sábado, 25 de agosto de 2018


“O DESAPARECIMENTO DE SIDNEY HALL” (“The Vanishing of Sidney Hall”), USA, 2017, segundo longa-metragem escrito e dirigido por Shawn Christensen. Filme independente muito interessante e bem elaborado, com um elenco de muita competência: Logan Lerman (“Percy Jackson”), Elle Fanning, Michelle Monaghan, Blake Jenner, Kyle Chandler e Nathan Lane. A história é centrada no jovem escritor Sidney Hall (Lerman), que desde o colégio sonhava em ser escritor. Sempre foi um jovem rebelde, mas muito inteligente. Seus textos no jornal da escola eram bastante elogiados, até que um dia resolveu escrever um livro que virou best-seller e o levou à fama, inclusive sendo indicado ao badalado Prêmio Pulitzer. Em meio à jornada literária de Sidney, o roteiro destaca também, em flashbacks, o seu primeiro grande amor e depois sua esposa, a bela Melody (Fanning), a amizade com seu colega de classe Brertt Newport (Jenner) e sua relação com a mãe (Michelle Monaghan). Depois do sucesso alcançado com seu primeiro livro, Sidney some do mapa, vira andarilho/mendigo e sai pela estrada de ferro afora a bordo de trens de carga. Seu sumiço é investigado por um policial misterioso (Chandler), seguindo uma pista referente ao incêndio de vários livros escritos justamente por Sidney. Enfim, um filme que se mostra acima da média vigente, como comprovam as críticas positivas quando estreou no Festival de Sundance 2017.                                                 


“15h17 – TREM PARA PARIS” (“The 15:17 to Paris”), EUA, 2018, direção de Clint Eastwood, com roteiro de Dorothy Blyskal. O filme conta a história dos três norte-americanos que evitaram o ataque de um terrorista árabe num trem de alta velocidade que ia de Amsterdam (Holanda) para Paris no dia 21 de agosto de 2015. Armado com um fuzil AK-47, pistolas e munição suficiente para matar os 554 passageiros do trem, o terrorista marroquino Ayoub El-Khazzani foi dominado e preso pelos três rapazes, o soldado Alek Skarlatos, o piloto da Força Aérea Spencer Stone e Jaleel White. O filme volta no tempo para mostrar a antiga amizade que uniu os rapazes até os dias atuais, culminando com o ato heroico em território francês. A grande inovação de Eastwood foi escalar os próprios personagens para representá-los no filme. Não prejudicou em nada, embora a gente perceba, em algumas cenas, que não são atores profissionais. Aliás, as atrizes Jenna Fischer e Judy Greer foram duas das poucas profissionais do elenco. Ator em 71 filmes e diretor em outros 40, além de quatro Oscar no currículo, Eastwood tem respeito e crédito suficientes para fazer o que quiser no cinema. Para escrever o roteiro, Dorothy Blyskal baseou-se no livro “The 15:17 to Paris: The True Story of a Terrorist, a Train and Three American Soldiers”, de Jeffrey E. Stern. Em se tratando de Eastwood, eu esperava um filme bem melhor. Não que seja ruim, mas bem abaixo da qualidade de outros filmes do grande Eastwood. Vale apenas pela história incrível de heroísmo.                                                 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018


Ao contrário do que diz o material de divulgação, “DEIXE A LUZ DO SOL ENTRAR” (“UN BEAU SOLEIL INTÉRIEUR”), 2017, França, não é uma comédia romântica, mas sim um drama. Talvez comédia dramática, mas romantismo passa longe. A história é centrada na vida amorosa da artista plástica Isabelle (Juliette Binoche). Mulher de meia-idade, divorciada e com uma filha, Isabella vive vários relacionamentos, ao mesmo tempo em que tem um amante fixo, Vincent (Xavier Beauvois), um banqueiro arrogante e ainda por cima casado. Ela quer mais afeição e busca conseguir quando sai pela noite para dançar, programa que acaba quase sempre na cama com alguém. Foi assim com um ator de teatro (Nicolas Duvauchelle, que tem uma incrível semelhança com o grande Marcello Mastroianni jovem), com um diretor de galeria e com outros tantos. Mesmo com essa variedade de amantes, Isabelle sofre de carência afetiva, pois quase sempre seus romances acabam rápido, entre brigas e desilusões. Já no final, Isabelle consulta um terapeuta (Gérard Depardieu, em participação especial) para tentar resolver sua carência. Aos 54 anos, Juliette Binoche ainda é uma mulher muito bonita, charmosa e sensual, além de ótima atriz (ela é a mais bem-paga do cinema francês). Binoche tem um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “O Paciente Inglês”, de 1996, e nada menos do que seis indicações para o César (o Oscar francês), sendo que numa delas, justamente em “Deixe a Luz do Sol Entrar”, conquistou o prêmio de Melhor Atriz. Realmente, ela é fantástica, a alma desse bom drama francês dirigido pela veterana diretora Claire Denis (“Minha Terra, África”, “Desejo e Obsessão” e “35 Doses de Rum”).                                               

domingo, 19 de agosto de 2018


“DESEJO DE MATAR” (“DEATH WISH”), EUA, 2018, direção de Eli Roth e roteiro de Joe Carnahan, que readaptou o livro “Death Wish”, escrito por Brian Garfield. Trata-se da refilmagem do clássico de grande sucesso lançado em 1974. Sai Charles Bronson e entra Bruce Willis, que finalmente encontra um filme de ação à sua altura, depois de inúmeros fracassos recentes. Desta vez, volta à sua velha forma de durão e canastrão, com aquele sorriso sutil que esbanja ironia. Willis é o médico cirurgião Paul Kersey (Bronson era arquiteto). Uma noite, ele é chamado para atender a uma emergência no hospital, deixando sozinhas a esposa Lucy (Elisabeth Shue) e a filha adolescente Jordan (Camila Morrone). Três bandidos invadem a casa e fazem miséria com as duas, matando Lucy e deixando Jordan em estado grave. Ao perceber que a polícia não se empenha como devia nas investigações, Kersey resolve agir por conta própria. Ao sair pela noite em busca de informações que o levem aos marginais, Kersey cruza com vítimas sendo assaltadas e enfrenta os bandidos na base da bala. Depois de matar alguns, ele acaba virando notícia nos jornais como o “Anjo da Noite”, o herói que está “limpando” Chicago. Sem nunca ser identificado, Kersey prossegue na busca dos assassinos de sua esposa, utilizando mil artimanhas para não ser preso, até encontrá-los e finalmente executar sua vingança. O filme é muito bom, têm ótimas sequências de ação e Willis novamente em forma. Entretenimento dos melhores!