segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 

MANK, 2020, Estados Unidos, produção e distribuição Netflix (estreou na plataforma no dia 4 de dezembro de 2020), 2h31m, direção de David Fincher. O roteiro foi escrito nos anos 90 por Jack Fincher, pai do diretor (o filme é dedicado a ele, morto em 2003). “Mank” é uma viagem deliciosa à Era de Ouro de Hollywood (anos 1930/1940). A história é centrada em Herman J. Mankiewicz (o “Mank” do título - 1897/1953), o famoso roteirista de “Cidadão Kane”, lançado em 1941 e que até hoje é considerado pela crítica especializada como o maior clássico de todos os tempos. O filme vai e volta no tempo, mostrando Mankiewicz (Gary Oldman) nos bastidores dos estúdios, nas festas e jantares promovidos pelos principais produtores do cinema da época. Nos anos 30, Mankiewicz já era um dos mais importantes roteiristas de Hollywood. Beberrão crônico, dava os maiores vexames, o maior deles durante um jantar promovido pelo magnata da mídia William Randolph Hearst (Charles Dance), que mais tarde seria o principal personagem de “Cidadão Kane”. Interpretado com maestria pelo ator Gary Oldman, Mank escreveu o roteiro inteiro na cama, com a perna engessada, auxiliado por sua secretária particular e datilógrafa Rita Alexander (Lily Collins). Orson Welles, o ator e diretor de “Cidadão Kane”, num gesto nada honesto, dividiu os créditos do roteiro, o que gerou uma grande polêmica, já que todo mundo sabia que havia sido escrito apenas por Mank. Indicado a 9 categorias no Oscar de 1941, “Cidadão Kane” ganhou uma única estatueta justamente com o roteiro. Além de Gary Oldman, Lily Collins e Charles Dance, estão no elenco Amanda Seyfried (Marion Davis), Arliss Howard (Louis B. Mayer, chefão da MGM), Tom Burke (Orson Welles), Tom Pelphrey (Joseph Mankiewicz, irmão de Herman), e Tuppence Middleton (Sara, esposa de Herman). Filmado em preto e branco (a fotografia é espetacular) e com uma primorosa recriação de época, “Mank” é desde já considerado como um dos grandes favoritos ao Oscar 2021. Aposto todas as minhas fichas no prêmio de Melhor Ator para Gary Oldman, magistral, e para o roteiro, que deverá render uma homenagem póstuma a Jack Fincher. Os diálogos são riquíssimos em referências cinematográficas, o que deve agradar em cheio os críticos e os cinéfilos em geral. Realmente, mais um grande tributo a Hollywood. Um verdadeiro FILMAÇO, assim mesmo, em maiúsculas      

Nenhum comentário: