sábado, 12 de julho de 2014

“Alemão”, 2013, dirigido por José Duarte Belmonte, é um filme nacional de ação e suspense ambientado durante as 48 horas que antecederam a invasão das Forças Armadas ao Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, em novembro de 2010. Na história, cinco policiais que trabalhavam infiltrados no morro foram identificados pelos traficantes comandados pelo chefão “Playboy” (Cauã Reymond). Os policiais se escondem no subsolo de uma pizzaria, que funcionava como uma espécie de QG da operação policial, e ficam esperando o resgate – ou a chegada dos traficantes. Essa espera angustiante dá margem a um forte clima de tensão que predomina no filme do começo ao fim. As cenas são fortes e realistas, com muita violência explícita e linguajar chulo e agressivo. Não é, portanto, um entretenimento dos mais agradáveis. Mas não há dúvida de que Belmonte conseguiu compor um retrato fiel de como se vive numa verdadeira selva humana. O elenco é muito bom: além de Reymond, trabalham Gabriel Braga Nunes, Caio Blat, Otávio Muller, Milhem Cortaz, Antonio Fagundes, Marcelo Melo Jr. e Mariana Nunes, entre outros.  

sexta-feira, 11 de julho de 2014

“Presa na Escuridão” (“Penthouse North”), 2013, EUA, direção de Joseph Ruben (“Dormindo com o Inimigo”). A história é a mesma de outros filmes de suspense que utilizaram o mesmo tipo de enredo. Mulher cega em apartamento sendo atacada por um maníaco. No caso deste, porém, a cega é atacada por dois psicopatas sádicos e violentos. A história começa com a repórter fotográfica Sara Frost (Michelle Monaghan) em missão no Afeganistão. Ela é vítima da explosão de uma bomba e fica cega. O filme pula três anos e ela está morando com o namorado Danny (Trevor Hayes) numa luxuosa cobertura em Nova Iorque. Ela não sabe, porém, que o namorado ficou rico no mundo do crime e está sendo procurado por seus dois ex-parceiros, Hollander (Michael Keaton) e Chad (Barry Sloane). Eles acham o endereço e vão querer vingança, além de uma fortuna em diamantes que Danny ficou de dividir e não dividiu. Sara, que não tem nada a ver com a história, vai passar maus momentos com a dupla de maníacos. O filme até que funciona como suspense, tem ritmo e ação constantes, além de uns bons sustos. Mas quem vai gostar mais do filme são os arquitetos, pois a cobertura é nada menos do que espetacular.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

“Unidas pela Vida” (“Decoding Annie Parker”), 2012, EUA, é um drama baseado em fatos reais dirigido por Steven Bernstein. Conta duas histórias interligadas, ambas envolvendo a temática do câncer de mama, a partir dos anos 60. A primeira apresenta a trajetória da doença na família de Annie Parker (a atriz inglesa Samantha Morton), cuja avó, a mãe e a irmã mais velha morreram em consequência desse tipo de câncer. A segunda mostra os estudos desenvolvidos durante anos pela equipe de pesquisadores da Universidade Berkeley, da Califórnia, chefiada pela geneticista Marie-Claire King (Helen Hunt), que culminaram com a descoberta do BRCA1, gene do câncer da mama. O enfoque principal do filme, porém, é a vida de Annie Parker, seu casamento, suas perdas afetivas e seu drama com a doença. Ela sofre muito e não se entrega. Ao mesmo tempo, é capaz de encarar a doença com algumas tiradas bem humoradas, o que minimiza – e muito – o aspecto dramático do filme, valorizado ainda mais pelos ótimos desempenhos de Samantha Morton e Helen Hunt. Entretenimento dos mais interessantes, tanto sob o ponto-de-vista científico como humano.  
“Salvo – Uma História de Amor e Máfia” (“Salvo”), 2012, dirigido por Fabio Guassadonia e Antonio Piazza, é um drama italiano centrado no assassino profissional Salvo Mancusso (o ator de origem árabe Salen Bakri), contratado por um chefão da Máfia para assassinar um desafeto. Quando chega à casa do seu alvo, Salvo dá de cara com a irmã da vítima, uma moça cega, Rita (Sara Serraiocco). Numa longa e tediosa cena, Salvo anda pela casa um tempão até achar sua vítima. Depois de matá-la, vai atrás de Rita, mas não tem coragem de executar a moça. Então, a leva para o galpão de uma fábrica abandonada, onde a manterá prisioneira. De vez em quando, ele leva comida para a moça, que, de forma inexplicável, volta a enxergar. O chefão mafioso descobre que Salvo não matou a moça e vai atrás dele e dela com seus capangas. Ao contrário do que poderia se esperar de um enredo envolvendo a Máfia, este é terrivelmente arrastado e sonolento, com poucos diálogos, filmado em ambientes sombrios e atores que não conseguiriam passar num teste para “Malhação”. O filme recebeu o Grande Prêmio da Semana da Crítica no Festival de Cannes 2013, mais um absurdo do mundo dos festivais. Eu daria um prêmio do tipo "Abacaxi do Ano".  

