“LÁMEN SHOP” (“RAMEN TEH”), 2018,
coprodução Singapura/Japão/França, 1h30m, direção de Eric Khoo, com roteiro
escrito por Tan Fong Cheng e Wong Kim Hoh. Para quem gosta de culinária, principalmente
a oriental, “Lámen Shop” é um prato cheio. Antes de iniciar o comentário, lembro
que Lámen é um prato tradicional da culinária japonesa, constituído de macarrão
chinês, uma sopa com caldo à base de ossos de porco, peixe ou frango, além do
acréscimo de alguns condimentos. Vamos à história do filme. O jovem Masato
(Takumi Saitoh) trabalha com o pai num restaurante do Japão especializado em
servir o Lámen. Depois da morte do pai, Masato descobre num baú um caderno de
receitas escrito em mandarim (língua oficial da China, Singapura, Taiwan e Hong Kong). Um parêntese: a mãe era
chinesa e casou com o pai de Masato, japonês, muito a contragosto da mãe dela.
Tudo por causa da invasão japonesa a Singapura em 1942, na época uma colônia
britânica. Os japoneses abusaram da crueldade, assassinando muita gente da
população local e os próprios ingleses. Voltando à história: Masato resolveu
viajar até Singapura para descobrir como o romance de seus pais começou e,
ainda, tentar uma aproximação com a avó. No meio do caminho, Masato visitou
alguns centros importantes de culinária no Japão, China e Singapura, aprendendo
novas receitas para aperfeiçoar o Lámen do seu restaurante, como também outros
pratos típicos da China, Japão e Singapura. Um road movie culinário dos
mais interessantes. Masato chega à conclusão de que todos os acontecimentos de
sua família giraram em torno de uma mesa de comida, e está lá o Lámen como
elemento agregador. Um belo filme, sensível e comovente, onde a culinária está
presente em todos os momentos. Como escreveu um crítico profissional, no filme “Todas
as feridas se resolvem entre carnes e temperos, entre lágrimas e abraços”. Uma
definição com a qual concordo plenamente. Não percam!
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
“JOHN WICK 3 – PARABELLUM” (“JOHN
WICK: CHAPTER 3 – PARABELLUM”), 2019, EUA, 2h12m, direção de
Chad Stahelski (o mesmo dos dois primeiros – “De Volta ao Jogo” e “Um Novo Dia
para Matar”). Como nos dois primeiros filmes da série, “Parabellum” capricha
nas cenas de ação. A história é fantasiosa e mirabolante demais, mas para quem
curte filmes de ação, pouco importa. O que vale mesmo são as pancadarias,
sangue jorrando, perseguições, tiros e muita ação. Neste terceiro filme da
série, John Wick (Keanu Reeves) é condenado à morte e caçado por criminosos
contratados pela Alta Cúpula, depois de ter assassinado – no filme anterior –
um chefão da máfia que estava hospedado no Hotel Continental, pertencente à
organização. A recompensa é de US$14 milhões, o que atrai um grande contingente
de assassinos. Mas John Wick é John Wick, mestre em artes marciais, exímio
atirador e praticamente imortal. Keanu Reeves está visivelmente pesado para as
lutas corpo a corpo, sendo substituído por um dublê - dá para ver nitidamente que não é ele. O filme é mentiroso, como
os de James Bond. Para se ter uma ideia, depois de várias lutas no Marrocos e ser
obrigado a atravessar o deserto a pé, ele chega a um oásis com o terno e o nó
da gravata impecáveis. Há algumas outras cenas de humor, o que deixa o filme
ainda mais agradável de assistir. Dizem que será o último da série, mas não
acredito. Afinal, seu lançamento mundial rendeu US$ 319 milhões, o que significa
um grande sucesso de bilheteria. Além de Reeves, completam o elenco Halle
Berry, Laurence Fishburne, Mark Dacascos, Asia Kate Dillon, Lance Reddic, Ian
McShane e Anjelica Huston. Resumo da ópera: “Parabellum” é uma grande bobagem,
mas uma bobagem bastante divertida. Informação adicional: “Parabellum” vem de
uma frase do latim: “Si Vis Pacem Para Bellum” (“Se Você quer Paz, Prepare-se
para a Guerra”). Meu blog também é cultura.
