Cansada
dos compromissos familiares, dedicando-se anos e anos a servir o marido e os filhos,
sem receber ao menos um elogio, é natural que uma mulher de meia idade tenha a vontade
de desaparecer da face da Terra. “Minha vontade é sumir!” é a exclamação
preferida dessas batalhadoras donas de casa. A comédia dramática “LULU,
NUA E CRUA” (“Lulu Femme Nue”), 2013, conta
a história de uma dessas mulheres. Só que, ao contrário da maioria, esta
resolve mesmo sumir. Lucie, chamada por todo mundo de Lulu, é casada, tem três filhos
(uma adolescente e dois meninos gêmeos) e um dia resolve arrumar um emprego.
Vai até uma cidade vizinha fazer a entrevista, que dá errado. Não mais do que
de repente, ela resolve sumir por uns dias e fica na tal cidade, onde faz
amizade e algo mais com Charles (Bouli Lanners), um ex-presidiário. Ela ainda
fica amiga de uma idosa, Marthe (Claude Gensac), e de uma atendente de bar,
Virginie (Nina Meurisse). Enfim, Lulu usa seu período de liberdade para
conhecer pessoas, desfrutar de outras companhias, viver sem compromissos
familiares. O filme é muito bom, principalmente pelo excelente trabalho dessa estupenda
atriz francesa que é Karin Viard. As mulheres vão adorar a história e, com
certeza, imaginar se teriam coragem de fazer o que Lulu fez. A nota triste fica
por conta da diretora e roteirista Sólveig Anspach, nascida na Islândia e radicada
na França, que faleceu em outubro último aos 54 anos.
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