quarta-feira, 9 de julho de 2014

“Tudo por um Furo” (“Anchorman 2: The Legend Continues”), 2013, dirigido por Adam Mckay, é besteirol puro. Nada a se levar muito a sério, tudo politicamente incorreto, incluindo piadas infames, escatológicas e de cunho racista. O filme é a continuação de “O Âncora – A lenda de Ron Burgundy”, realizado há uma década. A história gira em torno de Ron Burgundy (Will Ferrel), a grande estrela dos telejornais de San Diego. Depois de perder o emprego, ele estava trabalhando no Sea World como apresentador de shows de orcas e golfinhos. Em 1980, onde se situa o filme, ele recebe uma proposta para ser o “âncora” de um dos programas de jornalismo de uma nova emissora em Nova Iorque, a GNN, cuja proposta é apresentar notícias durante as 24 horas do dia – alusão clara à  CNN, fundada naquele mesmo ano por Ted Turner. Ron forma uma equipe com seus antigos companheiros Champ (David Koechner), Brick (Steve Carell) e Brian (Paul Rudd), abobados a nível psiquiátrico. Com seus métodos inovadores e sensacionalistas, eles farão um tremendo sucesso na GNN. Atores e atrizes famosos toparam participar da brincadeira (o filme todo é uma grande brincadeira), em rápidas aparições, como Harrison Ford, Marion Cotillard, Will Smith, Liam Neeson, Vince Vaughn, Sacha Baron Cohen, Kirsten Dunst, Tina Fey e outros. Quem curte o gênero besteirol vai gostar e se divertir.

terça-feira, 8 de julho de 2014

“Uma Juíza sem juízo” (“9 mois Ferme”), 2012, é uma comédia francesa dirigida por Albert Dupontel, que também escreveu o roteiro e é um de seus principais protagonistas. Foi um grande sucesso de bilheteria na França, com mais de 2 milhões de espectadores. A juíza do título é Ariane Feldier (Sandrine Kiberlain), que aos 40 anos acaba de ser indicada para ocupar um cargo importante no Tribunal de Justiça da França. Ela trabalha demais, é rigorosa nas sentenças e muito conceituada entre os colegas. No plano pessoal, porém, é uma mulher sozinha, solteira e muito recatada. Isso tudo vai mudar quando, na festa de final de ano do Tribunal, ela toma umas doses de champanhe a mais e acorda no dia seguinte sem lembrar o  que aconteceu. Meses depois, descobre que está grávida, mas não sabe como nem de quem. Ela inicia uma investigação particular para descobrir quem é o pai da criança e chega à conclusão que é Bob Nolan (papel de Dupontel, o diretor), um assaltante envolvido num caso em que ela é a juíza. Ou seja, vai virar uma confusão total. O filme tem algumas cenas muito engraçadas, mas perde um pouco o ritmo do meio para o final. De qualquer forma, é uma boa pedida para distrair. Um detalhe curioso é a participação do ator Jean Dujardin (“O Artista”), fazendo uma paródia dos tradutores para surdos (aqueles que aparecem no canto direito da TV). Sandrine Kiberlain, como sempre, está ótima. É daquelas atrizes versáteis que tanto atuam com competência em comédias como em dramas. Uma Meryl Streep francesa. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

“Perseguição Implacável” (“The Treatment”, ou, no original, “De Behandeling”), 2013, dirigido por Hans Herbots, é um filme policial belga com muito suspense, cujo pano de fundo é a pedofilia. Ou seja, não é um entretetimento dos mais agradáveis. A história gira em torno do detetive Nick Cafmeyer (Geert van Rampelberg), encarregado de investigar a morte de um menino de 9 anos que havia sido sequestrado juntamente com o pai e a mãe. É a oportunidade que Nick esperava para ir atrás de Ivan Plettinckx (Johan van Assche), o homem suspeito de ter sequestrado seu irmão mais novo, Bjorn, quando ambos eram crianças. Na época, Plettinckx havia sido detido, interrogado e depois solto, mas Nick sempre acreditou ter sido ele o responsável pelo desaparecimento do irmão. Por isso, em todas as etapas da investigação atual, Nick relembra do que aconteceu e, em determinados momentos, acaba perdendo o controle, principalmente depois que outra família é sequestrada. Com o pedófilo/assassino à solta, a investigação transforma-se numa corrida contra o tempo e Nick fica cada vez mais descontrolado. Até o desfecho, a ação corre solta. A história é baseada no romance policial “The Treatment”, escrito pela autora inglesa Mo Hayder.        
“Penitência” (“Repentance”), 2013, EUA, é um bom filme de suspense, daqueles de ficar apertando os braços da poltrona. Conta a história do terapeuta, conselheiro espiritual e escritor de livros de autoajuda Tommy Carter (Anthony Mackie), que numa tarde de autógrafos conhece Angel Sanchez (Forest Whitaker, de “O Mordomo da Casa Branca”), que declara ser seu fã ardoroso e pede ajuda psicológica. Carter concorda em realizar sessões com Angel, que se mostra um homem atormentado – tem um trauma relacionado com a morte da mãe -, sofre de transtorno bipolar e depressão. Carter ordena que ele pare de tomar os remédios e diz que vai curá-lo com tratamento psicológico. Ledo engano. Um dia, cansado de ouvir o “palavrório” de Carter e também por causa da falta dos remédios, Angel tem um surto psicótico que vai colocar em risco não só o terapeuta, mas toda a sua família. O filme funciona bem como suspense, valorizado ainda mais pelo ótimo desempenho de Whitaker.