terça-feira, 3 de setembro de 2019
“DONNYBROOK” – LUTA PELA
REDENÇÃO” (“DONNYBROOK”), 2018, EUA, 1h41m, direção de Tim Sutton, que
também é o autor do roteiro, baseado no livro “DonnyBrook”, de 2013, escrito por
Frank Bill. A história é centrada no veterano de guerra Jarhead Earl (o ator inglês
Jamie Bell, de “Billy Elliot”), que vive de trambiques e assaltos para
sustentar a família e pagar os remédios da esposa Sarah (Valerie Jane Parker),
que está com câncer. Com o objetivo de conseguir mais dinheiro para um
tratamento mais intensivo e eficiente de Sarah, Jarhead resolve treinar para disputar um
torneio de lutas chamado “DonnyBrook”, cujo vencedor leva 100 mil dólares. Paralelamente
ao drama vivido por Jarhead, o filme acompanha a trajetória de Chainsaw Angus
(o brucutu Frank Grillo), traficante de metanfetamina, um cara violento que
vive espancando a irmã Delia (Margaret Qualley), viciada e também sua parceira
no tráfico. Enfim, gente da "melhor" qualidade. Quando chega a hora das lutas no
DonnyBrook – cerca de 20 lutadores são colocados numa jaula e o último que ficar
de pé ganha o prêmio), Jarhead e Angus ficam frente a frente para resolver uma
antiga rixa - Angus era o fornecedor de drogas de Sarah. O roteirista e diretor Tim Sutton, da trilogia “Memphis”, “Dark
Night” e “Pavillion”, acerta a mão também em “DonnyBrook”, um filme
independente muito elogiado pela crítica especializada. Eu também gostei, mesmo
que seja violento demais. Para encerrar, destaco a cena em que a bela atriz
Margaret Qualley sai nua de um lago, lembrando Ursula Andrews em “007 Contra o Satânico
Dr. No” (1962), o primeiro da série James Bond. Outro destaque do filme fica
por conta das ótimas atuações de Jamie Bell, Frank Grillo e da própria Margaret
Qualley. Enfim, “DonnyBrook é um filme que merece ser conferido.
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
Representante oficial da
Dinamarca na disputa do Oscar 2019 de Melhor Filme Estrangeiro, o suspense “CULPA”
(“DEN SKYLDIGE”) tem um grande mérito: manter a plateia na maior tensão
durante sua hora e meia de duração com apenas um personagem, seu telefone e
computador dentro de uma saleta. Além dele, só as vozes das pessoas que ligam
para a emergência. O responsável por essa façanha é o jovem roteirista e
diretor sueco Gustav Möller, de 31 anos, em seu longa-metragem de estreia. Vamos
à história: o policial Asger Holm (Jakob Cedergren) atuava nas ruas de
Copenhagen, mas, por causa de um incidente de trabalho, acabou designado para trabalhar
na central telefônica de emergências da polícia. Em meio a trotes e ocorrências
banais, Asger recebe a ligação de uma tal de Iben, desesperada pedindo ajuda, dizendo
que havia sido sequestrada pelo ex-marido, Michael. Ela dizia estar trancada no
porta-malas do carro de Michael, enquanto Asger tentava, ao mesmo tempo, rastrear
o veículo. A situação fica ainda mais tensa quando Asger descobre que Michael tem
passagens pela polícia. Várias viaturas são mobilizadas para ir até a casa de
Iben, onde estariam seus dois filhos, o bebê Oliver e a filha mais velha
Mathilde. Ali, descobrem uma tragédia. E Asger ingressa numa angustiante
corrida contra o relógio para resolver a situação. É melhor não falar mais nada
para não estragar a reviravolta do desfecho. Eu já conhecia o ator Jakob
Cedergren de outros filmes, como os excelentes “Tristeza e Alegria”, de 2013, e
“Submarino”, de 2010. Aos 46 anos, Jacob, nascido na Suécia e radicado na
Dinamarca, talvez seja hoje o melhor ator dinamarquês em atividade. Em “Culpa”,
ele realmente tem uma atuação espetacular. O filme, exibido por aqui durante a
programação da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, também foi
destaque nos festivais de Sundance e Rotterdam. Imperdível!
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