“CAFARNAUM”
(“CAPHARNAÜM”), 2018, Líbano, duração de duas horas, terceiro
longa-metragem escrito e dirigido por Nadine Labaki. Impactante drama centrado no
garoto Zain (Zain Al Rafeea), de 12 anos, que mora com a numerosa família num
subúrbio de Beirute, onde o cenário é de grande pobreza, com desempregados, crianças
famintas, bebês abandonados e refugiados numa situação de miséria. A diretora
Labaki não economizou no drama e no realismo, mas conseguiu realizar um filme muito sensível e comovente. Logo que sua irmã preferida Sahar (Haia Izzan), de apenas
11 anos, é prometida e entregue para casar com um homem muito mais velho, Zain
se revolta e resolve sair de casa. Passa a morar nas ruas. É quando conhece
Rahil (Yordanos Shiferaw), uma refugiada etíope que mora com o filho num
casebre caindo aos pedaços num bairro onde vivem centenas de imigrantes
ilegais. Para Rahil trabalhar como faxineira num parque de diversões, Zain se
oferece para cuidar do bebê e ajudar no sustento de mãe e filho. Um dia, porém,
ao realizar uma visita à família que abandonou, Zain recebe uma trágica notícia
que o fará tomar uma atitude extrema, sendo preso, julgado e condenado por
cinco anos – lá no Líbano, a lei é dura para menores infratores. Lançado durante
a programação oficial do 71º Festival de Cannes, “Cafarnaum” disputou a Palma
de Ouro e conquistou o Prêmio do Júri. Ganhou ainda o Prêmio de Melhor Filme
Estrangeiro no “César” (o Oscar francês), o Prêmio de Público da 42ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo, além de ter sido indicado ao Oscar 2019
como Melhor Filme Estrangeiro, ficando entre os cinco finalistas. Mais um belo
filme da cineasta e atriz libanesa Nadine Labaki (além de competente, é
linda – ela aparece no filme como a advogada de Zain), que já havia nos
brindado com pequenas obras-primas como “Caramelo” (2007) e “E Agora, Onde Vamos?”
(2011). Informação adicional: Cafarnaum era uma cidade bíblica que ficava na
margem norte do Mar da Galileia. “Cafarnaum” é mais um filme para se escrever
IMPERDÍVEL com letras maiúsculas. E exclamar: “Viva o Cinema!”.
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