. Antes de finalizar o comentário, lembro que uma das definições relativas ao título é “Ponto de Inflexão trata do momento no qual uma decisão pode mudar o rumo de sua vida”. Tudo a ver com a história. Termino afirmando que “Ponto de Inflexão” é muito bom. Não perca!   

 

terça-feira, 17 de maio de 2022

 

“O SOLDADO QUE NÃO EXISTIU” (“OPERATION MINCEMEAT”), 2021 Inglaterra, 2h8m, disponível na plataforma Netflix (estreou dia 11 de maio de 2022), direção de John Madden, seguindo roteiro escrito por Michelle Ashford. Mais um episódio ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, que continua gerando mais histórias do que o Estúdio Disney. Trata-se de um capítulo incrível do conflito e pouco conhecido, já que só foi revelado muitos anos depois, em 2010, no livro de Ben MacIntyre. Em 1943, Ewen Montagu (Colin Firth) e Charles Chalmondeley (Matthew MacFadyen), oficiais do serviço secreto inglês, foram encarregados de elaborar um plano destinado a ludibriar os nazistas. Exércitos aliados pretendiam ingressar na Europa atráves da Sicília (Itália), até então sob o domínio do exército alemão. Para que a invasão ocorresse com menos baixas e com maiores chances de sucesso, a ideia era convencer os nazistas de que os aliados entrariam pela Grécia, fazendo com que os alemães deslocassem suas tropas da Sicília, facilitando a entrada dos aliados. Essa missão de espionagem foi chamada de “Operation Mincemeat” (“Operação Carne Moída”). O plano era no mínimo mirabolante e muito ousado. A equipe comandada pela dupla de agentes arranjou um cadáver de um morador de rua e o transformou em um oficial da marinha, o fictício major William Martin. Com uma pasta repleta de documentos, o corpo foi desovado no litoral da Espanha, onde espiões ingleses ficaram encarregados de encaminhar os documentos para os agentes secretos alemães. E então rezar para que todo o material chegasse aos altos escalões do exército alemão. “O Soldado que não Existiu” conta tudo o que aconteceu nos bastidores dessa incrível operação. Um dos tantos destaques do filme é a participação de Ian Fleming (Johnny Flynn) na equipe encarregada de elaborar o plano. Como todo mundo sabe, Ian Fleming, anos depois, seria o criador do personagem James Bond e das histórias do famoso 007. Completam o elenco Kelly MacDonald, Lorne MacFadyen, Penelope Wilton, Jason Isaacs, Simon Russell Beale (Winston Churchill), Nicholas Rowe, Hattie Morarhan e Paul Ritter. Uma história e tanto que merece ser conhecida e um filmaço para não perder!