quinta-feira, 1 de junho de 2023

 

“UM FILHO” (“THE SON”), 2022, coprodução Inglaterra/França, 2h03m, em cartaz na Amazon Prime, direção do dramaturgo e cineasta francês Florian Zeller, que também assina o roteiro com a colaboração de Christopher Hampton. Trata-se de mais uma adaptação de uma peça de teatro, “Les Fils”, escrita pelo próprio Florian Zeller, como já havia sido feita com “Meu Pai”, de 2020, que deu o Oscar de melhor ator para Anthony Hopkins. “Um Filho” é mais um drama sensível, centrado nas dificuldades de um pai em se comunicar com o problemático filho adolescente. Peter Miller (Hugh Jackman) é um importante executivo de uma empresa em Nova Iorque, divorciado de Kate (Laura Dern) e agora casado com Beth (Vanessa Kirby), com a qual tem um bebê de poucos meses. Com Kate, ele teve o filho Nicholas (Zen McGrath), um adolescente depressivo que acusa a separação dos pais como indutor de seus problemas psicológicos. Nicholas finge que vai ao colégio, costuma se automutilar e apresenta tendências suicidas. Baita problemão que Peter tenta resolver com muita conversa e tolerância, até que a situação fica tão grave que o garoto é internado em um hospital psiquiátrico. Lógico que tudo isso acaba afetando o relacionamento de Peter com a atual esposa, ainda mais que a ex-mulher tenta uma reaproximação. Tudo isso, junto e misturado, resulta em um drama familiar dos mais pesados e tocantes, devendo arrancar lágrimas dos espectadores mais sensíveis. Embora apareça com destaque nos materiais de divulgação, a presença de Anthony Hopkins não passa de uma ponta rápida como o pai de Peter. Claro, com a intenção evidente de relembrar “Meu Pai”. Trocando em miúdos, “Um Filho” é mais um ótimo drama à disposição no Amazon Prime. Ah, não esqueça de providenciar uma caixa de lenços de papel. Imperdível!

segunda-feira, 29 de maio de 2023

 

“TEMPESTADE” (“SURVIVE”), 2022, Estados Unidos, em cartaz na Amazon Prime Video, 1h48m, direção de Mark Pellington, seguindo roteiro assinado por Richard Abate e Jeremy Ungar. Embora nenhum crítico especializado tenha notado e muito menos o material de divulgação tenha informado, este drama de sobrevivência é uma cópia exata do filme “Depois Daquela Montanha”, de 2017, com Kate Winslet e Idris Alba. A semelhança também está na mediocridade, pois tanto aquele quanto este são muito fracos. “Tempestade” traz como dupla a problemática Jane (Sophie Turner, de “Game of Thrones”) e o bom rapaz Paul (Corey Hawkins), os dois únicos sobreviventes de um acidente aéreo ocorrido nas montanhas. Juntos, assim como a dupla de “Depois Daquela Montanha”, eles tentarão sobreviver a um frio congelante, sem água nem comida. Também estão no elenco Caroline Goodall, Dane Foxx, Lauren Marsden, Lewis Hayes, Makgotso M, Terence Maynard, Jo Stone-Fewings, Marta Kessler e Elliot Wooster. O filme é arrastado demais, tem momentos de puro tédio e pouca ação. Mas o pior mesmo é esconder que é uma cópia de outro filme, o que para mim configura propaganda enganosa. E o filme é mesmo muito fraco e nem a beleza da atriz inglesa Sophie Turner justifica uma recomendação. Passe em branco, como a neve dos cenários.   

 

                 

 

“SANGUE E OURO” (“BLOOD & GOLD”), 2023, Alemanha, em cartaz na Netflix desde o dia 26 de maio, 1h40m, direção de Peter Thorwarth (“A Onda”, “Céu Vermelho-Sangue”), seguindo roteiro assinado por Stefan Barth. Este é, sem dúvida, um dos lançamentos do ano mais interessantes. Trata-se de um drama com toques de comédia e sátira. A história é ambientada em 1945, quando a Alemanha estava prestes a perder a Segunda Guerra Mundial. Começa o filme com o soldado Heinrich (Robert Maaser) fugindo do seu batalhão, pois resolveu desertar. Quando foi preso e prestes a ser enforcado, ele é salvo por uma corajosa fazendeira Elza (Maria Hacke), que o leva para casa e cuida dos seus ferimentos. A perseguição a Heinrich prossegue pelo mesmo batalhão da SS comandado pelo sádico tenente Von Starfeld (Alexander Scheer), o melhor e mais engraçado da sátira. Toda a ação leva os personagens a um pequeno vilarejo onde estaria escondida uma grande quantidade de ouro pertencente a uma família de judeus. Habitantes do vilarejo e os nazistas começam uma guerra sanguinária pelo ouro, o que justifica o título do filme. Realmente, a matança fará jorrar muito sangue, principalmente perto do desfecho, quando toda a ação acontece no interior de uma igreja, bem ao estilo Tarantino. “Sangue e Ouro” é uma boa surpresa do cinema alemão, resultando num ótimo entretenimento. Não perca!