sábado, 3 de julho de 2021

 

“LIONHEART”, 2018, Nigéria, 1h35m, direção de Genevieve Nnaji, que também atua e assina o roteiro, com a colaboração de Ishaya Bako. Mais um excelente filme do cinema nigeriano. Assim como o cinema indiano é chamado de Bollywood, o nigeriano é chamado de Nollywood. Antes de entrar no comentário, lembro que a Nigéria é o segundo maior produtor de filmes do mundo, só perdendo para a Índia – os Estados Unidos estão em terceiro, mas bem longe do segundo. Vamos à história de “Lionheart”. Quando o empresário Ernest Obiagu (Pete Edochie), dono da poderosa empresa Lionheart Transport, sofre um infarto e se afasta da direção, ele transfere seu posto ao irmão Godweill Obiagu (Nkem Owoh). Adaese (Genevieve Nnajui), filha de Ernest, pensava que ocuparia o cargo do pai e não gostou nada da decisão, mas resolveu, em nome da família, ajudar o tio a tocar o negócio. Eis que surge uma revelação bombástica. Auditores independentes chegam à conclusão de que a Lionheart está quase falida por conta de dívidas resultantes da compra de uma frota de ônibus. Enquanto o conselho da empresa analisa uma possível venda para um grupo concorrente, Adaese e o tio tentam uma solução para salvar a Lionheart, livrando-a da negociação que tirará a empresa da família Obiagu. Adaese, principalmente terá de enfrentar um preconceito enraizado na sociedade patriarcal e machista da Nigéria, qual seja, ter uma mulher na direção de um grande negócio. “Lionheart” é o primeiro nigeriano produzido originalmente pela Netflix. Ao estrear no Festival Internacional de Cinema de Toronto (Canadá), em 2018, arrancou críticas elogiosas dos principais jornais canadenses e norte-americanos, entre os quais o New York Times e o Los Angeles Times. Além disso, conseguiu a incrível marca de 100% de aprovação no website Rotten Tomatoes, que reúne críticas de cinema e televisão. Dessa forma, tornou-se o filme mais bem avaliado da Netflix, superando os consagrados “O Irlandês” e “História de Casamento”. Méritos à atriz Genevieve Nnaji, que surpreendeu a todos em seu primeiro longa-metragem como roteirista e diretora. "Lionheart" não chega a ser uma obra-prima. Longe disso. Mas é muito bom. Recomendo.                    

quinta-feira, 1 de julho de 2021

 

“SEM FILHOS” (“SIN HIJOS”), 2020, México, 1h34m, roteiro e direção de Roberto Fiesco, disponível na plataforma Netflix dede o dia 19 de março de 2021. Trata-se de uma refilmagem de uma comédia romântica argentina de 2015, com o mesmo título. A versão mexicana é centrada em Fidel (Afonso Dosal), proprietário de uma loja de discos e instrumentos musicais no centro da Cidade do México. Ele é divorciado e pai de uma menina de 9 anos, Ariana (Francesca Mercadante). Para dedicar toda a sua atenção à filha, Fidel sempre fugiu de qualquer relacionamento amoroso, até que surge a fogosa Marina (Regina Blandón), uma fotógrafa profissional. A paixão é imediata, só que tem um grande problema: Marina detesta crianças. Tem a tal pedofobia, ou seja, medo, aversão ou ódio a crianças. Para não perder a namorada, Fidel envia a filha para morar com a mãe durante um tempo. Quando a menina descobre o caso do pai, ela mesma sugere que seja apresentada à moça como irmã mais nova de Fidel. Claro que muita confusão vai rolar com essa situação e Fidel terá que ter jogo de cintura de bambolê para administrar a situação. O trio central é bastante simpático e carismático, principalmente a atriz mirim Francesca Mercadante. Enfim, “Sem Filhos” é um filme muito agradável de assistir, leve, despretensioso e engraçado, constituindo-se num ótimo entretenimento para uma sessão da tarde com pipoca.                

