
“ESTÁ
TUDO CERTO” (“ALLES IST GUT”), 2018, Alemanha, 1h33m,
disponível na plataforma Netflix, filme de estreia de Eva Trobisch como
roteirista e diretora. O drama é centrado na editora de livros Janne (Aenne
Schwarz), que depois de uma festa de confraternização no escritório acaba sendo
estuprada por Martin (Hans Löw), seu colega de trabalho e cunhado do seu chefe
Robert (Tilo Nest). Acompanhei a cena e não vi violência por parte de Martin, mas, sem dúvida, foi estupro, embora tenha parecido sexo não consentido - o que é mesma coisa segundo a lei. Para a vítima, porém, será sempre um estupro. Ao invés de denunciar o
fato, Janne resolve tocar sua vida normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Aliás, aceitar as coisas como elas são é uma das características de sua
personalidade. Exemplo disso é a cena da lanchonete, quando ela pede um
determinado sanduíche e acaba vindo outro. Ao invés de exigir a troca do sanduíche,
ela diz à atendente que “está tudo certo”, o que justifica o título. Janne
continua sua rotina diária sem comentar o caso com ninguém, muito menos com o
namorado Piet (Andreas Döhler), com quem tem uma relação bastante tumultuada. Como
diz o velho ditado, “Na prática, a teoria é outra”, pois no fundo Janne
continua traumatizada, o que, aos poucos, vai abalando o seu lado psicológico. Ainda
mais quando é obrigada a conviver no ambiente de trabalho com seu estuprador.
Embora caminhe num ritmo bastante lento, uma escolha da diretora para explorar
os sentimentos de Janne, “Está Tudo Certo” é um drama bastante consistente ao tratar
de um tema bastante polêmico e atual. A excelente atriz Aenne Schwarz arrasa no
papel da vítima do estupro, alternando expressões de tristeza e revolta. Enfim,
um bom drama alemão que merece ser visto.
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