sábado, 5 de abril de 2014
Uma reflexão sobre a China contemporânea. Foi assim que o filme “Um Toque de Pecado” (“Tian Zhu Ding”, ou no inglês “A Touch of Sin”) foi lançado nos cinemas e apresentado no Festival de Cannes de 2013, quando conquistou o prêmio de Melhor
Roteiro. Se você estiver em busca de entretenimento leve, porém, passe longe. São
quatro episódios, independentes uns dos outros, que contam a história de personagens
comuns cuja única ligação será o desfecho trágico destinado a cada um deles. No
primeiro episódio, um trabalhador se revolta contra a corrupção em sua aldeia; no
segundo, um homem comete crimes brutais para ajudar a família; no terceiro, uma
jovem recepcionista numa sauna masculina revida com violência o assédio sexual
de dois homens; no último, um jovem não aguenta a pressão de ser explorado nos
empregos. Não é um filme agradável de assistir, pois tem muitas cenas de
violência explícita, duas delas contra animais. Mas é um filme importante por
destacar o estilo de um diretor que está sendo considerado um dos melhores do
cinema chinês atual. Uma coisa é certa: impossível ficar indiferente ao filme durante
e ao final de sua exibição. É claro que muitos críticos profissionais escreveram
verdadeiros tratados sociológicos para explicar as intenções do diretor. É
melhor você assistir e tirar suas próprias conclusões.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
“Diana” é um
filme inglês de 2012 que conta a história do romance da Princesa Diana (Naomi
Watts) com o médico paquistanês Hasnat Khan (Naveen Andrews). O caso começou em
1995, quando Lady Di, separada do Princípe Charles e em processo de divórcio,
conhece o médico durante visita a um amigo no Hospital Royal Brompton, em
Londres. Eles ficaram juntos até poucos meses antes da morte de Diana, em
agosto de 1997. A história é baseada no livro “Diana: her Last Love”, escrito
em 2001 por Kate Snell. O curioso é que o médico paquistanês, cirurgião
cardíaco, sempre negou – e nega até hoje – que teve um caso com Diana. Os
ingleses odiaram o filme, não só atacando sua qualidade cinematográfica, mas,
principalmente, por revelar a vida íntima de sua querida princesa. O filme,
dirigido por Oliver Hirschbiegel, acirrou ainda mais a polêmica. Além do
romance com o médico, o filme destaca a participação de Lady Di em causas
humanitárias por todo o mundo, além da sua privacidade constantemente ameaçada
pelos paparazzi, assédio que provavelmente tenha sido a causa do acidente que a
matou. A atriz australiana Naomi Wattis está ótima como Diana, papel destinado
inicialmente à americana Jessica Chastain (“A Hora mais Escura”). A maioria dos
críticos profissionais não gostou do filme. Eu gostei e recomendo.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
“O Guardião das Causas
Perdidas” (“Kvinden I Buret” ou no inglês “The Keeper of Lost Causes”), dirigido
por Mikkel Norgaard, é um suspense dinamarquês de tirar o fôlego. Depois de ser
baleado numa missão em que resolveu agir por conta própria, sem esperar a chegada
de reforços, como estava combinado, o detetive Carl Morck (Nikolaj Lie Kaas) é transferido
para um setor de casos arquivados sem solução. Muito a contragosto, é obrigado
a aceitar como assistente o policial Assad (Fares Fares). O primeiro caso que reabrem
envolve o desaparecimento de uma mulher, Merete Lynggaard (Sonja Richter), há cinco
anos. As conclusões da época levam a crer que ela se suicidou, atirando-se ao
mar de uma balsa. As investigações de Carl e Assad, porém, vão mudar o rumo da
história. O resumo fica por aqui para não estragar as surpresas do enredo. O
filme foi um grande sucesso de público quando estreou nos cinemas da Dinamarca,
no final de 2013. E realmente, o filme é muito bom. Tem ação e suspense na dose
certa, uma história bem elaborada, um vilão assustador e um detetive mal-humorado,
arrogante, rebelde e estressado. Enfim, os clichês que fazem um bom filme
policial. Um programão para quem curte o gênero.
