“EU
SOU TODAS AS MENINAS” (“I AM ALL GIRLS”), 2020, África do Sul, 1h47m, roteiro e
direção de Donovan Marsh. O cinema sul-africano não é muito conhecido por aqui,
e, se não fosse a plataforma Netflix, jamais teríamos oportunidade de assistir a
este ótimo drama baseado em fatos reais. Na década de 90, com a prisão do
pedófilo Gert de Jager, a polícia descobriu um esquema de contrabando de
meninas que envolvia não apenas figuras importantes do governo de Johanesburgo,
mas também sheiks e autoridades de países árabes. As meninas eram sequestradas
nas favelas e depois vendidas ao exterior. Anos depois, algumas figuras
importantes começam a ser assassinadas com requintes de tortura. O peito das
vítimas era marcado a ferro e fogo com as iniciais de meninas desaparecidas,
provavelmente sequestradas e vendidas. É quando a detetive Jodie Snyman (Erica
Wessels), do Departamento de Crimes Especiais, entra em ação, juntamente com o
detetive Samuel Apendse (Brendon Daniels) e com a perita técnica Ntombizonke Bapai
(Hlubi Mboya). Enquanto outros assassinatos da mesma forma continuavam
acontecendo, Jodie descobre que o esquema de sequestro de garotas continuava. Até
o desfecho, a policial terá de enfrentar a desconfiança de que um dos membros
de sua equipe pode estar envolvido na morte dos pedófilos. Envolvida
emocionalmente com o sofrimento das meninas sequestradas, Jodie começa a
cometer alguns abusos, principalmente depois de identificar algumas pessoas
responsáveis pelo esquema, inclusive um ministro do Partido Nacional, ligado ao
governo sul-africano. No desfecho da história, quando o caso parece estar
resolvido, Jodie embarca sigilosamente para o Irã, onde um sheik esconde
algumas garotas. O filme termina assim, o que sugere que, provavelmente, haverá
uma sequência. Vamos aguardar. Trocando em miúdos, o filme é muito bom e
esclarecedor com relação à prática abominável do sequestro de garotas para fins
sexuais.
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