        

 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

INVENCÍVEL: CAMINHO DA REDENÇÃO (UNBROKEN: PATH TO REDEMPTION), 2018, Estados Unidos, 1h38m, roteiro e direção de Harold Cronk. A história é baseada em fatos reais, ou seja, na vida de Louis Zamperini, um atleta olímpico norte-americano (competiu nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936), que lutou como aviador durante a Segunda Guerra Mundial, foi abatido e ficou à deriva num bote inflável durante 47 dias, sendo resgatado pelos japoneses e feito prisioneiro durante dois anos até o final do conflito. Essa história teve uma primeira versão cinematográfica, em 2014, com o filme “Invencível”, dirigido por Angelina Jolie. Nesta atual versão, também adaptada do livro “Invencível: uma História Real de Coragem, Sobrevivência e Redenção”, escrito pela norte-americana Laura Hillenbrand, o enredo acompanha Zamperine em sua volta aos Estados Unidos, seu sofrimento com o transtorno do estresse pós-traumático (os sonhos com seu carrasco japonês), o alcoolismo, o casamento e, finalmente, sua conversão ao cristianismo depois de assistir às pregações do pastor evangélico Billy Graham. No elenco estão Samuel Hunt como Louis Zamperini, Merritt Patterson, Bobby Campo, David Sakurai e Will Graham. Só para lembrar, o diretor Harold Cronk é especialista em filmes religiosos, entre os mais conhecidos estão “Deus não Está Morto 1 e 2” e “Com Deus no Caminho”. No caso de “Invencível”, o trunfo não está só na religiosidade, mas, principalmente, na incrível trajetória de Zamperine, que realmente merecia ser contada também pelo cinema. Trocando em miúdos, um filme tocante, emocionante e comovente, que explora com muita sensibilidade a fé, a redenção e o perdão. Não perca!                  

        

 

domingo, 27 de junho de 2021

 

“CIDADE DE GELO” (“SEREBRYANYE KONKI”), 2020, Rússia, 2h17m, disponível na plataforma Netflix, direção de Michael Lockshin. O roteiro, assinado por Roman Kantor, foi adaptado do romance “Hans Brinker or The Silver Skates: A Story of Life in Holland”, escrito pela romancista norte-americana Mary Mapes Dodge em 1865. No livro, a história é ambientada na Holanda. No filme russo, a trama acontece em 1899, às vésperas do ingresso ao novo século 20, em São Petersburgo, então capital do império russo. Trata-se de uma superprodução que lembra um conto de fadas, com romance, aventura, muita ação e com um pano de fundo político, destacando-se a desigualdade social que distanciava a aristocracia da maioria da população paupérrima. Esse contraste é mostrado, de um lado, em cenários suntuosos de palácios e, de outro, nas ruas cobertas de neve, onde os pobres tentam sobreviver fazendo bicos e vendendo objetos nas feiras. Do lado pobre, o principal personagem é o jovem Matvey (Fedor Fedotov), que trabalha como entregador de uma refinada confeitaria. Filho de um acendedor de lâmpadas, Matvey perde o emprego depois de se atrasar para uma entrega. Enquanto busca outro trabalho, ele conhece Alex (Yuriy Borisov), líder de uma gangue de ladrões que atua nas ruas da cidade, roubando carteiras e joias. Uma característica do bando é que são exímios patinadores. Do lado rico da história está a bela Alice (Sonia Priss), filha de um aristocrata importante do governo russo. Ela vive enclausurada no palácio, vigiada o tempo inteiro por governantas. Seu destino já está decidido: um casamento arranjado. Claro que Alice conhecerá o pobre Matvey e os dois viverão um romance proibido, daqueles que a plateia, principalmente a feminina, torce freneticamente para dar certo. “Cidade de Gelo”, que estreou durante o 42º Festival Internacional de Cinema de Moscou, em outubro de 2020, foi um grande sucesso de bilheteria na Rússia. Trata-se da primeira produção russa a ser lançada como longa original da Netflix - estreou na plataforma no dia 16 de junho de 2021. O filme tem tudo para agradar qualquer público, independente da idade, pois garante um ótimo entretenimento, além de uma impecável e luxuosa cenografia de época. Imperdível!