sábado, 4 de fevereiro de 2017


De vez em quando é bom e até saudável assistir a uma bobagem, ou seja, aquele filme cuja proposta é apenas divertir, sem exigir muito do intelecto. É o caso da comédia “VIZINHOS NADA SECRETOS” (“Keeping Up With the Joneses”), 2016, EUA, roteiro de Michael Lesieur e direção de Greg Mottola, que ainda conta com um quarteto de protagonistas da melhor qualidade: Jon Hamm (da série “Mad Men”), Zach Galifianakis (“Se Beber, não Case”), a atriz escocesa Isla Fisher (“Animais Noturnos”) e a atriz e modelo israelense Gal Gadot (que será a nova Mulher Maravilha). A história: quando os filhos viajam para passar alguns dias num acampamento de férias, o casal Jeff e Karen Gaffney (Zack e Isla) passa o tempo bisbilhotando os vizinhos recém-chegados, Tim e Natalie Jones (Hamm e Gadot), que adotam um comportamento dos mais estranhos. Jeff e Karen logo se aproximam e acabam descobrindo que os novos vizinhos são espiões. A partir daí, acumulam-se inúmeras situações hilariantes, principalmente quando Jeff e Karen se envolvem numa missão secreta do casal de espiões, incluindo ótimas cenas de ação com perseguições e muitos tiros. Como disse antes, o filme é diversão pura, um programão para uma sessão da tarde com pipoca.                             


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


Não fosse a história baseada em fatos reais, eu acharia o enredo um tanto inverossímil. Mas é tudo verdade, o que valorizou ainda mais o drama independente norte-americano “MR. CHURCH”, 2016, que traz de volta às telas o ator Eddie Murphy, desta vez num papel sério. A história começa ambientada no início dos anos 70 e se estende por mais três décadas. Murphy é Henry Church, o “Mr. Church” do título, um cozinheiro profissional contratado para prestar serviços na casa de Marie Brooks (a ótima atriz inglesa Natascha McElhone). Quem o contratou foi o ex-namorado rico de Marie e pai de sua filha Charlotte, a “Charlie”, interpretada na fase adulta por Britt Robertson. O contrato era de seis meses – tempo de vida dado por um médico a Marie, portadora de um câncer terminal -, mas Mr. Church acabou dedicando sua vida inteira à família, servindo não apenas como cozinheiro, mas também como amigo e conselheiro. O filme é uma comovente história de dedicação e amizade, ensinamentos e cumplicidade. O filme realmente é encantador e bastante sensível. Ao comentá-lo, parte da crítica especializada mencionou a injustiça de não ter sido indicado ao Oscar 2017, assim como injusta foi a não indicação de  Eddie Murphy para Melhor Ator. O roteiro foi escrito por Susan McMartin e a direção é do veterano diretor australiano Bruce Beresford, do ótimo “O Último Dançarino de Mao” (2009) e de “Conduzindo Miss Daisy”, Oscar de Melhor Filme em 1989, entre outros inúmeros filmes. Belo filme que merece ser visto.     
                          
 

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

“BELGICA”, 2016, é o segundo filme escrito e dirigido pelo diretor belga Felix van Groeningen, que já havia nos brindado com o espetacular “Alabama Monroe”, de 2012, indicado naquele ano para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Para escrever a história de “Belgica”, Groeningen conta que se baseou nas memórias do pai, Jo van Groeningen, que durante anos foi dono de uma casa noturna na cidade de Ghent, capital de Flanders Oriental. A história de “Belgica”, um bar/discoteca, é centrada nos irmãos Frank (Tom Vermeir) e Jo (Stef Aerts), que fundaram e administram a casa. Eles começam a ganhar muito dinheiro com o negócio, mas Frank, o mais velho, é irresponsável, gasta tudo em cocaína e em festas com muitas mulheres, apesar de ser casado. Jo é mais introvertido e responsável, apesar de também gostar de cheirar umas carreiras, mas tem uma namorada fixa. Grande parte do filme é dedicada aos shows apresentados na casa. Muito barulho, ambiente esfumaçado e brigas entre os frequentadores bêbados. Já que o bar não tem seguranças, são os próprios irmãos e alguns funcionários, inclusive mulheres, os responsáveis por manter a ordem e colocar para fora os arruaceiros. O relacionamento entre os irmãos começa a se desgastar por causa da irresponsabilidade de Frank, fator que, somado às dívidas acumuladas, ameaçam a sobrevivência do negócio. É um filme pesado, com personagens histéricos, muita gritaria, discussões e festas regadas a muita bebida e cocaína, o que pode desagradar e incomodar os espectadores mais sensíveis. Trata-se de um filme bastante interessante e Groeningen ainda tem crédito de sobra por ter feito “Alabama Monroe”.                            

