sábado, 13 de junho de 2020
quinta-feira, 11 de junho de 2020
“JÁ
NÃO ME SINTO EM CASA NESSE MUNDO” (“I DON’T FEEL AT HOME IN THIS WORLD”), 2017,
Estados Unidos, produção Netflix, 1h36m, estreia no roteiro e direção de Macon
Blair. E que ótima estreia. Uma pequena joia do cinema independente
norte-americano, tanto que foi o vencedor do júri do Festival de Cinema de
Sundance 2017. O filme é um misto de drama, policial, suspense e comédia, com
pitadas de humor negro. A trama é toda centrada na trintona Ruth Kimke (Melanie
Lynskey, a Rose de “Two and a Half Men”), uma mulher solitária, amargurada, que
não é dada a socializar por considerar as pessoas mal-educadas e sem noção de cidadania. Ela vive revoltada com as injustiças do cotidiano, principalmente aqueles ligadas à má
educação, como um vizinho que não recolhe as fezes do cachorro, alguém que
deixa cair uma mercadoria no chão e não repõe na prateleira ou então aquele
cara que no balcão de um bar conta o final do livro que ela está lendo. Um dia,
ao voltar do trabalho, ela percebe que sua casa foi assaltada. Roubaram seu
computador e os talheres de prata que ganhou da avó. Mais do que o produto do
roubo, o que mais indigna Ruth é o fato de terem invadido sua casa sem
permissão. De nada adiantou chamar a polícia, pois não deram muita bola para o
caso e nem se esforçaram para investigar. Aí foi a gota d’água. Ao lado de Tony
(Elijah Wood, o Frodo de “O Senhor dos Anéis”), um vizinho esquisito que pensa como ela, Ruth vai tentar achar os ladrões por conta própria, recheando o
filme com muitas situações de perigo a reforçar o suspense, mas sem nunca deixar
de lado o bom humor. Completam o elenco David Yow, Jane Levy, Macon Blair, Devon
Graye, Christine Woods e Gary Anthony Williams. Sem dúvida, um filme
surpreendente e muito criativo, garantindo um ótimo entretenimento. Imperdível!
quarta-feira, 10 de junho de 2020
“A
RAINHA DA ESPANHA” (“LA REINA DE ESPAÑA”), 2016, Espanha,
disponível na plataforma Netflix, 2h08m, roteiro e direção do veterano cineasta
Fernando Trueba. A história é ambientada nos anos 50 e tem como figura central Macarena
Granada (Penélope Cruz), atriz espanhola que faz maior sucesso em Hollywood. Na
época, havia um grande esforço de estreitar o relacionamento diplomático entre
os Estados Unidos e a Espanha franquista. Para colaborar com esse esforço, um
estúdio de Hollywood resolveu investir numa superprodução a ser filmada na
Espanha: “La Reina de España”, sobre a Rainha Isabel I de Castela, a “Católica”.
Para o papel principal foi escalada justamente Macarena Granada, assim como o
diretor John Scott (Clive Revill), uma clara referência ao famoso cineasta austríaco
Fritz Lang, que fez grande sucesso em Hollywood com seu famoso tapa-olho. Durante
as filmagens, John Scott dormia o tempo inteiro e só era acordado para gritar “Ação!”
e “Corta!”, em cenas muito divertidas. Para agradar os espanhóis, a produção
resolveu dividir a direção com o cineasta espanhol Blas Fontiveros (Antonio
Resines). A história toda de “A Rainha da Espanha” se desenvolve nos bastidores
das filmagens, mostrando as dificuldades de se adaptar o roteiro ao gosto do governo
franquista. Ainda nos bastidores, o filme destaca o fogo sexual de Macarena,
que logo no início das filmagens começa um caso com o jovem Leo (o ator
argentino Chino Darín, filho do astro Ricardo Darín), um simples assistente de
produção. Em meio às filmagens, o diretor Fontiveros é sequestrado pela polícia
secreta de Franco e vai parar num campo de trabalhos forçados. O elenco resolve resgatá-lo,
utilizando para isso dezenas de figurantes do exército da Rainha. Como se isso
tudo não bastasse, o set de filmagens ainda será visitado pelo próprio
generalíssimo Francisco Franco (Carlos Areces). Haja fôlego para acompanhar isso tudo,
realizado num ritmo alucinante e muito divertido. Completam o elenco Jorge Sanz, Mandy Patinkin e Javier Cámara. Enfim, “A
Rainha da Espanha” é uma ótima comédia, além de fazer uma
singela homenagem ao mundo do Cinema. Imperdível!
