sábado, 11 de janeiro de 2014
“Bárbara” (“Barbara”, de 2012) é um ótimo drama alemão de fundo político. Em 1980, o clima de Guerra Fria ainda é quente na Alemanha. Barbara, cirurgiã
pediátrica num hospital de Berlim Oriental, tenta tirar um visto para encontrar
com o namorado na Alemanha Ocidental. As autoridades descobrem e, como punição,
a enviam para trabalhar num pequeno hospital de um vilarejo. Ela é vigiada o
tempo inteiro e submetida a revistas periódicas em sua casa, o que inclui
constrangedoras verificações de suas partes íntimas. Naquela época, ninguém
confiava em ninguém. O vizinho ou o colega de trabalho podia ser um espião. No início,
Barbara desconfiava até do chefe do hospital, Dr. André. Esse clima tenso vai
do começo ao fim do filme, graças à direção de Christian Petzold, que
conquistou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Berlim 2012. O filme foi indicado
para representar o cinema alemão no Oscar 2013. A atriz Nina Hoss, como
Bárbara, está excelente. Indicado apenas para quem gosta de filmes sérios e de qualidade.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Em 1967, o campeão mundial
dos pesos pesados Muhammad Ali (ex-Cassius Clay) foi convocado para servir na Guerra
do Vietnã. Recusou, alegando que sua nova religião, o Islamismo, era contra
guerras e assassinatos. Numa entrevista, Ali expressaria outro de seus
argumentos: “Nenhum vietcong me chamou de crioulo. Por que eu iria matá-lo?”.
Ali foi julgado e proibido de lutar, além de perder o título de campeão
mundial. Em 1970, entrou com recurso contra o Governo dos EUA para recuperar os
seus direitos. “A Grande Luta” (“Muhammad Ali’s Greatest Fight”), uma produção da HBO (2013),
com direção do inglês Stephen Frears (”A Rainha”), mostra todo o desenrolar do
processo nos bastidores da Suprema Corte dos EUA, os debates entre os juízes e
a decisão final, baseada num parecer de um advogado assistente, fato que muita
gente deve desconhecer. O filme apresenta também vídeos da época, incluindo as
entrevistas de Ali, algumas de suas lutas e as manifestações de rua contra ou a
favor do lutador e da Guerra do Vietnã. Estão
no elenco Christopher Plummer, Danny Glover, Frank Langella, Barry Levinson e
Benjamin Walker. Programão!
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Nem o ótimo elenco salva esse confuso e
fantasioso drama intitulado “Camisa de Força” (“The Jacket”) – EUA, de 2005. O soldado Jack Starks
(Adrien Brody) é ferido na Guerra do Golfo e retorna à sua cidade sofrendo de
amnésia. Quando pega uma carona na estrada, acaba se envolvendo com o
assassinato de um policial. As evidências o apontam como culpado. Ele é julgado
e condenado a cumprir pena num hospital psiquiátrico. Dr. Becker (Kris
Kristofferson) é o psiquiatra que vai tratá-lo com drogas pesadas, que o levam
a ter alucinações e até antever o futuro. Aí a coisa se complica,
principalmente para quem está assistindo. O elenco tem ainda Keira
Knightley, Jennifer Jason Leigh, Kelly Linch e Daniel Craig, este último quase irreconhecível
numa ponta como um esquizofrênico internado no manicômio. O filme, dirigido por
John Maybury, foi produzido por George Clooney e Steven Soderberth. Ou seja,
tinha tudo para dar certo. Na minha opinião, não deu...