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Os aficionados por boxe sabem perfeitamente quem foi Roberto Durán, o lutador panamenho que venceu, numa luta histórica em 1980, o então imbatível e invicto boxeador norte-americano Sugar Ray Leonard, tornando-se campeão mundial dos leves – ele seria também campeão mundial em outras três categorias. A história desse lutador, baseada em livro escrito por Christian Giudice, está devidamente contada, e com grande competência, em “PUNHOS DE AÇO” (“Hands of Stone”), EUA, 2016, roteiro e direção do venezuelano Jonathan Jakubowicz, com o também venezuelano ator Édgar Ramírez no papel principal. O filme relembra a infância pobre de Durán nas favelas de El Chorrillo, periferia da capital panamenha. Começou a boxear ainda garoto, nas brigas de rua. Chegou logo aos ringues e foi lutar nos EUA, quando então começou a ser treinado pelo lendário Ray Arcel (Robert De Niro). Batia pesado e, por isso, ganhou o apelido de “Manos de Piedra”. Lutou boxe de 1968 a 2001, conquistando milhões de admiradores por seu estilo agressivo. Além de reproduzir algumas lutas de Durán, destacando as duas em que enfrentou o mito Sugar Ray Leonard, o filme prioriza a vida particular tumultuada do lutador panamenho, sua relação com a esposa Felicidad Iglesias (a atriz cubana Ana de Armas), seu ódio pelos norte-americanos e o convívio difícil com o treinador Arcel. Além do ótimo elenco, que conta ainda com Ellen Barkin, Usher Raymond e John Torturro, o filme apresenta como um de seus principais trunfos as ótimas cenas de luta. Para quem gosta ou não de boxe, um programão!                         

 
“JACK STRONG – O ESPIÃO QUE DERROTOU UM IMPÉRIO” (“Jack Strong”), Polônia, 2014, roteiro e direção de Wladyslaw Pasikowsk. Uma superprodução do cinema polonês, com elenco multinacional integrado por atores poloneses, russos e norte-americanos, além de locações em Varsóvia, Gdansk, Moscou e Washington. Conta a história verídica do coronel do exército polonês Ryszard Kublinski (Marcin Dorocinski), que nos anos 70, em plena Guerra Fria, virou espião e informante da CIA. Responsável pelo planejamento e execução da invasão soviética na Tchecoslováquia em 1968 (episódio que ficou famoso como “A Primavera de Praga”) e também pela violenta repressão aos trabalhadores dos estaleiros de Gdansk, em 1970, o oficial polonês era bastante respeitado tanto na Polônia como na Rússia. Descontente com os rumos da política adotada pelo Pacto de Varsóvia, sob o comando dos russos, Kublinski resolveu um dia passar para “o outro lado”, transmitindo importantes informações e segredos militares para o pessoal do Tio Sam. São 128 minutos de muita tensão e suspense, graças ao espetacular trabalho de Pasikowski, mais conhecido como diretor do também ótimo “Aftermath” e como roteirista de “Katin”. As cenas de ação são ótimas, principalmente a da perseguição pelas ruas cheias de neve de Varsóvia. Destaque para o ator principal, o polonês Dorocinski, e para a participação do ator norte-americano Patrick Wilson como o contato da CIA, lembrando o personagem do ator Tom Hanks em "A Ponte dos Espiões". A produção polonesa, aliás, é muito melhor. Quem gosta de filmes do gênero espionagem e ambientados no período da Guerra Fria não pode perder “Jack Strong” (o codinome do espião). Um filmaço, simplesmente IMPERDÍVEL!