terça-feira, 28 de janeiro de 2020


“BLACK ’47” (não deverá chegar por aqui, pois não tem nenhum apelo comercial; por isso, não foi traduzido), 2018, Irlanda, 1h40, roteiro e direção de Lance Daly. Trata-se de um drama histórico bastante pesado, ambientado em 1847 na Irlanda durante o período que se chamou A Grande Fome, que vitimou milhares de irlandeses. A história é centrada no mercenário Martin Feeney (o ator australiano James Frechville), que desertou do exército inglês que lutava no Afeganistão para rever sua família na Irlanda, mas encontrou todos mortos pela fome e pela omissão das autoridades inglesas. Feeney quer se vingar de todos os que fizeram tanto mal à sua família, desde o juiz que lhes tirou a casa até o empresário avarento que se negava a lhes dar comida. A série de assassinatos cometidos por Feeney chamaram a atenção das autoridades inglesas, que enviaram para capturá-lo um ex-colega de exército de Feeney, Hannah (Hugo Heaving). O filme acompanha a trajetória de Feeney e, em seu encalço Hannah, por uma Irlanda afundada na mais trágica crise econômica, durante a qual grande parte da população morria de fome e frio. Nos diálogos, além da língua inglesa, o roteirista e diretor Lance Daly fez questão de utilizar os dialetos dos irlandeses residentes em aldeias e vilarejos da zona rural. Reforçam o elenco atores ingleses bastante conhecidos, como Stephen Rea e Jim Broadbent. “Black ‘47” estreou, com elogios, durante o Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2018. O filme é muito interessante sob o ponto de vista histórico, mostrando um país devastado pela fome e dominado pela tirania inglesa, o que provocou a ira do povo e depois o surgimento de uma ira maior: o IRA.     

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