quinta-feira, 23 de julho de 2015

Quem conhece um pouco de História sabe que o estopim para a eclosão da Primeira Guerra Mundial foi o atentado que matou o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e sua esposa, a duquesa Sofia de Hohenberg, em Sarajevo, capital da Bósnia, em junho/1914. No drama histórico austríaco “SARAJEVO 1914” (“DAS ATTENTATT: SARAJEVO 1914”), 2014, filme feito para a TV, o enfoque principal é dado às investigações para descobrir e prender os autores. O policial Leo Pfeffer (Florian Teichmeister) é encarregado de comandar os trabalhos. Ele vai chegar aos assassinos, todos sérvios e integrantes da facção terrorista “Mão Negra”. Pfeffer também descobrirá que, por trás dos atentados, havia outros interesses em jogo, o principal deles justamente o início da guerra. Outros fatos que os livros de História não ensinam são revelados no filme, como o interesse da Alemanha em tomar posse da Bósnia e utilizar seu território para a construção de uma ferrovia Berlim-Bagdá. O filme também abre espaço para revelar que já havia, na época, um forte preconceito contra os judeus e os eslavos. A primorosa reconstituição de época é outro trunfo desse ótimo filme, dirigido por Andreas Prochaska. Uma verdadeira aula de História. Imperdível!  

terça-feira, 21 de julho de 2015

“ISMAEL”, 2013, Espanha, direção do argentino Marcelo Piñeyro (“Plata Quemada”). Aliás, este é o primeiro filme espanhol dirigido por Piñeyro. A história: Félix (Mario Casas) teve um caso com uma imigrante nigeriana (Ella Kweku) que resultou no nascimento de Ismael. A moça e o filho sumiram da vida de Félix, que agora é professor de um colégio para adolescentes problemáticos. Oito anos depois, o garoto Ismael (Larsson do Amaral) foge de casa, em Madrid, pega um trem e vai para Barcelona com o objetivo de conhecer o pai biológico. O menino só tem como referência um endereço encontrado numa carta enviada à sua mãe por Félix. Trata-se do endereço da mãe de Félix, Nora (Belén Rueda). O primeiro contato, portanto, é com a avó, que, mesmo contra vontade, acaba levando o menino para encontrar o pai. Enquanto isso, a mãe de Ismael e o seu atual marido Luís (Juan Diego Botto) pegam estrada para buscar o filho. O cenário está preparado para situações embaraçosas e conflitantes, como o reencontro dos antigos amantes e a vontade de Ismael de morar com o pai biológico. O drama é simpático, agradável de assistir, não apelando para um sentimentalismo exagerado e ainda reservando espaço para o bom humor. O filme tem um motivo a mais para ser visto: a presença da ótima atriz espanhola Belén Rueda (“Sétimo”), que ilumina e valoriza cada cena em que aparece.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

“KUMIKO – A CAÇADORA DE TESOUROS” (“Kumiko, The Treasure Hunter”), 2014, é um drama do cinema independente norte-americano. Um filme bastante interessante, aliás, que conquistou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Sundance/2014. A história: Kumiko (a bela atriz japonesa Rinko Kikuchi) mora num pequeno apartamento em Tóquio e trabalha como subalterna num escritório onde o chefe vive pegando no seu pé. Ela é bastante solitária e depressiva. Na verdade, também tem um parafuso a menos. Num passeio à praia, ela entra numa caverna e acha enterrada uma fita VHS com o filme “Fargo”, dos irmãos Ethan e Joel Coen, grande sucesso de 1996. Kumiko fica obcecada pela história do filme, a ponto de estudá-lo detalhadamente. Numa das cenas fundamentais de “Fargo”, um homem enterra uma mala com dinheiro perto de uma cerca de arame perto de umas árvores. Mesmo sabendo que é um filme, Kumiko acredita que a mala ainda está lá, à disposição de quem se dispor a desenterrá-la. Ela então viaja para os EUA e parte para encontrar o “tesouro”. Nessa caçada, ela recebe a ajuda de um policial, interpretado pelo próprio diretor do filme, David Zellner. Esta segunda parte do filme, ambientada em cenários semelhantes aos de “Fargo”, não passa de uma fábula originada de um surto criativo da cabeça de Kumiko, mas mesmo assim o espectador é levado a acreditar, assim como a jovem japonesa, que aquilo tudo faz parte do contexto real. Enfim, um filme bastante criativo que vale a pena assistir. Recomendo sem fazer figa.    

domingo, 19 de julho de 2015

Não lembro se “SHINER”, direção de John Irvin, foi exibido por aqui na época em que foi lançado, em 2001. Trata-se de um drama inglês dos melhores e com uma grande atuação de Michael Caine. Ele é Billy “Shiner” Simpson, um famoso promotor de lutas de boxe, trambiqueiro e prepotente. Ele só anda acompanhado de seus fiéis guarda-costas, Jeff “Stoney” Stone (Frank Harper) e Mel (Andy Serkis). “Shiner” se acha o dono de tudo e quem tiver a coragem de contrariá-lo vai acabar nas mãos – nos punhos, aliás – dos seus dois capangas. “Shiner” tem um filho lutador de boxe em início de carreira, Eddie “Golden Boy” Simpson (Matthew Marsden). O sonho de “Shiner” é ver o filho campeão mundial dos meio-pesados e, para isso, promove uma grande luta com o campeão norte-americano da categoria. O filme gira em torno dessa luta. Até ela acontecer, o filme esbanja bom humor, principalmente quando mostra a truculência e os métodos adotados pelos hilários capangas de “Shiner” para defender o chefe. Depois que a luta termina, com a derrota do “Golden Boy”, o poderoso promotor desconfia que houve marmelada e passa a investigar o que realmente aconteceu. Aí a história fica dramática, com direito a um assassinato misterioso e a uma reviravolta no final. Um dos destaques do elenco é o já na época veterano ator Martin Landau. Mas é realmente Michael Caine que dá show. Ótima diversão!