terça-feira, 9 de junho de 2020
“THI
MAI: RUMO AO VIETNAM” (“THI MAI, RUMBO A VIETNAM”), 2017,
Espanha, distribuição Netflix, 1h39m, direção de Patrícia Ferreira, com roteiro
de Marta Sánchez. Trata-se de uma comédia bastante simpática e divertida para
assistir com toda a família. Depois da morte da filha em um acidente de carro,
Carmen (Carmen Machi) descobre que ela dera entrada numa papelada para a adoção
de uma criança órfã do Vietnã, a Thi Mai do título. Na companhia das amigas Rosa
(Adriana Ozores) e Elvira (Aitana Sánches-Gijón), Carmen viaja para Hanói (capital
do Vietnam), onde fica o orfanato de Thi Mai. Na verdade, as amigas embarcam
numa grande e divertida aventura, repleta de situações hilariantes,
principalmente no que se refere aos costumes dos vietnamitas, muito diferentes do mundo ocidental. Nas suas
peripécias em Hanói, Carmen, Elvira e Rosa conhecerão Andrés (Dani Rovira), um
espanhol que tinha viajado para a capital do Vietnam com o objetivo de encontrar
o ex-namorado. A turma vira um quarteto e, juntos, tentarão convencer as
autoridades vietnamitas a liberar a papelada exigida para concretizar a adoção
de Thi Mai, para a qual contarão com a ajuda de Dan (Eric Nguyen), um simpático guia turístico de Hanói. O grande trunfo do filme é, sem dúvida, o trio principal de protagonistas: Carmen
Machi é mais conhecida por ser uma das atrizes preferidas do diretor Pedro Almodóvar;
Adriana Ozores, uma das mais importantes atrizes de teatro e cinema da Espanha;
e a italiana Aitana Sánches-Gijón, cuja beleza e competência eu já conhecia
desde que a vi pela primeira vez atuando em “Caminhando nas Nuvens”, de 1995,
no qual contracenou com Anthony Quinn e fez par romântico com Keanu Reeves. Aos
51 anos, Aitana continua linda, charmosa e
competente. É a atuação destas três grandes atrizes – e a química entre elas - que
faz com que “Thi Mai” seja uma comédia bastante agradável e divertida. Imperdível!
segunda-feira, 8 de junho de 2020
“ALELÍ”, 2019,
coprodução Uruguai/Argentina, 1h30, segundo longa-metragem escrito e dirigido
pela cineasta uruguaia Letícia Jorge Romero, com a colaboração de Ana Guevara
Pose. Trata-se de uma comédia familiar bastante divertida que comprova um velho
ditado: “Toda família é igual. Só muda o endereço”. Após a morte de Alfredo, o
patriarca da família, a viúva Alba (Cristina Morán) e os três filhos Ernesto
(Nestor Guzzini), Lilián (Mirella Pascual) e Silvana (Romina Peluffo) convocam
uma reunião para decidir o que fazer com a antiga casa de praia, carinhosamente
chamada de “ALELÍ”, cujas iniciais significam os nomes do pessoal: “AL” de Alba
e o falecido Alfredo; “E” de Ernesto e “LÍ” de Lílian (Silvana, a mais nova, ainda
não havia nascido). Uma série de confusões, discussões e lavagem de roupa suja
acontecem durante a reunião, como em qualquer família. Um dos assuntos foi, inclusive, a possibilidade de internar a mãe num asilo. Os diálogos são hilariantes.
Silvana foi um dos alvos das críticas da mãe e dos irmãos, pois vive uma
separação atrás da outra, não consegue segurar um casamento. Ela ficou tão chateada por ser criticada que acabou indo afogar as mágoas na velha casa de praia. Logo depois chega
também seu irmão Ernesto, preocupado com a irmã mais nova. Aqui, na velha casa,
surgem as situações mais engraçadas, principalmente aquelas que envolvem os
velhos vizinhos. Enfim, “Alelí” é aquele tipo de filme feito para garantir um
ótimo entretenimento. Como afirmou a diretora Letícia Jorge Romero, "Alelí é uma comédia farsesca sobre a família". O filme, já disponível na plataforma Netflix, foi exibido por aqui na Mostra Première Latina do Festival Internacional de Cinema do Rio/2019. Diversão garantida!
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