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
“Vlado, 30
Anos Depois”
é um documentário feito pelo cineasta João Batista de Andrade em 2005 para
lembrar a morte do jornalista Vladimir Herzog, “suicidado”
nas dependências do DOI-CODI, na capital paulista, no dia 25 de outubro de 1975. Além de reportar o clima e os fatos da época com imagens jornalísticas, João Batista reúne
depoimentos de Clarice Herzog, Dom Paulo Evaristo Arns, Fernando Morais, Paulo
Markun, Alberto Dines, Rodolfo Konder e outros amigos e companheiros de trabalho
de Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura. Quem viveu aqueles
anos e não era alienado, certamente vai recordar a conjuntura daqueles anos e
talvez lembranças pouco agradáveis. Para as novas gerações, trata-se de um
documento histórico dos mais elucidativos. A morte de Herzog gerou o início do processo
de abertura política que culminou com o fim da Ditadura Militar e a redemocratização do País. Um mártir que jamais será
esquecido. Impossível não se emocionar com João Bosco cantando “O Bêbado e o Equilibrista”
no final do documentário: “... choram Marias
e Clarices no solo do Brasil...". Imperdível!
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
“About Cherry”, de
2012 (EUA), é um drama que conta a trajetória de Angelina (Ashley Hinshaw), uma
jovem de 18 anos que, para ganhar um dinheiro e ajudar a família, começa a
posar p ara revistas adultas. Porém, cansada das bebedeiras da mãe (Lili Taylor)
e da violência do padrasto, muda-se para São Francisco, vai trabalhar numa
boate e depois acaba virando atriz pornô. Uma das diretoras que vai conhecer é a
ex-atriz pornô Margaret (Heather Graham), que vai lhe dar a maior força. No
meio disso, Angelina começa a namorar o advogado Frances (James Franco),
viciado em cocaína e mentiroso contumaz. As duas loiras do filme, Hinshaw e
Graham, têm um ótimo desempenho e aparecem sempre muito bonitas. São os grandes
destaques do filme, que ainda conta com Dev Patel (“Quem Quer ser um
Milionário?”). O filme não economiza nas cenas de sexo, mas nada explícito. O
diretor é Stephen Elliott, que também assina o roteiro juntamente com a atriz
pornô Lorelei Lee. O filme estreou no Berlin International Film Festival 2012.
domingo, 5 de janeiro de 2014
“Burning Man”, de 2011, dirigido por
Jonathan Teplitzki, é um drama australiano muito bem feito. Conta a história de
Tom (o ator inglês Matthew Good), um chef de cozinha de um restaurante chique em
Bondi Beach, região metropolitana de Sidney (Austrália). Sua esposa Sarah (a
atriz sérvia Bojana Novakovic), uma jovem alegre e cheia de vida, é
diagnosticada com câncer de mama que logo se espalha. O filme mostra o
sofrimento e depois a revolta de Tom durante a doença da mulher. Sofrimento
compartilhado pelo filho de 8 anos, que não quer aceitar a morte da mãe. As
cenas mostrando o definhar de Sarah são bastante comoventes. Portanto, ao lado
do pote de pipoca, tenha à mão uma caixa de lenços de papel.
“A Morte
Necessária de Charlie Countryman” (“The Necessary Death of Charlie Countryman”
(2013, co-produção EUA/Romênia) é um filme de ação e romance. Charlie (Shia La
Beouf) vai ao hospital para se despedir da mãe (Melissa Leo) que está morrendo.
No mesmo dia, após sua morte, o fantasma da mãe aparece (Charlie tem o poder de
conversar com os mortos) e fala para ele ir para Bucarest (Romênia). Ele
resolve encarar o conselho da mãe e, no
avião, senta ao lado de um homem que vai morrer durante a viagem e cujo
fantasma lhe pede para procurar sua filha, Gabi (Evan Rachel Wood). Charlie
chega a Bucarest e encontra Gabi, fato que vai transformar sua viagem numa
grande aventura, o que inclui enfrentar os mais terríveis vilões. Charlie
termina o filme todo machucado e ainda vai ouvir do fantasma da mãe uma
desculpa: ela queria dizer Budapeste (Hungria). O elenco conta ainda com o sueco Mads Mikkelsen, o alemão Til
Schweiger, Rubert Grint (de “Harry Potter”) e Vincent D’Onofrio. A direção é do
sueco Fredrik Bond, que faz o seu primeiro longa. Um filme surpreendente, inteligente,
original, com bastante ação e humor. Um programão!
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