Representante oficial da
Dinamarca na disputa do Oscar 2019 de Melhor Filme Estrangeiro, o suspense “CULPA”
(“DEN SKYLDIGE”) tem um grande mérito: manter a plateia na maior tensão
durante sua hora e meia de duração com apenas um personagem, seu telefone e
computador dentro de uma saleta. Além dele, só as vozes das pessoas que ligam
para a emergência. O responsável por essa façanha é o jovem roteirista e
diretor sueco Gustav Möller, de 31 anos, em seu longa-metragem de estreia. Vamos
à história: o policial Asger Holm (Jakob Cedergren) atuava nas ruas de
Copenhagen, mas, por causa de um incidente de trabalho, acabou designado para trabalhar
na central telefônica de emergências da polícia. Em meio a trotes e ocorrências
banais, Asger recebe a ligação de uma tal de Iben, desesperada pedindo ajuda, dizendo
que havia sido sequestrada pelo ex-marido, Michael. Ela dizia estar trancada no
porta-malas do carro de Michael, enquanto Asger tentava, ao mesmo tempo, rastrear
o veículo. A situação fica ainda mais tensa quando Asger descobre que Michael tem
passagens pela polícia. Várias viaturas são mobilizadas para ir até a casa de
Iben, onde estariam seus dois filhos, o bebê Oliver e a filha mais velha
Mathilde. Ali, descobrem uma tragédia. E Asger ingressa numa angustiante
corrida contra o relógio para resolver a situação. É melhor não falar mais nada
para não estragar a reviravolta do desfecho. Eu já conhecia o ator Jakob
Cedergren de outros filmes, como os excelentes “Tristeza e Alegria”, de 2013, e
“Submarino”, de 2010. Aos 46 anos, Jacob, nascido na Suécia e radicado na
Dinamarca, talvez seja hoje o melhor ator dinamarquês em atividade. Em “Culpa”,
ele realmente tem uma atuação espetacular. O filme, exibido por aqui durante a
programação da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, também foi
destaque nos festivais de Sundance e Rotterdam. Imperdível!
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