“BLACK ’47” (não deverá chegar
por aqui, pois não tem nenhum apelo comercial; por isso, não foi traduzido), 2018,
Irlanda, 1h40, roteiro e direção de Lance Daly. Trata-se de um drama histórico bastante
pesado, ambientado em 1847 na Irlanda durante o período que se chamou A Grande
Fome, que vitimou milhares de irlandeses. A história é centrada no mercenário Martin
Feeney (o ator australiano James Frechville), que desertou do exército inglês que
lutava no Afeganistão para rever sua família na Irlanda, mas encontrou todos mortos pela fome e
pela omissão das autoridades inglesas. Feeney quer se vingar de todos os que
fizeram tanto mal à sua família, desde o juiz que lhes tirou a casa até o
empresário avarento que se negava a lhes dar comida. A série de assassinatos
cometidos por Feeney chamaram a atenção das autoridades inglesas, que enviaram
para capturá-lo um ex-colega de exército de Feeney, Hannah (Hugo Heaving). O filme
acompanha a trajetória de Feeney e, em seu encalço Hannah, por uma Irlanda afundada na mais trágica crise
econômica, durante a qual grande parte da população morria de fome e frio. Nos diálogos, além da língua inglesa, o roteirista e diretor Lance Daly
fez questão de utilizar os dialetos dos irlandeses residentes em aldeias e
vilarejos da zona rural. Reforçam o elenco atores ingleses bastante conhecidos,
como Stephen Rea e Jim Broadbent. “Black ‘47” estreou, com elogios, durante o
Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2018. O filme é muito
interessante sob o ponto de vista histórico, mostrando um país devastado pela
fome e dominado pela tirania inglesa, o que provocou a ira do povo e depois o surgimento de uma ira maior: o IRA.
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