segunda-feira, 31 de março de 2014
Produzido
em 2012 e dirigido por Walter Doehner, o filme mexicano “Viento
en Contra” é um policial com muita ação
e suspense. Nesse ponto, não decepciona. Luiza (Bárbara Mori) é uma executiva
em ascensão numa empresa de fundos de investimento na Cidade do México. Ela
descobre, porém, um desvio de dinheiro da empresa para as Ilhas Cayman. A partir
daí, passa a ser perseguida tanto por bandidos como pela polícia. O roteiro tem
algumas mancadas. Uma delas: em fuga alucinada com o filho, ela diz que está morrendo de fome e resolve parar
num restaurante chique para jantar, pede um suco de maçã para o filho e um copo
d’água. “O que vamos pedir, mamãe?”, pergunta o filho. Ela responde: “Nada, não
tenho dinheiro”. O menino paga o suco e
eles vão embora. Por que então entraram no restaurante? Impossível também não associar a interpretação dos
atores ao estilo dos novelões mexicanos. Mas o filme não é tão ruim quanto parece e, para
os padrões mexicanos, deve ser encarado como uma superprodução. As cenas de
ação são bem feitas, a história prende a atenção e há uma reviravolta no final que
realmente surpreende. A atriz uruguaia Bárbara Mori é muito bonita e dá conta
do recado. Um bom programa para uma sessão da tarde com pipoca.
domingo, 30 de março de 2014
Como
a maioria das comédias românticas, “Noivos por Acaso” (“One Small Hitch”), 2013, não foge à regra:
é previsível demais. Molly (Aubrey Dollar) está no aeroporto aguardando o voo
para Chicago, onde sua mãe se casará pela segunda vez. Ela vai levar o namorado
para a família conhecer, mas, enquanto espera a chamada para embarcar, fica
sabendo sem querer que ele é casado. Claro que a relação vai acabar ali. Ela,
então, fica arrasada, mas eis que aparece Josh (Shane McRae), um amigo de infância
que também vai para Chicago visitar o pai que está muito doente. Josh conta a Molly
que o sonho do seu pai, antes de morrer, é ver o filho casado ou pelo menos
encaminhado nesse sentido. Sensibilizada, Molly topa fingir que é noiva de
Josh. As duas famílias ficam entusiasmadas com a notícia do futuro casamento e
aí começam as confusões. E mesmo com algumas reviravoltas, você já sabe de
antemão quem vai formar o casal do “happy end”. O filme até que começa bem, mas
não engrena. Em nenhum momento consegue ser engraçado nem engraçadinho. Apenas
bobinho.
“O Grande Herói” (“Lone Survivor”), 2012, é um
drama de guerra baseado numa história real que aconteceu em 2005, durante a
Operação “Asa Vermelha”, criada e planejada pela Marinha dos EUA para localizar
e matar o líder terrorista talibã Shah, escondido numa vila remota no
Afeganistão. Quatro soldados de elite, liderados pelo oficial Marcus Luttrell
(Mark Wahlberg), foram designados para a missão, até então considerada de fácil
execução. Eles verão, porém, que na prática as coisas não acontecerão como o planejado.
Ao se aproximarem da vila, os soldados são surpreendidos por três pastores de
cabras. Ao invés de prendê-los, impedindo que avisem os talibãs, os soldados
resolvem soltá-los. Por causa desse imprevisto, acham melhor abortar a missão e
chamar os helicópteros para resgatá-los. Tarde demais. De repente, centenas de
talibãs saem em seu encalço e aí eles vão sofrer na pele - e nos ossos – as
consequências do escrúpulo que tiveram ao liberar os pastores. As cenas são de
um incrível realismo, principalmente aquelas em que os soldados despencam morro
abaixo, chocando-se contra pedras e árvores. Um filmaço, repleto de ação e
suspense do começo ao fim. O famoso filme super
bonder: você não consegue desgrudar da poltrona. Outro ótimo filme nessa
linha é “Falcão Negro em Perigo”, de 2001, dirigido por Ridley Scott, também
baseado em fatos reais.
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