“UM FASCINANTE NOVO MUNDO” (“THE
WORLD TO COME”), 2021, Estados Unidos, 1h45m, em cartaz na Amazon Prime, direção da cineasta norueguesa Mona Fastvold, seguindo roteiro
assinado por Ron Hansen e Jim Shepard, este último autor do romance homônimo
escrito em 2017, no qual é baseada toda a história. Estamos em 1856 na zona
rural do estado de Nova York. Numa fazenda mora o casal Abigail (Katherine
Waterston) e seu marido Dyer (Casey Affleck, irmão do Ben). Na fazenda vizinha
moram Tallie (Vanessa Kirby) e seu marido Finney (Christopher Abbott). Toda a
história é narrada em off por Abigail ao mesmo tempo em que escreve o seu diário pessoal.
Ela relata uma vida infeliz e melancólica, o relacionamento frio com o marido e
a tristeza que tomou conta do casal depois da morte da filha. Em um dos trechos
do diário, Abigail escreve: “Com pouco orgulho e menos esperança começamos o
ano novo”. Mais depressivo impossível. Uma luz surge no final do túnel quando
Abigail começa uma amizade com Tallie, sua vizinha de fazenda. Tallie também não vive um bom momento em seu casamento, principalmente pelo fato de não conseguir
engravidar. Com o estreitamento da amizade e as confidências mútuas, Abigail e Tallie
acabam se apaixonando, culminando em um romance lésbico dos mais arriscados. Um dos aspectos que mais me incomodou foi a série de diálogos utilizando um vocabulário dos mais sofisticados, o que seria impossível tratando-se de camponeses pobres e sem nenhuma cultura. O filme é lento, beirando o tédio, mas o excelente trabalho
das duas atrizes valoriza a carga dramática que a história carrega em seu
conteúdo. Vanessa Kirby e Katherine Waterston comprovam que são duas das
melhores atrizes do cinema na atualidade. No geral, porém, o filme não embala
e, portanto, não merece uma indicação entusiasmada.
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