“AREIA
MOVEDIÇA” (“STÖRST AV ALLT”), 2019, Suécia, minissérie da Netflix em 6
capítulos, cada um com cerca de 50 minutos de duração, roteiro e direção de Camilla Ahl
Gren. Trata-se de um drama policial adaptado do best-seller de Malin Persson
Giolito. A sequência inicial mostra uma sala de aula de uma escola do ensino
médio de Estocolmo com vários alunos mortos. A polícia chega e prende Maja
Norberg (Hannah Ardéhn). Em estado de choque, ela não sabe dizer o que
aconteceu, mas todos os indícios levam a crer que ela foi a responsável pela
carnificina. A partir daí, o filme acompanha a rotina de Maja (pronuncia-se Maia)
na prisão, suas reuniões com o advogado Peder Sander (David Dencik), as crises emocionais
na solitária e sua amizade com uma agente penitenciária. Paralelamente, em flashbacks,
o roteiro volta aos fatos do passado recente de Maja, destacando o namoro
tumultuado com Sebastian Fagerman (Felix Sandman), seu colega de classe
problemático. O namoro vira um tipo de obsessão de ambas as partes, o ciúme exagerado
de Sebastian e a cegueira de Maja com relação aos desmandos do namorado. Os
capítulos finais serão dedicados ao tão aguardado julgamento de Maja, a
tentativa do advogado de defesa em colocá-la na condição de vítima e os
esforços da promotoria para transformá-la numa assassina cruel. A expectativa
pelo resultado do julgamento torna esta produção sueca ainda mais interessante.
Uma curiosidade: na Suécia não há júri popular. A Corte, constituída por
juízes, é quem dá o veredicto. Os principais trunfos de “Areia Movediça” são o
seu roteiro bem elaborado, a história em si e o elenco afiado, no qual se
destaca a jovem atriz sueca Hannah Ardéhn, de 24 anos (no filme, sua personagem
tem 18), com uma primorosa atuação. Esta é mais uma ótima minissérie do cinema
europeu, realista e impactante, um retrato muito triste e desanimador do futuro
da grande maioria da nossa juventude.
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