Se
tiver, deixe de lado seu preconceito contra o cinema asiático e assista “FLORES
DO AMANHÔ (Xiang Ri Kui”), 2005, um
belo, sensível e comovente drama chinês escrito e dirigido por Zhang Yang (do
cultuado e premiadíssimo “Banhos”, de 1999). Duas horas e nove minutos de puro
prazer cinematográfico, tendo como pano de fundo o cenário político da China
durante 30 anos. A história passa pela Revolução Cultural Proletária, a morte do
grande líder Mao Tsé Tung, o Bando dos Quatro, até a época de Deng Xiao Ping. O
filme começa em 1967, com o nascimento de Xiangyang (interpretado por três
atores, da infância, juventude até a fase adulta). Seu pai, Gengnian (Haiyng
Sun), preso pouco antes pelo regime de Mao, só irá conhecer o filho dez anos
depois. Mimado pela mãe, Xiuqing (Joan Chen), o garoto só quer saber de
brincar, enquanto o pai, recém-chegado, insiste para que ele se torne pintor, sua
profissão até ser preso. A maior parte da história é dedicada à conflituosa
relação entre pai e filho, o que rende cenas de grande força dramática. O filme
retrata a evolução da sociedade chinesa diante dos novos tempos, incluindo uma mudança comportamental com relação à tradição secular de respeito aos pais e aos mais velhos em geral. Os atores
são ótimos, principalmente Joan Chen e Haiyung Sun. Um filme delicado, uma
pequena obra-prima do cinema chinês. Simplesmente imperdível!
Nenhum comentário:
Postar um comentário