sexta-feira, 17 de julho de 2015

Se você tem algum tipo de preconceito contra o cinema asiático, deixe-o de lado e assista “UM DIA DIFÍCIL” (“Kkeutkkaji Ganda”). O filme sul-coreano é diversão pura. Trata-se de um thriller policial eletrizante, com muita ação, suspense e humor. E um roteiro bastante inteligente. O detetive Ko Gun-Soo (Lee Sun-Kyun) sai do enterro de sua mãe e, no caminho, atropela um homem. Como tinha bebido, resolve ficar quieto. E o que fazer com o cadáver do homem atropelado? Gun-Soo tem a “brilhante” ideia de escondê-lo no próprio caixão onde está sua mãe. A confusão só está começando. Ele recebe um telefonema anônimo de alguém que diz ter visto o atropelamento e começa a chantageá-lo. Em meio a toda essa confusão, Gun-Soo ainda é investigado pela Corregedoria da Polícia, que descobre em sua mesa dinheiro proveniente talvez da venda de drogas. As coisas pioram quando ele descobre a identidade do homem atropelado. Gun-Soo corre pra lá e pra cá para tentar se livrar dos problemas, mas acaba se complicando cada vez vez mais. E o espectador acompanha tudo muito atento, pois não há espaço para conversa fiada com tanta ação e suspense, além de uma boa dose de pancadaria. Méritos para o diretor Seong-Hoon Kim, que também escreveu o roteiro. O filme estreou no Festival de Cannes 2014 e foi bastante elogiado. Portanto, prepare um bom pote de pipoca e curta esse ótimo entretenimento.   

terça-feira, 14 de julho de 2015

“THE EICHMANN SHOW”, 2014, é um drama inglês, baseado em fatos reais, produzido pela BBC, mostrando os bastidores da cobertura jornalística do julgamento do nazista Adolf Eichmann, um dos idealizadores e organizadores do extermínio judeu. O julgamento foi iniciado em abril de 1961 e durou 4 meses. O enfoque principal do filme é o trabalho de uma equipe de TV autorizada pelo primeiro-ministro David Ben-Gurion, de Israel, a filmar todo o julgamento (Não ao vivo. As fitas eram enviadas por avião para o mundo inteiro. Só as emissoras de rádio transmitiram ao vivo). O produtor Milton Fruchtman (Martin Freeman) reuniu uma equipe de técnicos de TV israelenses e convidou para comandá-la o diretor norte-americano Leo Hurwitz (Anthony LaPaglia), na época desempregado por estar na lista negra de Hollywood – acusado de comunista, assim como outros diretores, roteiristas e artistas. Para não atrapalhar o andamento do julgamento, as câmeras de filmagem foram instaladas em paredes construídas poucos dias antes no prédio do tribunal em Jerusalém, ficando invisíveis para o público. O filme reproduz imagens da época, tanto do julgamento como dos campos de concentração. As cenas são chocantes. Só para lembrar, muita gente, na época, não acreditava que o Holocausto realmente existiu. As imagens dos campos de concentração chocaram o mundo. O filme mostra também a disputa pela audiência mundial, pois o julgamento de Eichmann concorreu com reportagens sobre o primeiro astronauta no espaço – o russo Yuri Cagarin – e o desenrolar da revolução cubana. O julgamento de Eichmann acabou vencendo a partir dos depoimentos chocantes dos sobreviventes – também mostrados no filme, dirigido por Paul Andrew Williams (do comovente “Canção para Marion"). Ótimo filme para quem curte os bastidores de fatos históricos. 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Jean Dujardin (de “O Artista”) e Gilles Lellouche, dois dos principais atores franceses da atualidade, encabeçam o elenco de “A CONEXÃO” (“Le French”), 2014, filme policial baseado em fatos reais. A história começa em 1975, quando o juiz Pierre Michel é designado para Marselha com a missão de combater a French Connection, como era chamada a organização criminosa que traficava grandes quantidades de heróina para a Europa e, principalmente, para os Estados Unidos. Durante suas investigações, o magistrado descobre que o chefão do tráfico é Gartan Zampa (Gilles Lellouche). Mas não será tão fácil obter provas para condenar o poderoso traficante, tendo ainda que lidar com policiais e políticos corruptos. O trabalho dura anos e Pierre Michel não desiste até provar a culpa de Zampa, trabalho que colocará o juiz e sua família em grande perigo. O filme, dirigido por Cédric Jimenez, ainda tem no elenco Guilhaume Gouix, Benoit Magimel, Céline Sallette e Mélanie Doutey. Mais um bom filme do cinema francês.  
No drama inglês “A TEORIA DE TUDO” (“The Theory of Everything”), o ator Eddie Redmayne tem uma das atuações mais impressionantes da história do cinema. Pelo papel do físico Stephen Hawking, Redmayne ganhou o Oscar 2015 de Melhor Ator. Escolha incontestável. Ele está perfeito, a ponto do próprio Hawking, num e-mail enviado ao diretor James Marsh, dizer que pensou que estava assistindo a si mesmo no filme. A história começa em 1963, quando Hawking, então com 21 anos, estudava Cosmologia na Universidade de Cambridge e conhece a estudante de Arte Jane Wide (Felicity Jones), sua futura esposa. Naquele mesmo ano começam a aparecer os primeiros sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O diagnóstico dos médicos não era muito animador: deram-lhe, no máximo, mais dois anos de vida. Erraram feio, pois o físico está vivo até hoje, com 72 anos (2015). Jane e Hawking casaram e tiveram 3 filhos. A história do filme é baseada no livro biográfico escrito pela própria Jane, que não escondeu o caso com Jonathan (Thomas Cox), com quem passaria a viver depois de se separar do físico. O filme recebeu 5 indicações para o Oscar 2015 (Filme, Ator, Atriz, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora). Conquistou apenas o de “Melhor Ator”, embora a atriz Felicity Jones esteja ótima no papel de Jane. Um drama triste e comovente que não pode deixar de ser visto.