A bela
atriz norte-americana Katherine Heigl, protagonista de tantas boas comédias (”Vestida para
Casar”, “Ligeiramente Grávidos”), desta vez encara um drama. Trata-se de “O CASAMENTO DE JENNY” (“Jenny’s Wedding”), 2014,
direção de Mary Agnes Donoghue. Ela é Jenny, uma trintona que nunca acertou um
namoro e agora, beirando os quarenta, é pressionada pela família a arrumar alguém
para casar. Ela finalmente se decide, mas o “marido” não será bem a pessoa que
a família esperava. Ao revelar sua paixão por Kitty (Alexis Bledel), com a qual
divide o mesmo teto há cinco anos, seus pais, Eddie (Tom Wilkinson) e Rose
(Linda Emond), extremamente conservadores, entram em polvorosa, assim como a irmã
Anne (Grace Gummer). O filme inteiro coloca em destaque esse conflito familiar,
a aceitação da escolha de Jenny e, finalmente, o seu casamento. No elenco, merece
destaque a atuação do ator inglês Tom Wilkinson e da norte-americana Linda
Emond. Também demonstra muita competência Grace Gummer, filha de Meryl Streep. Ao
explorar um tema tão em evidência, como a aceitação ou não da opção sexual dos
filhos, o filme nos motiva a refletir mais profundamente sobre a questão. Só
por isso, vale a pena.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Produzido em 2014 e exibido no ano seguinte pela BBC, “O MENSAGEIRO” (“The Go-Between”,
título original do filme e do romance
escrito por L.P.Hartley) teve uma primeira versão para o cinema em 1971, com direção de Joseph Losey e com Julie Christie e Alan Bates nos papeis
principais. Este “O Mensageiro”, portanto, é uma refilmagem. Mas uma refilmagem
de grande categoria, com ótimos atores e uma recriação primorosa de época, além
de uma fotografia deslumbrante. Como qualidade cinematográfica, portanto, não
fica atrás do original. A história é ambientada em 1900 no interior da Inglaterra.
A bela jovem Marian Maudsley (Joanna Vanderham) é cortejada pelo Lord
Trimingham (Stephen Campbell Moore). É desejo de Mrs. Maudsley (Lesley
Manville), a autoritária mãe de Marian, que os dois se casem. Só que Marian tem
um amante, o fazendeiro Ted Burgess (Ben Batt). Leo, de 12 anos, sobrinho de
Mrs. Maudsley, serve como garoto de recados entre os dois amantes, daí o título
“O Mensageiro”. O caldo entorna quando a mãe descobre o caso da filha, numa
cena em que a ótima atriz Lesley Manville dá um show de interpretação. Muitos
anos depois, Leo (agora Jim Broadbent) reencontra Marian (agora Vanessa
Redgrave) para decretar o desfecho da história. Aliás, um reencontro sem muita
emoção, talvez o único defeito dessa caprichada produção inglesa.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
O
drama inglês “O DANÇARINO DO DESERTO” (“DESERT DANCER”), 2013, conta uma incrível história de
coragem e amor à arte. No caso, a dança. Baseado em fatos reais recentes
ocorridos no Irã, o filme marca a estreia em longas do diretor inglês Richard
Raymond. A história: desde criança, o garoto iraniano Afshin Ghaffarian (Reece
Ritchie) adorava dançar. No colégio, era comum ele imitar a coreografia de
Patrick Swayze em “Dirty Dancing”. Acontece que dançar em público, no país de
Ahmadinejad, era e ainda é proibido. Afshin esqueceu a dança até ingressar na
faculdade em Teerã, capital do País. Aqui, formou um grupo clandestino de
dança, associando-se a Elaheh (a atriz indiana Freida Pinto), uma jovem
iraniana filha de uma ex-dançarina. Inspirados em vídeos de Pina Bausch e Michael
Jackson, que assistiam escondidos pela Internet, os dois criavam coreografias
especiais. Só que não podiam mostrá-las em público. A solução foi organizar uma
apresentação em pleno deserto. Tudo parecia ir bem até os fundamentalistas
islâmicos entrarem em ação, em nome da moral e dos bons costumes. O fim da
história todo mundo já sabe: Afshin foge para Paris, onde monta uma escola de
dança bastante conceituada. Todo o enredo tem como pano de fundo a situação
política do Irã sob Ahmadinejad, um regime de opressão no qual qualquer
manifestação artística é pecado mortal.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
“O HOMEM QUE ELAS AMAVAM DEMAIS” (“L’HOMME QU’ON
AIMAIT TROP”), 2014, direção de André Téchiné. A história é baseada em fatos reais.
Em 1976, a empresária Renée Le Roux (Catherine Deneuve), proprietária do Palais
de La Méditerranée, um luxuoso cassino na cidade de Nice, na Riviera Francesa,
vive às voltas com uma grave crise financeira em seu negócio. Seu principal
assessor é Maurice Agnelet (Guillaume Canet), um advogado ardiloso, ambicioso e
manipulador. Na época, suspeitava-se que, por trás das manobras para arruinar o
cassino de Renée, estava o empresário do cassino concorrente, Fratoni (Jean
Corso), considerado um poderoso mafioso local. Em meio a toda essa situação,
Renée recebe a visita de sua filha Agnes (Adèle Haenel), recém-separada e que
chega disposta a arrancar dinheiro da mãe. Ela acabará se envolvendo com
Maurice, contra todos os argumentos da mãe. O repentino desaparecimento de
Agnes faz a história virar um rumoroso caso policial, com Maurice sendo acusado
de assassiná-la e esconder o corpo. O mistério perdurou durante anos. Maurice
foi réu em vários julgamentos, o último deles em 2014, trinta e sete anos
depois do sumiço de Agnes. Não é dos melhores filmes do veterano diretor
francês, mas vale pela história e, principalmente, pelo ótimo elenco e pelo cenário maravilhoso da Riviera Francesa. Guilhaume
Canet, o ator francês do momento, já havia feito recentemente outro vilão num
filme também baseado em fatos reais (“Na Próxima, Acerto no Coração”), no qual
interpreta um policial psicopata.
Se
tiver, deixe de lado seu preconceito contra o cinema asiático e assista “FLORES
DO AMANHÔ (Xiang Ri Kui”), 2005, um
belo, sensível e comovente drama chinês escrito e dirigido por Zhang Yang (do
cultuado e premiadíssimo “Banhos”, de 1999). Duas horas e nove minutos de puro
prazer cinematográfico, tendo como pano de fundo o cenário político da China
durante 30 anos. A história passa pela Revolução Cultural Proletária, a morte do
grande líder Mao Tsé Tung, o Bando dos Quatro, até a época de Deng Xiao Ping. O
filme começa em 1967, com o nascimento de Xiangyang (interpretado por três
atores, da infância, juventude até a fase adulta). Seu pai, Gengnian (Haiyng
Sun), preso pouco antes pelo regime de Mao, só irá conhecer o filho dez anos
depois. Mimado pela mãe, Xiuqing (Joan Chen), o garoto só quer saber de
brincar, enquanto o pai, recém-chegado, insiste para que ele se torne pintor, sua
profissão até ser preso. A maior parte da história é dedicada à conflituosa
relação entre pai e filho, o que rende cenas de grande força dramática. O filme
retrata a evolução da sociedade chinesa diante dos novos tempos, incluindo uma mudança comportamental com relação à tradição secular de respeito aos pais e aos mais velhos em geral. Os atores
são ótimos, principalmente Joan Chen e Haiyung Sun. Um filme delicado, uma
pequena obra-prima do cinema chinês. Simplesmente imperdível!
Assinar:
Postagens (Atom)