domingo, 26 de maio de 2019


“CAFARNAUM” (“CAPHARNAÜM”), 2018, Líbano, duração de duas horas, terceiro longa-metragem escrito e dirigido por Nadine Labaki. Impactante drama centrado no garoto Zain (Zain Al Rafeea), de 12 anos, que mora com a numerosa família num subúrbio de Beirute, onde o cenário é de grande pobreza, com desempregados, crianças famintas, bebês abandonados e refugiados numa situação de miséria. A diretora Labaki não economizou no drama e no realismo, mas conseguiu realizar um filme muito sensível e comovente. Logo que sua irmã preferida Sahar (Haia Izzan), de apenas 11 anos, é prometida e entregue para casar com um homem muito mais velho, Zain se revolta e resolve sair de casa. Passa a morar nas ruas. É quando conhece Rahil (Yordanos Shiferaw), uma refugiada etíope que mora com o filho num casebre caindo aos pedaços num bairro onde vivem centenas de imigrantes ilegais. Para Rahil trabalhar como faxineira num parque de diversões, Zain se oferece para cuidar do bebê e ajudar no sustento de mãe e filho. Um dia, porém, ao realizar uma visita à família que abandonou, Zain recebe uma trágica notícia que o fará tomar uma atitude extrema, sendo preso, julgado e condenado por cinco anos – lá no Líbano, a lei é dura para menores infratores. Lançado durante a programação oficial do 71º Festival de Cannes, “Cafarnaum” disputou a Palma de Ouro e conquistou o Prêmio do Júri. Ganhou ainda o Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no “César” (o Oscar francês), o Prêmio de Público da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, além de ter sido indicado ao Oscar 2019 como Melhor Filme Estrangeiro, ficando entre os cinco finalistas. Mais um belo filme da cineasta e atriz libanesa Nadine Labaki (além de competente, é linda – ela aparece no filme como a advogada de Zain), que já havia nos brindado com pequenas obras-primas como “Caramelo” (2007) e “E Agora, Onde Vamos?” (2011). Informação adicional: Cafarnaum era uma cidade bíblica que ficava na margem norte do Mar da Galileia. “Cafarnaum” é mais um filme para se escrever IMPERDÍVEL com letras maiúsculas. E exclamar: “Viva o Cinema!”.                     

Nenhum comentário: