segunda-feira, 26 de julho de 2021

 

“RETRATOS DE UMA GUERRA” (“ASHES IN THE SNOW”), 2018, coprodução Estados Unidos/Lituânia, 1h38m, disponível na plataforma Netflix, filme de estreia como diretor de Marius A. Markevicius, seguindo roteiro de Ben York Jones. Trata-se de uma adaptação do livro “A Vida Entre Tons de Cinza” (“Between Shades of Grey”), da escritora lituana naturalizada norte-americana Ruta Sepetys, lançado em 2011. Baseado em fatos reais relatados no romance de Ruta, o filme retrata mais um episódio lamentável ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, desta vez envolvendo o exército de Stalin. Em 1941, enquanto os nazistas dominavam a Europa Ocidental, os russos invadiam o leste europeu. O filme concentra sua ação nos países bálticos, no caso a Lituânia, que em 1940 havia sido anexada à União Soviética. Independente de idade, ideologia, credo ou religião, milhares de lituanos foram presos e enviados para campos de concentração na Sibéria (os famosos gulags) e submetidos a trabalhos forçados. Enquanto os alemães utilizavam gás para matar os judeus, os russos deixavam suas vítimas morrerem de fome e frio. A história do filme é centrada na família da jovem desenhista Lina Vilkas (Bel Powley), enviada com a mãe e os irmãos para a Sibéria e, depois, para um lugar perdido no Círculo Polar. Também estão no elenco Martin Wallström, Sophie Cookson, Lisa Loven Kongsli e Peter Franzen. Falado em inglês, russo e lituano, “Retratos de Uma Guerra”, como não poderia deixar de ser, é um filme muito triste, que talvez faça mal para espectadores mais sensíveis. É desgraça e sofrimento do começo ao fim. De qualquer forma, é bastante esclarecedor quanto ao papel da União Soviética durante o conflito. Se os nazistas mataram 6 milhões de judeus, Stalin assassinou 25 milhões, fato só revelado depois da morte do ditador russo, em 1953. O filme poderia explorar o assunto de forma mais esclarecedora sob o ponto de vista histórico, mas resolveu ficar no superficial. Isso, porém, não desmerece a lembrança do fato que é sempre lembrado pelas comunidades lituanas em todo o mundo. Se você tiver com vontade de um entretenimento mais leve e alegre, não assista. Para terminar o comentário, lembro que o filme, na época de seu lançamento (2018) na Lituânia, bateu recordes históricos de bilheteria.                  

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