O
maior mérito do drama finlandês “SILÊNCIO” (“Hiljaisuus”), 2011, direção de Sakari
Kirjavainen, consiste em contar uma história pouco conhecida. Durante a Segunda
Grande Guerra, a Finlândia foi um dos únicos países envolvidos no conflito que
criou batalhões especiais em seu exército para resgatar os corpos de soldados
mortos em combate, preservá-los e arrumá-los para serem velados pelas
respectivas famílias. O filme conta a história justamente de um desses
batalhões, constituído por três soldados e três mulheres voluntárias, sob as
ordens de um capelão do exército. O enredo do filme é todo ambientado durante o
rigoroso inverno de 1944. Os soldados e as voluntárias ficavam alojados num
acampamento próximo à frente de batalha. De vez em quando, um desses soldados
era incumbido de resgatar um corpo próximo às trincheiras do inimigo, numa
missão quase suicida. Na maioria das vezes, porém, os cadáveres eram enviados
ao acampamento, onde eram descongelados, tratados, limpos e maquiados, sendo depois
enviados às suas famílias para serem velados e enterrados como heróis de
guerra. O filme mostra os bastidores desse trabalho, em meio a romances
fugazes, conversas com fantasmas, insubordinações, roubo de dentes de
ouro e, de vez em quando, uma "ressuscitação" inesperada. Apesar do contexto dramático, melancólico e até lúgubre, o filme é muito
bom, valorizado por um elenco de ótima qualidade. Um filme interessante que
merece ser visto.
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